Eleição nas Moreninhas teve proposta de troca de votos por cobertores e verduras
Vídeo mostra vice da Chapa 2 oferecendo cobertores e alimentos após a votação; eleição foi suspensa
RESUMO
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A eleição para a presidência da associação de moradores do bairro Moreninhas III, em Campo Grande, foi marcada por denúncias de irregularidades e interrompida após brigas entre cabos eleitorais. Um vídeo mostrou o vice-presidente da Chapa 2, Valdecir Oliveira, oferecendo cobertores e cestas de verduras em troca de votos, o que gerou revolta entre as outras chapas. A Polícia Militar e a Guarda Civil Metropolitana foram acionadas para conter os ânimos, e a votação foi encerrada antes do meio-dia por falta de segurança. A Comissão Eleitoral analisará os fatos e deve remarcar a eleição para os próximos meses.
A eleição para a presidência da associação de moradores do bairro Moreninhas III, em Campo Grande, que prometia renovar a liderança comunitária para os próximos quatro anos, terminou de forma conturbada e com denúncias de irregularidades. O pleito, realizado no último domingo (29), foi interrompido ainda pela manhã após brigas entre cabos eleitorais, acusações cruzadas de fraude e suspeita de tentativa de compra de votos envolvendo distribuição de alimentos e cobertores. A denúncia foi enviada pelo canal Direto das Ruas.
Em vídeo obtido pela reportagem, o vice-presidente da Chapa 2, Valdecir Oliveira, que também é ex-presidente da associação, aparece ao lado da candidata a vice-presidente da atual gestão, Cícera da Silva, convocando os moradores para comparecerem à sede da chapa às 7h30 da manhã da eleição para tomar um café da manhã, votar, e, depois, retornarem ao local para receber uma coberta e uma cesta com legumes e verduras.
“Amanhã, espero vocês, sete e meia da manhã, para tomar um café da manhã. Aí daqui vocês vão lá, votam e depois voltam aqui, pegam uma coberta e pegam uma cesta de verdura, né? Coisa linda. Isso é tudo preparado para o nosso grupo, que é meus companheiros... E amanhã, gente, vamos de Chapa 2”, disse Valdecir no vídeo, ao lado de Cícera, que sorri e acena. (veja acima)
A proposta gerou revolta entre as demais chapas concorrentes, pois de acordo com as eleições comunitárias e associativas, qualquer tentativa de troca de bens ou favores por votos fere os princípios de lisura e pode anular o processo.
Procurado pela reportagem, Valdecir Oliveira confirmou que a entrega de alimentos e cobertores estava prevista, mas afirmou que suspendeu a ação após orientação do advogado da chapa. Segundo ele, “nenhuma entrega foi feita”.
A eleição, marcada para o domingo (29), foi interrompida ainda pela manhã por conta de uma série de brigas entre cabos eleitorais na frente da Escola Estadual Professora Célia Maria Naglis, local de votação. A Polícia Militar e a Guarda Civil Metropolitana foram acionadas para conter os ânimos. Aproximadamente 1.200 moradores estavam aptos a votar, mas a votação foi encerrada antes do meio-dia por decisão da Comissão Eleitoral, que alegou falta de segurança.
Três chapas disputam o mandato de quatro anos: Dil e Bel (Chapa 1), Vitor e Valdecir (Chapa 2) e Bruno Messias e Sol (Chapa 3). A eleição utilizava cédulas de papel, com votação prevista das 8h às 16h.
Em entrevista à reportagem, o presidente da Comissão Eleitoral e vice da UMAM (União Municipal das Associações de Moradores), Marco Antônio Mendonça, afirmou que o processo foi encerrado por não haver mais condições de segurança para garantir a continuidade da votação. “Achamos melhor encerrar a eleição, não tinha segurança para manter”, afirmou.
A Comissão Eleitoral informou que irá analisar todos os fatos antes de definir a nova data da eleição. A expectativa é de que uma nova data seja marcada até agosto. “Agora vai correr um prazo de uma semana para conversar com os candidatos e remarcar. O provável é que ocorra daqui uns três meses", afirmou Marco Antônio.