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Economia

Apesar de chuva e ‘porteiras fechadas’, censo rural atinge 86%

Censo Agropecuário no Estado encerra no dia 28 de fevereiro e resultado final será divulgado em junho de 2018

Danielle Valentim | 30/01/2018 10:54
Chefe do IBGE informou que a presença intensa do fenômeno natural não impediu que 80% da região fosse coletada. (Foto: Danielle Valentim)
Chefe do IBGE informou que a presença intensa do fenômeno natural não impediu que 80% da região fosse coletada. (Foto: Danielle Valentim)

O período intenso de chuvas em Mato Grosso do Sul e quantidade de porteiras fechadas encontradas na área rural são as principais dificuldades encontradas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) durante o Censo Agropecuário, que voltou a ser realizado após dez anos. Até agora, 55.982 questionários de uma estimativa de 65.127 em todo o Estado já foram coletados, o que representa 85,96% do previsto.

As chuvas já eram previstas para o período de visita dos recenseadores e, por isso, o Pantanal sul-mato-grossense foi priorizado devido à dificuldade de chegar em diversas áreas. A presença intensa do fenômeno natural não impediu que 80% da região fosse coletada.

Mesmo na tentativa de fuga das chuvas, os recenseadores tiveram imprevistos em Dourados e Agua Clara, com áreas alagadas e até pontes quebradas. Em Campo Grande, setor urbano, os trabalhos também estão adiantados, mas com contratempos na localização dos produtores.

Conforme o chefe da unidade Estadual do IBGE Mário Alexandre, um pré-cadastro foi realizado nas feiras e hortifrutis para a identificação dos fornecedores. “Achar o pessoal das hortas, do cinturão verde é complicado. A cobertura na área urbana é complexa, pois muitos estão produzindo dentro da cidade, ou seja, longe das fazendas”, disse.

Outro obstáculo é com relação à resistência em responder o questionário - apesar de sigiloso -, ou ausência dos informantes nos locais. Mário Alexandre ressalta que fim de ano é um período em que os produtores, arrendatários ou responsáveis pela propriedade estão de férias.

“Porteiras cadeadas, difícil acesso à entrada ou resistência são algumas das dificuldades. Tem produtor que é mais aberto a repassar as informações, mas outros não, já que no questionários você também informa seu estoque. Isso é natural, é o investimento do produtor, mas há produtores que são mais fáceis devido ao trabalho de incentivo da Famasul”, disse.

Na sequência, um terceiro obstáculo comum é de produtores que moram fora ou que as sedes estão em outros Estados, no caso as usinas de cana - grande parte com sede no Ceará e Bahia. O chefe estadual pontua que mais de 1000 questionários são enviados a São Paulo, Paraná e Minas Gerais.

Diferente do último Censo, em que os produtores responderam de forma individual, agora em casos de arrendamento, os produtores se juntam e respondem apenas um questionário, incluindo os trabalhos realizados e maquinários utilizados. Em Água Clara, por exemplo, muitos proprietários arrendam suas terras para o plantio de eucalipto.

Pontos azuis são as áreas já visitadas. (Foto: Danielle Valentim)
Pontos azuis são as áreas já visitadas. (Foto: Danielle Valentim)

Durante coletiva, Mário Alexandre ressaltou a importância da coleta especial, “dos grandes fazendeiros”. Ele explica que esse tipo de produtor tem uma grande demanda para responder, o que demora mais para ser finalizado. “Em MS esse tipo de coleta equivale a 2,5 mil questionários”, disse.

Até o dia 29 de janeiro de 2018, 55.982 questionários de uma estimativa de 65.127 já haviam sido coletados, a quantidade representa 86% do previsto. O resultado é um balanço, mas o resultado final será divulgado em junho de 2018, quatro meses após a finalização nas coletas.

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