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Economia

Ceasa de MS identifica diminuição de até 80% no recebimento de hortifrútis

Os preços já começam a aumentar, como por exemplo, o saco de 25 kg da batata, que saiu de R$ 110 para R$ 180

Izabela Cavalcanti | 03/11/2022 09:42
Setor de hortifrúti tem sido o mais prejudicado no Estado (Foto: Kísie Ainoã)
Setor de hortifrúti tem sido o mais prejudicado no Estado (Foto: Kísie Ainoã)

As manifestações nas rodovias federais e estaduais de Mato Grosso do Sul trouxe problemas no setor de hortifrúti do Estado. A Ceasa/MS (Central de Abastecimento) identificou queda entre 70% e 80% na chegada de produtos.

Somente em comparação com terça e quarta-feira da semana passada, teve redução de 50% na chegada dos caminhões, saindo de 108 para 54 veículos.

“Para essa semana, os Permissionários estão sobrevivendo do estoque de alguns produtos menos perecíveis como batata, cenoura e cebola. No entanto, os preços já começam a refletir essa diminuição do volume das mercadorias como a batata, por exemplo, que saiu de R$ 110,00 para R$ 180,00 o saco de 25kg. Um aumento substancial de 62%”, diz parte da nota enviada ao Campo Grande News.

Produtos – Ainda de acordo com a Central, todos os produtos foram afetados, com destaque para o abacaxi, com origens de São Paulo, Minas Gerais, Pará, Alagoas, Bahia, Maranhão e Mato Grosso do Sul. Na segunda-feira (1°), por exemplo, chegou apenas 21.120 kg, contra 63.243 kg do mesmo dia da semana passada. Queda de 70%.

Outro caso é a cebola, de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, que teve retração de 77% com volume total de 13.460 kg, contra 57.100 kg na semana passada.

A melancia também foi afetada, oriunda dos estados da Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Tocantins e Mato Grosso do Sul. Na terça-feira, não teve registro de entrada, contabilizando o total de 5.050 kg para o período em questão contra 41.000 kg na semana passada.

Além disso, goiaba, maçã, melão e pera também entram na lista dos que não entraram na Ceasa/MS.

“A tendência, segundo os permissionários questionados, é que se não normalizar até neste sábado, haverá a falta de várias mercadorias, além do aumento expressivo nos preços das que restarem no estoque”, finaliza a nota.

Em pronunciamento, na última terça-feira (1°), o vice-presidente da Abras, Marcio Milan, listou oito unidades da federação que estavam enfrentando problemas.

“Nós mapeamos, principalmente, as regiões que até o momento estão mais afetadas em relação ao abastecimento: Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, região no norte do Pará, Rio de Janeiro, São Paulo, Distrito Federal”, destaca.

Milan informou ainda que mais de 70% dos supermercados dessas regiões estavam afetados.

“Nessas regiões mais de 70% das lojas já estão apresentando problema de abastecimento. As áreas dentro dos supermercados que estão sendo mais afetadas por problema de abastecimento é fruta, legumes e verduras; açougue; depois frios e laticínios; área de mercearia e depois área de panificação, área de padaria”, comenta.

No entanto, por outro lado, a Amas (Associação Sul-Mato-Grossense de Supermercados) ressalta que a situação já foi normalizada e não vai faltar produto nos estabelecimentos.

“Podemos falar que tivemos poucos problemas com desabastecimento nas lojas de supermercados do Estado todo. Algumas lojas apenas falaram que tiveram problemas com FLV, verduras, porém já está normalizada toda essa situação, assim que os caminhões voltaram a trafegar nas rodovias. Então, o Ceasa já está resolvido, não vai faltar produto nas lojas, todas as lojas estão abastecidas para atender o consumidor local”, destaca o presidente da Amas, Denyson Prado.

Entenda – Desde o último domingo (30), caminhoneiros resolveram bloquear várias estradas do Brasil, como forma de se manifestar contra o resultado das eleições 2022. Em Mato Grosso do Sul, o número de rodovias estaduais e federais bloqueadas, tanto total como parcial, chegou a 33.

Agora, segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal), no Estado, não há mais bloqueios em estradas federais. Uma rodovia estadual está com ponto de manifestação, a MS-162 (Sidrolândia X Maracaju).

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