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Economia

Dólar alto prejudica as vendas e Camelódromo registra queda de 80%

Mariana Rodrigues | 11/10/2015 10:07
Os brinquedos, que são mais vendidos nessa época do ano por conta do Dia das Crianças, encareceram e com isso as vendas ficaram até 80% menores. (Foto: Marcos Ermínio)
Os brinquedos, que são mais vendidos nessa época do ano por conta do Dia das Crianças, encareceram e com isso as vendas ficaram até 80% menores. (Foto: Marcos Ermínio)

A alta do dólar afetou grande parte do comércio informal, principalmente aqueles que importam os produtos da fronteira para vender aqui na Capital. Com isso, os brinquedos, que são mais vendidos nessa época do ano por conta do Dia das Crianças, encareceram e com isso as vendas ficaram até 80% menores que no ano passado.

Um dos locais mais afetados é o Camelódromo (Centro Comercial Popular), localizado na Avenida Afonso Pena. Com a moeda norte-americana em alta e sendo cotada em mais de R$ 4 em setembro, a mercadoria encareceu e os comerciantes tiveram que reduzir a margem de lucro para não repassar o valor para o produto.

Cícera Jesuíno dos Santos, está no Camelódromo há 17 anos, e possui três lojas de brinquedos. Ela conta que esta é a pior crise já vivida nos últimos tempos. "Com a cotação do câmbio ficando entre R$ 0, 20 e R$ 0,30 a mais, acaba encarecendo ainda mais o valor dos produtos e a cada produto esses centavos causam uma grande diferença", diz.

Quando ela comprou as mercadorias, já no começo deste mês, logo quando o dólar começou a subir, para tentar amenizar a situação, a saída foi deixar de comprar alguns brinquedos que estavam com preço muito alto e reduzir drasticamente o número de compra de mercadorias.

"Se antes vendíamos 100% nesta época do ano, agora restou apenas 20% das vendas, ou seja, as vendas já caíram 80%. Tive que reduzir a quantidade de brinquedos para este ano, além como bonecas e maquiagens, por exemplo, que estão mais caras", afirma ela que complementa ainda que optou apenas por brinquedos que tenham um giro rápido.

Kátia Cilene Cordeiro Soares, 32 anos, tem um box no Camelódromo há dois anos. (Foto: Marcos Ermínio)
Kátia Cilene Cordeiro Soares, 32 anos, tem um box no Camelódromo há dois anos. (Foto: Marcos Ermínio)

Kátia Cilene Cordeiro Soares, 32 anos, ela tem um box no Camelódromo há dois anos, onde vende brinquedos. Em anos anteriores as vendas eram melhores, mas neste ano, não há o que comemorar. "Esse ano a expectativa não está boa, devido a alta do dólar que foi muito grande e por conta da crise".

Com o dólar muito alto, as mercadorias também encareceram, e a expectativa inicial que era de vender 50% amais que no ano passado, acabou ficando para trás. "O dólar alto foi desanimador para nossas vendas", diz. Kátia tem uma variedade de brinquedos em sua loja, desde bonecas até drones. Os preços variam de R$ 15 a R$ 300.

A comerciante Vera Lucia Barbosa de Freitas, 53 anos, está há 11 anos com sua banca no Camelódromo, para ela este é o pior Dia das Crianças para o comércio de Campo Grande. Ela diz que o movimento está mais fraco e por isso acredita que pode haver queda de até 10% nas vendas com relação ao mesmo período do ano passado.

"As pessoas que vêm comprar aqui pedem muito desconto, e só pretendem gastar entre $ 30 e até R$ 50 nos presentes", conta ela que também credita na crise e na alta do dólar o movimento fraco para as compras deste ano.

Para o presidente do Camelódromo, Francisco José Pereira, a expectativa é que as vendas tenham sucesso, mesmo com a crise. "Vamos agitar as vendas no final de semana, e inclusive no feriado para aumentar as vendas, sempre temos esperança que as coisas melhorem", acredita.

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