Presa há um ano a aparelho na perna, mulher cobra cirurgia na Santa Casa
Mesmo com osso consolidado, paciente segue com fixador externo e diz viver rotina de dor e incerteza

O acidente de moto que mudou a vida de Patricia Cáceres Rodrigues, 44 anos, completou um ano na última segunda-feira (18). Mesmo com o osso já consolidado, ela continua com um fixador externo, chamado de Ilizarov, preso à perna, porque a cirurgia para retirada do equipamento vem sendo sucessivamente adiada pela Santa Casa de Campo Grande.
RESUMO
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Há um ano, Patricia Cáceres Rodrigues, de 44 anos, sofreu um acidente de moto que resultou na necessidade de um fixador externo em sua perna. A previsão inicial de seis meses para a retirada do aparelho foi prolongada por diversos fatores, incluindo a greve dos ortopedistas e as férias de seu médico. Apesar de ter assinado a autorização para a cirurgia em julho, o procedimento continua indefinido, causando angústia e frustração em Patricia. A espera pela cirurgia impacta diretamente a vida de Patricia, que enfrenta dificuldades financeiras e limitações físicas. Mãe de um adolescente, ela depende da ajuda de familiares e da venda de produtos para sobreviver. Mesmo com o fixador, Patricia retornou ao trabalho para garantir alguma renda, apesar dos riscos de inflamação e das dificuldades para encontrar emprego. A paciente anseia pela retirada do aparelho para retomar sua vida normal e superar as adversidades que enfrenta. A Santa Casa de Campo Grande ainda não se pronunciou sobre o caso.
Segundo a paciente, a previsão inicial era de que em até seis meses o fixador já poderia ser retirado. Mas a espera se prolongou por motivos alheios ao tratamento. “Primeiro os ortopedistas entraram em greve, depois meu médico saiu de férias. E assim o tempo foi passando”, conta.
Patricia chegou a assinar, em julho deste ano, os documentos que autorizavam a cirurgia. “O médico disse que em duas semanas estaria marcada. Até agora, nada. Eu me sinto enganada”, desabafa.

Rotina interrompida - Patricia lembra que fez todo o tratamento da forma correta. “Comprei vitaminas, cálcio, suplemento para o osso colar mais rápido. Fiz todos os cuidados e o osso consolidou rápido. Mas o aparelho continua aqui até hoje.”
Enquanto aguarda a cirurgia, a paciente enfrenta uma rotina de limitações e dificuldades financeiras. “É só eu e meu filho, que é adolescente. Moro de aluguel e sobrevivo praticamente da ajuda dos meus parentes. Meu irmão às vezes paga o aluguel para mim. Eu vendo cama, mesa e banho, mas não dá renda. Meu filho é jovem aprendiz, ganha R$ 600, que não cobre as contas”, relata.
Na tentativa de garantir alguma renda, voltou a trabalhar mesmo com o Ilizarov. “Ou eu trabalho, ou eu passo fome. Mas é arriscado, porque sempre inflama. Tenho que fazer todo cuidado de assepsia. Vou de calça larga para esconder o aparelho e evitar poeira, mas é difícil até conseguir serviço, porque nem todo mundo aceita alguém trabalhando assim.”
Um ano de espera - Mais de 12 meses após o acidente, Patricia segue “presa” ao fixador externo, com mobilidade reduzida e sem perspectiva de quando poderá retomar a vida normalmente. “Preciso resolver isso logo. Preciso da minha vida normal de volta, porque estou passando muita necessidade” — desabafa.
A equipe de reportagem do Campo Grande News entrou em contato com a Santa Casa de Campo Grande, que informou estar apurando o caso para responder o questionamento. O espaço segue aberto para futuros esclarecimentos.
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