Hospital Regional está há 3 dias sem ar-condicionado em ala de recém-nascidos
Segundo denúncia de pai, aparelho só ventila e calor atinge bebês, mães e profissionais
A unidade intermediária, ala que mantém os recém-nascidos no HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), está sem ar-condicionado há três dias, obrigando pacientes a lidarem com o calor intenso do mês de dezembro. A situação também se estende ao segundo andar da unidade, segundo denúncia encaminhada ao Direto das Ruas nesta terça-feira (23).
RESUMO
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O Hospital Regional de Campo Grande enfrenta problemas com a climatização na unidade intermediária e no segundo andar, onde estão internados recém-nascidos e suas mães. Segundo denúncias, os aparelhos de ar-condicionado não funcionam há três dias, expondo pacientes e profissionais ao calor intenso de dezembro. A situação é especialmente crítica na ala dos recém-nascidos, onde ventiladores não podem ser utilizados devido ao risco de contaminação cruzada. Profissionais de saúde também relatam mal-estar devido às altas temperaturas. A administração do hospital foi procurada e informou que verificará a situação.
Motorista de aplicativo, de 46 anos, que não quis se identificar, é uma das pessoas que estiveram no hospital recentemente, já que sua esposa deu à luz a um filho recém-nascido na segunda-feira (15). Segundo ele, o bebê ainda está em fase de recuperação. “Ele está tendo que recuperar, ganhar peso e tomar medicamento”, explica.
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O pai relata que percebeu no sábado (19) que o local onde a esposa estava internada estava sem ar-condicionado, equipamento que antes funcionava normalmente. Já na segunda-feira (22), ele registrou denúncia junto à ouvidoria, juntamente com outros dois pais. Segundo ele, o aparelho está apenas em modo de ventilação, mas até o momento o problema não foi resolvido.
Próximo a um dos aparelhos, foi colocado um papel com a solicitação registrada, no qual consta que o problema é que o “ar-condicionado não está refrigerando” e que a falha ocorre na unidade intermediária.

De acordo com o pai do recém-nascido, os equipamentos de climatização estão quebrados justamente em áreas sensíveis da unidade, que abrigam bebês em leitos abertos e incubadoras. Ele também afirma que as mães que acompanham os filhos não podem usar ventiladores, por orientação da própria equipe hospitalar, devido ao risco de contaminação cruzada entre as crianças.
“A situação é desumana na ala das crianças recém-nascidas, no segundo andar, onde ficam os bebês que precisam de atendimento em leitos abertos ou incubadoras. As mães que precisam permanecer no local para acompanhamento estão reféns da situação e não podem sequer ventilar as crianças. Não temos a quem pedir ajuda”, disse o motorista.
Segundo o pai, no 2º andar ficam diferentes setores de atendimento infantil. “No 2º andar fica a pediatria, a área de recuperação infantil e a ala que cuida dos prematuros”, comenta. Ele detalha que, ao circular pelo setor, a sensação térmica é ainda pior. “Conforme vou andando pela ala, no 2º andar, vejo gente se abanando. Não é um ambiente climatizado, está quente, parece o calor abafado do lado de fora.”
Além dos bebês, o pai reforça que o calor também afeta as mães e os profissionais de saúde que atuam na unidade. “Minha mulher fez cesariana e laqueadura (ligadura das trompas) e também está precisando de ventilação por conta da delicadeza da cirurgia, assim como outras mulheres que estão lá. Sem falar no fator humano dos profissionais que trabalham ali, já que houve casos de funcionários passando mal por conta do calor”, relata.
O motorista conta ainda que orientou outros acompanhantes a formalizarem reclamações. “Também passei o contato da ouvidoria para que outras pessoas denunciassem", disse. Para esta terça-feira (23), a previsão do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) indica temperatura máxima de 31°C, sem sinal de alívio térmico prolongado.
Problema recorrente – Esta não é a primeira vez que o problema é relatado. No começo do mês, Regyane Keullin Azuaga de Moura Vazes, de 39 anos, mãe de uma bebê prematura internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal do hospital, relatou que a unidade enfrenta problemas recorrentes na manutenção de equipamentos essenciais.
Segundo ela, o problema não se limita à UTI, mas atinge todo o segundo andar, onde são realizados os partos. “Desde sexta-feira, o ar-condicionado está quebrado. Não tem previsão de conserto. Os partos estão sendo feitos sem ar. As enfermeiras estão suando muito, e até as salas dos médicos estão sem ventilação”, afirmou Regyane.
A reportagem entrou em contato com a assessoria do Hospital Regional para saber o que ocasionou o problema nos aparelhos de ar-condicionado e quando a situação será resolvida. Em nota, o hospital informou que o sistema de ar-condicionado central apresentou falha em decorrência de uma pane elétrica no quadro de energia, que ocasionou a queima de uma bomba.
"O hospital já adotou todas as providências necessárias para a solução do problema. É importante destacar que o sistema de ar-condicionado central da unidade possui cerca de 30 anos, o que torna sua manutenção especialmente complexa, devido à indisponibilidade de peças de reposição no mercado. Além disso, o hospital atua para minimizar impactos à assistência aos pacientes", explica a assessoria em nota.
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