ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SÁBADO  23    CAMPO GRANDE 33º

Economia

"É um alerta", diz economista sobre 4ª queda consecutiva em intenção de consumo

Pesquisa mostra que maio traz menor índice do ano, com redução de 1,1% no ICF em relação ao mês de abril

Por Mylena Fraiha | 04/06/2024 16:10
Vendedora organiza roupas em loja de departamento (Foto: Arquivo/Campo Grande News/Paulo Francis)
Vendedora organiza roupas em loja de departamento (Foto: Arquivo/Campo Grande News/Paulo Francis)

O mês de maio registrou a quarta queda consecutiva no ICF (Intenção de Consumo das Famílias), com uma diminuição de 1,1%, que foi de 109,9 pontos em abril para 108,7 pontos em maio. Este é o menor índice desde outubro do ano passado, quando foi registrado 108,1 pontos, conforme pesquisa desenvolvida pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).

A pesquisa de ICF, realizada na Capital, também abordou a percepção sobre compras no cartão de crédito: 19,6% dos entrevistados acreditam que está mais fácil; 34,3% consideram mais difícil; e 38,1% acham que está igual ao ano passado.

Em relação às compras em geral, 35,2% dos entrevistados estão comprando menos que no ano passado, 23,8% mais, e 41,1% o mesmo. Quanto à aquisição de eletrodomésticos, 52,2% consideram um mau momento para essas compras, enquanto 36,1% acham que é um bom momento.

Tabela mostra série histórica do ICF em Campo Grande (Imagem: Reprodução/Fecomércio MS)
Tabela mostra série histórica do ICF em Campo Grande (Imagem: Reprodução/Fecomércio MS)

De acordo com a economista do IPF (Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio), Regiane Dede de Oliveira, Mato Grosso do Sul apresentou um bom desempenho no volume de vendas do comércio varejista, ocupando o 8º lugar em nível nacional, conforme apresentado pela última PMC (Pesquisa Mensal de Comércio), que avaliou o mês de março.

Entretanto, ela aponta que a queda consecutiva na intenção de consumo é um sinal de alerta para o comércio local. “É um alerta. Nós estamos em uma zona confortável ainda de variação positiva, porém há essa desaceleração do consumo, que é um ponto de atenção para o ano de 2024. Esperamos que esses números melhorem no segundo semestre”, destacou Regiane.

Na percepção de Regiane, essa queda na intenção de consumo tem relação com a alta taxa de endividamento das famílias em Campo Grande. “A questão do aumento do endividamento das famílias impacta. À medida que as pessoas perdem o poder de compra, começam a comprar parcelado. Quando há dificuldade em pagar essas parcelas, percebemos um aumento nas pessoas com contas em atraso”, explica.

A última PEIC (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor) aponta que 207.377 famílias estavam endividadas em Campo Grande, no mês de fevereiro. O índice fica em 63,9% contra 63,3% em janeiro.

Dos entrevistados, 16,5% se consideram muito endividados; e 28,3% pouco endividados. O cartão de crédito continua liderando as dívidas (70%); seguido dos carnês (18,3%); financiamento de carro (9%); financiamento de casa (8,6%); crédito pessoal e (7,6%).

A economista também menciona que no primeiro semestre do ano os consumidores têm o salários comprometido com pagamento de impostos e outras despesas. “Geralmente, quando os consumidores estão mais organizados, já passou o período do primeiro semestre, que é quando impostos, matrículas escolares, compra de material escolar e outras dívidas acumulam”, concluiu a economista.

Volume de vendas - Apesar da queda na intenção de consumo, a última PMC (Pesquisa Mensal de Comércio), divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), revelou que o volume de vendas do comércio varejista sul-mato-grossense mantém alta pelo quarto mês consecutivo, e atingiu 1,1% na passagem de fevereiro para março.

Esse valor contabiliza os seguintes setores: Combustíveis e lubrificantes; Hiper e supermercados; Tecidos, vestuário e calçados; móveis e eletrodomésticos;  artigos farmacêuticos e médicos; Livros, jornais, revistas e papelaria; equipamentos para escritório; e outros artigos de uso pessoal e doméstico.

No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo, Mato Grosso do Sul registrou uma queda de -8,4%, tornando-se o terceiro estado brasileiro com menor índice de vendas neste setor.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.

Nos siga no Google Notícias