Pedágio na Rota da Celulose poderá chegar a R$ 162 em pista sem duplicação
Com atualização do edital, houve reajuste nas tarifas cobradas por categoria de veículo em 12 pontos
O novo edital de concessão para a Rota da Celulose, que abrange trechos das rodovias MS-040, MS-338, MS-395 e partes das BR-262 e BR-267 em Mato Grosso do Sul, trouxe um aumento significativo nas tarifas de pedágio, que poderão atingir até R$ 162 em trechos sem duplicação. A concessão, que será leiloada em 8 de maio na B3, Bolsa de Valores de São Paulo, passou a incluir valores mais altos para atrair propostas, após o edital inicial não ter recebido nenhuma oferta.
RESUMO
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O novo edital de concessão para a Rota da Celulose, em Mato Grosso do Sul, prevê pedágios que podem chegar a R$ 162 em trechos sem duplicação. A concessão será leiloada em 8 de maio na B3, São Paulo. As tarifas foram aumentadas para atrair propostas, com valores variando conforme o tipo de pista e veículo. O sistema de cobrança será eletrônico, sem paradas, e oferecerá desconto para pagamento via tag. Veículos de emergência e do governo estadual estarão isentos. O leilão será decidido pelo maior desconto oferecido nas tarifas, exigindo aporte financeiro proporcional. As obras devem começar após a assinatura do contrato, com 12 pórticos de pedágio previstos.
A atualização das tarifas foi determinada para tornar o projeto mais atraente para as empresas interessadas em assumir a concessão, e a principal novidade está na estrutura das tarifas de pedágio, que terão uma variação considerável dependendo da categoria do veículo e do tipo de pista. Para veículos de passageiros, como automóveis, os valores começam em R$ 5,80, podendo chegar a até R$ 162 para caminhões de 9 eixos. A tarifa é dividida conforme o tipo de pista (simples ou dupla) e a categoria do veículo, com valores mais altos para veículos comerciais e caminhões de maior porte.
O novo valor por quilômetro foi reajustado para R$ 0,19 para trechos de pista simples e R$ 0,26 para pista dupla, superando o modelo anterior, onde o teto de tarifa era de R$ 0,16 para pista simples e R$ 0,22 para pista dupla. Esses aumentos refletem o custo estimado para a operação e manutenção das rodovias, além do investimento em novos trechos de duplicação e melhorias nos serviços de atendimento ao usuário.
A cobrança do pedágio na Rota da Celulose será realizada por meio de um sistema eletrônico free flow, o que significa que os veículos não precisarão parar nos pórticos de cobrança. O sistema de cobrança sem paradas visa aumentar a fluidez do trânsito e reduzir os impactos no tempo de viagem, uma das principais queixas dos motoristas em rodovias com cobrança tradicional. As tags automáticas serão usadas para realizar o pagamento sem que o motorista precise sair da pista.
Além disso, os motoristas que optarem pelo pagamento via tag terão um desconto de 5% sobre o valor da tarifa, enquanto as motocicletas estarão isentas do pagamento de pedágio. Outra isenção será para veículos pertencentes ao governo estadual, como os de órgãos como Seilog, Agesul, Detran/MS, Agems, e para veículos de policiamento, como os da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Federal, bem como para veículos de emergência, como ambulâncias e viaturas do Corpo de Bombeiros. Veículos de carga vazios também não pagarão pedágio sobre os eixos suspensos.
A concessão será decidida com base no critério de maior desconto oferecido nas tarifas de pedágio. As empresas participantes do leilão poderão apresentar propostas com descontos de até 20% sobre as tarifas, mas, para cada ponto percentual de desconto, será exigido um aporte de recursos financeiros proporcional ao desconto oferecido. Isso significa que as empresas que oferecerem um maior desconto precisarão investir mais no projeto, garantindo assim a competitividade do processo. Caso duas ou mais empresas apresentem o mesmo percentual de desconto, o vencedor será escolhido com base no valor do aporte de recursos, com a empresa que oferecer o maior investimento sendo favorecida.
