Quatro grupos gigantes vão disputar a Rota da Celulose em leilão
Disputa pelo lote de 870 km de rodovias será realizada na quinta (8) na Bolsa de Valores de SP
O leilão da concessão rodoviária da Rota da Celulose será disputado por quatro grupos empresariais nesta quinta-feira (8), às 13h (de MS) na sede da B3, em São Paulo. A entrega das propostas, realizada nesta segunda-feira (5), confirmou a presença do consórcio Way/Kinea, XP, BTG e K-Infra, segundo apuração do Valor Econômico.
RESUMO
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Quatro grupos empresariais disputam a concessão da Rota da Celulose, em Mato Grosso do Sul. O leilão acontece nesta quinta-feira (8), na B3, em São Paulo. O projeto envolve 870,3 quilômetros de rodovias estaduais e federais, com investimentos previstos de R$ 10 bilhões em obras e custos operacionais ao longo de 30 anos. Way/Kinea, XP, BTG e K-Infra entregaram propostas e concorrem pela concessão. O projeto passou por reestruturação após uma tentativa fracassada de leilão em 2024. A nova modelagem aumentou a taxa de retorno e ajustou exigências, atraindo os interessados. O governador Eduardo Riedel (PSDB) e a secretária Eliane Detoni demonstram otimismo com o leilão e seus impactos positivos para o estado.
O projeto, uma parceria do governo estadual com o federal, envolve a concessão de 870,3 quilômetros de rodovias, incluindo trechos das estaduais MS-040, MS-338 e MS-395 e das federais BR-262 e BR-267. Ele prevê a recuperação, operação, manutenção, conservação e ampliação das vias por 30 anos, com investimentos estimados em R$ 6,9 bilhões em obras, como a duplicação de 146 km, além de R$ 3,2 bilhões em custos operacionais — totalizando cerca de R$ 10 bilhões.
Essa é a segunda tentativa de leiloar o contrato, após a ausência de interessados no certame de dezembro de 2024. À época, analistas apontaram como entraves o subdimensionamento do valor das obras, riscos no modelo de cobrança free flow e a alta concorrência no mercado de concessões rodoviárias. Para esta nova rodada, o governo reestruturou o projeto, aumentando a taxa de retorno e ajustando exigências, o que ampliou sua atratividade.
Entre os quatro grupos concorrentes, o consórcio Way/Kinea se destaca por já operar a Way-306 no Estado e, recentemente, ter conquistado a concessão da Rota do Zebu, em Minas Gerais. A XP e o BTG são participantes ativos no setor, tendo disputado licitações como a Rota Verde (GO), Rota dos Cristais (MG-GO) e outras. Já a K-Infra, embora enfrente dificuldades na Rodovia do Aço (RJ), permanece ativa no mercado, tendo disputado recentemente lotes no Mato Grosso.
O governador Eduardo Riedel (PSDB) destacou a importância do projeto, ressaltando que a integração de trechos federais e estaduais em um único lote tornou a concessão mais atrativa.
“Trata-se de um grande projeto, onde conseguimos a delegação ao Estado de trechos da BR-262 e BR-267, para juntarmos às rodovias estaduais e assim formar um único lote, com 870 km que vai a leilão. Desta forma ficou atrativo e chamou a atenção do mercado, que está interessado em participar. Será um dos maiores projetos (rodoviários) do Brasil e com um modelo dinâmico e flexível, ou seja, se aumentar o fluxo de carros acima do previsto, poderão ter novos investimentos”, afirmou o governador Eduardo Riedel.
A secretária estadual de Parcerias Estratégicas, Eliane Detoni, também demonstrou otimismo com a nova tentativa, ressaltando que a disputa deve resultar em tarifas mais vantajosas para os usuários.
"Estamos otimistas com o resultado do leilão, que evidenciou o forte interesse do mercado após os aprimoramentos no projeto. As revisões trouxeram um equilíbrio entre a qualidade dos serviços oferecidos ao usuário e a atratividade para o investidor. A entrega das propostas já demonstrou uma elevada competitividade, o que aumenta nossa confiança no sucesso da concessão e nos resultados positivos que ela deve gerar para a atração de investimentos para os próximos 30 anos e avanços importantes na infraestrutura rodoviária de Mato Grosso do Sul”, disse.
O leilão será realizado quinta-feira, 8 de maio de 2025, às 13 horas (horário de MS), na B3, situada na Rua Quinze de Novembro, 275, São Paulo – SP. Contará com transmissão ao vivo pela TV B3, https://tvb3.com.br/./.
Os quatro grupos que disputarão o leilão da concessão rodoviária da Rota da Celulose, em Mato Grosso do Sul, representam diferentes perfis de atuação e magnitude no mercado de infraestrutura e investimentos. A seguir, um resumo de cada um:
1. Consórcio Way/Kinea
O consórcio é formado pela Way Brasil, especializada em concessões rodoviárias, e pela Kinea Investimentos, uma das maiores gestoras de recursos do Brasil, ligada ao Itaú Unibanco. A Way Brasil já opera a Way-306 em Mato Grosso do Sul e, recentemente, venceu o leilão da BR-262/MG, conhecida como Rota do Zebu, em parceria com a Kinea. A Kinea possui cerca de R$ 73,7 bilhões em ativos sob gestão.
2. XP Inc.
A XP é uma das principais plataformas de investimentos do Brasil, com atuação em corretagem, gestão de recursos e serviços financeiros. Em 2021, reportou lucro líquido de R$ 1,034 bilhão no segundo trimestre, com receita bruta de R$ 3,2 bilhões. Valor Econômico A empresa tem expandido sua atuação para o setor de infraestrutura, participando de licitações como a Rota Verde (GO) e a Rota dos Cristais (MG-GO).
3. BTG Pactual
Maior banco de investimentos da América Latina, o BTG Pactual possui ativos totais de aproximadamente US$ 114 bilhões. Financial Times Em 2024, registrou lucro líquido de R$ 12,3 bilhões, com retorno sobre o patrimônio de 23%. O banco atua em diversos segmentos, incluindo investment banking, gestão de ativos e patrimônio, e tem investido fortemente no setor de infraestrutura e commodities.
4. K-Infra (KKR Infrastructure Conglomerate LLC)
A K-Infra é uma empresa do grupo KKR, uma das maiores gestoras de investimentos globais. Criada para adquirir e gerenciar ativos de infraestrutura, a K-Infra tem foco em projetos de longo prazo e já participou de concessões como a Rodovia do Aço (RJ). Apesar de desafios em alguns projetos, mantém interesse ativo no mercado brasileiro, incluindo disputas recentes por lotes no Mato Grosso.