Dólar recua a R$ 5,46 mesmo com tarifa de Trump, e Bolsa fecha em alta
Moeda americana cai com expectativa de corte de juros nos EUA, enquanto Ibovespa atinge maior nível

O dólar comercial caiu 0,78% nesta quarta-feira (6), encerrando o dia cotado a R$ 5,46, apesar da entrada em vigor da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. No mesmo dia, o Ibovespa subiu 1,04% e fechou aos 134.568 pontos, impulsionado pelo otimismo com a possível redução dos juros norte-americanos e pela alta do apetite ao risco entre investidores.
RESUMO
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O recuo da moeda americana ocorreu em meio a novas apostas de que o Federal Reserve, o banco central dos EUA, poderá cortar os juros básicos já em setembro. Declarações de uma diretora regional reforçaram essa expectativa. Juros mais baixos nos EUA costumam atrair capital estrangeiro para países emergentes, como o Brasil, favorecendo o câmbio e os ativos financeiros locais.
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A medida adotada pelo presidente Donald Trump (Republicano), que estabelece sobretaxa de 50% sobre diversos produtos brasileiros, ainda não impactou negativamente o mercado. Analistas afirmam que o efeito macroeconômico imediato tende a ser limitado, embora o impacto setorial possa ser significativo para exportadores atingidos.
O governo brasileiro acionou a Organização Mundial do Comércio nesta quarta contra o "tarifaço" norte-americano. Em nota, o Itamaraty classificou a decisão como violação de compromissos assumidos pelos Estados Unidos e afirmou que o Brasil segue disposto a negociar.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo prepara um pacote de ajuda às empresas afetadas, com linhas de crédito e ampliação das compras públicas. Ele também confirmou reunião com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, na próxima semana.
A retaliação norte-americana foi justificada pela Casa Branca como uma resposta a ações do governo brasileiro consideradas uma ameaça à segurança nacional dos EUA. Trump também aumentou a pressão sobre a Índia, com nova tarifa de 25%, em resposta à compra de petróleo russo.
Além do impacto cambial, os dados da balança comercial brasileira também chamaram atenção. O Brasil registrou superávit de US$ 7,075 bilhões em julho, acima da projeção do mercado, mas com queda de 6,3% em relação ao mesmo mês de 2024. Já nas relações com os EUA, o país acumulou déficit de US$ 559 milhões no mês, o sétimo consecutivo.
No acumulado de agosto, o dólar recua 2,46% e, no ano, a queda é de 11,6%. O Ibovespa avança 1,59% na semana, 1,10% no mês e 11,85% no ano.
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