O leilão acontecerá na B3, em São Paulo, e as obras devem ser iniciadas após a assinatura do contrato de concessão, com um prazo de até um ano para o início da cobrança. O projeto inclui 12 pórticos de pedágio distribuídos entre os municípios de Três Lagoas, Água Clara, Ribas do Rio Pardo, Campo Grande, Santa Rita do Pardo, Bataguassu, Nova Andradina e Novo Alvorada do Sul. Cada um desses pórticos terá tarifas diferenciadas, com os valores variando dependendo do município e da categoria do veículo.
Para entender melhor o impacto das novas tarifas, o estudo de tráfego elaborado levou em consideração a demanda por pórtico, dividindo os veículos entre grupos: os de passeio, comerciais e caminhões. De acordo com o estudo, os veículos comerciais, como caminhões e veículos de carga, terão tarifas muito mais altas devido ao maior número de eixos.
Os valores de pedágio para cada tipo de veículo foram calculados com base em um multiplicador, que varia conforme o número de eixos do veículo. Para um automóvel, o multiplicador será de 1x, o que significa que o valor de pedágio será o mesmo da tarifa básica. No caso de caminhões, o multiplicador pode variar entre 2x e 9x, dependendo do número de eixos do veículo, com valores mais elevados para os caminhões maiores. Por exemplo, um carro de passeio pagará R$ 18 em Ribas do Rio Pardo, enquanto um caminhão de 9 eixos pagará R$ 162 no mesmo local.
Confira todos abaixo os valores de pedágio por categoria de veículo em pista simples que estão previstos em cada ponto de cobrança da Rota da Celulose:
Projeto - Com 870,3 quilômetros de rodovias estaduais (MS-040, MS-338 e MS-395) e federais (BR-262 e BR-267), a concessão está prevista para durar 30 anos e requer um investimento total de cerca de R$ 10,1 bilhões em capital privado, que anteriormente estava previsto em pouco mais de R$ 9 bilhões.
Os investimentos são para ampliar e antecipar melhorias na malha viária. Serão 115 km em duplicações, 457 km de acostamentos, 245 km em terceiras faixas, 12 km de marginais, implantação de 38 km em contornos de municípios, 62 dispositivos em nível, 4 dispositivos em desnível, 25 acessos, 22 passagens de fauna, 20 alargamentos de pontes e implantação de 3.780,00 m² obras de arte especiais. A malha passa a ter 100% de acostamento. Mesmo com os ajustes, os principais investimentos da concessão se concentram nos primeiros 8 anos de vigência do contrato.
Para garantir maior segurança e eficiência na prestação de serviços aos usuários, a concessionária implantará e operará veículos de inspeção para controle do tráfego. Esses veículos circularão continuamente pela rodovia concedida, verificando as condições de segurança, prestando auxílio aos usuários, identificando ocorrências e acionando os recursos necessários para o atendimento.
Além disso, a concessionária contará com 13 guinchos para socorro mecânico, 13 ambulâncias para atendimento e socorro médico, 5 caminhões-pipa para combate a incêndios, 5 caminhões adaptados para apreensão de animais e desobstrução de pistas, e 13 postos de atendimento aos usuários, que oferecerão estacionamento, sanitários, telefones e áreas de descanso. Ao longo das margens das rodovias, serão instalados três postos de parada e descanso.
Cada uma das principais rodovias (MS-040, BR-262 e BR-267) contará com um posto, oferecendo a infraestrutura necessária para proporcionar descanso seguro aos motoristas profissionais de transporte rodoviário de cargas e passageiros.
Esses postos servirão como locais onde os caminhoneiros poderão fazer refeições, realizar higiene pessoal e descansar após longas jornadas de trabalho. A iniciativa tem como objetivo promover a segurança nas estradas, reduzir a fadiga dos motoristas, prevenir acidentes e assegurar condições adequadas de repouso.
O leilão de concessão ocorrerá no dia 8 de maio de 2025, em São Paulo (SP), na B3. Para mais detalhes, o edital completo e as informações sobre o processo de licitação podem ser acessados no site www.epe.segov.ms.gov.br.
