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Economia

Produção de 2,3 milhões de toneladas de celulose põe Ribas na rota da exportação

Com esse número, a fábrica da Suzano na cidade se tornará a maior planta em linha única do mundo

Lucia Morel e Aline dos Santos, enviada especial a Ribas do Rio Pardo | 21/10/2021 07:46
Obra movimenta 300 caminhões todos os dias nessa primeira etapa. (Foto: Marcos Maluf)
Obra movimenta 300 caminhões todos os dias nessa primeira etapa. (Foto: Marcos Maluf)

A 230 km da cidade que é o polo mundial da celulose, Ribas do Rio Pardo, que tem 25,3 mil habitantes, vai entrar na rota da exportação por conta da mesma matéria-prima que colocou Três Lagoas no topo das vendas externas de Mato Grosso do Sul.

Com a construção em andamento de nova fábrica da Suzano, que vai ocupar uma área de 4,5 milhões de metros quadrados (terreno de quase 5 km de comprimento por 3 km de largura) na cidade, que tem cerca de sete vezes esse tamanho, o município já passa por grandes transformações - como já mostrou o Campo Grande News - mas mais mudanças estão por vir.

Segundo o diretor de engenharia, Maurício Miranda, a empresa veio para permanecer e deve apresentar números expressivos de produção e mão de obra quando começar a operar, no primeiro trimestre de 2024.

"A Suzano veio para ficar", reforçou em vários momentos durante entrevista. Pelos planos, toda a produção que deve ser de 2,3 milhões de toneladas anuais, será exportada e o escoamento se dará por via férrea até chegar ao Porto de Santos.

A indústria ainda não decidiu se o fará pela malha Oeste ou Norte, mas destaca o uso da matéria-prima pelos países importadores para a fabricação de papel para impressão e escrita, bem como para embalagens e uso sanitário.

Com essa produção, a fábrica se tornará a maior planta de celulose em linha única do mundo e o investimento total de R$ 14,7 bilhões vai permitir a contratação de 10 mil trabalhadores somente nas etapas de fundação e construção e mais três mil quando a empresa começar a operar.

Reprodução da Carta de Conjuntura de Outubro de 2021 da Semagro.
Reprodução da Carta de Conjuntura de Outubro de 2021 da Semagro.

Para comparação, em Três Lagoas, são produzidos 3,25 milhões de toneladas de celulose ao ano, mas apesar de serem uma ao lado da outra, a produção é dividida entre duas plantas de fábrica que empregam seis mil pessoas.

Na última publicação da balança comercial do Estado pela Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) feita este mês, o município aparece em primeiro lugar como maior exportador no ranking estadual, representando 41,56% das exportações feitas por Mato Grosso do Sul entre janeiro e setembro deste ano.

PROJETO CERRADO - Batizado de Projeto Cerrado, a fábrica em Ribas vai ampliar em 20% sua capacidade de produção com a efetivação da planta no município. Atualmente, a Suzano produz 10,9 milhões de toneladas de celulose ao ano.

A empresa afirma ainda que a fábrica será sua unidade mais competitiva. O total a ser investido depende de liberações conforme o andamento da obra, que chama a atenção por quem passa pela BR-262 diante da movimentações de caminhões, tratores e trabalhadores.

Movimento intenso chama atenção de quem passa pela BR-262. (Foto: Marcos Maluf)
Movimento intenso chama atenção de quem passa pela BR-262. (Foto: Marcos Maluf)

Atualmente, para se ter uma ideia, 1,8 mil homens atuam nas intervenções de terraplanagem, drenagem e fundação, cuja toda infraestrutura para receber a fabrica em si, deve ficar pronta até meados de 2022.

Além disso, 300 caminhões e 150 retroescavadeiras percorrem diuturnamente a área transportando os materiais. O trabalho é feito em dois turnos, que são das 19h às 4h e das 6h30 às 17h.

Por parte do Governo do Estado, investimentos também têm sido feitos para que a indústria se instale da melhor forma e ganhe competitividade, com licitação em andamento para obra na rodovia MS-338, que liga Ribas do Rio Pardo a Camapuã e também no acesso a Bandeirantes, a MS-245.

De Rio Pardo para o mundo: produção de celulose vai viajar pelos trilhos até o Porto de Santos. (Foto: Marcos Maluf)
De Rio Pardo para o mundo: produção de celulose vai viajar pelos trilhos até o Porto de Santos. (Foto: Marcos Maluf)


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