Setor de biocombustível pede apoio para impulsionar produção
Empresários e poder público apontam necessidade de criar rede de distribuição, a exemplo do gás natural

Empresários, representantes do poder público, universidades e Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul) discutiram como ampliar a produção e o consumo do biometano em Mato Grosso do Sul. O Estado já se destaca no setor de energias renováveis e o biometano, produzido a partir da vinhaça, subproduto da fabricação do etanol, desponta como uma opção ao diesel em veículos pesados.
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O setor de biocombustíveis em Mato Grosso do Sul busca expandir a produção e o consumo de biometano, combustível renovável obtido da vinhaça, subproduto do etanol. O estado, que já é referência no setor sucroenergético, conta com empresas como Adecoagro e Atvos, que anunciaram investimentos significativos na área. Entre os desafios do setor estão a criação de corredores logísticos para distribuição em larga escala e o alinhamento de políticas estaduais e federais. O biometano é considerado essencial para o programa MS Carbono Neutro 2030, podendo reduzir em até oito vezes as emissões de CO₂ ao substituir o diesel em veículos pesados.
O encontro, organizado pela Biosul e pela ZEG Biogás, com apoio da Agems (Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Mato Grosso do Sul) e do Centro de Sustentabilidade Industrial da Fiems (Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul), reforçou a importância do combustível renovável na estratégia de descarbonização do transporte pesado.
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As apresentações mostraram o avanço de projetos já em curso no Estado. A Adecoagro, instalada em Ivinhema, apresentou o caso da primeira usina a produzir biometano a partir da vinhaça da cana-de-açúcar, com previsão de investimentos para quintuplicar a produção até 2027. A Atvos também já havia anunciado investimentos para a construção de uma planta industrial em Nova Alvorada do Sul, avaliada em R$ 360 milhões. Referência no setor sucroenergético, o Estado responde por mais de 16% da geração de energia renovável no país.
O secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, ressaltou que o uso do biometano é essencial para o programa MS Carbono Neutro 2030, ao substituir o diesel em veículos pesados e reduzir em até oito vezes as emissões de CO₂. “Acreditamos no alto potencial do biometano para substituir o diesel na frota, contribuindo para a descarbonização dos veículos a diesel em Mato Grosso do Sul. Iniciativas como a da Adecoagro, que está expandindo suas operações, e da Atvos, entre outras, demonstram esse potencial. O agronegócio, especialmente nos setores de proteína animal, suínos e cultura, possui capacidade para atender à demanda de produção de biometano no Estado.”
Entre os desafios apontados, estão a criação de corredores logísticos de biometano, a exemplo do que existe hoje para o transporte do gás natural; a necessidade de alinhar políticas estaduais e federais e o fortalecimento da pesquisa científica em parceria com universidades e a indústria. Essas medidas são vistas como fundamentais para transformar o potencial do setor em competitividade real no mercado de combustíveis.
Para o presidente da Biosul, Amaury Pekelman, o biometano representa uma nova fronteira para a bioenergia sul-mato-grossense, unindo inovação, sustentabilidade e segurança energética. Assim como o etanol mudou a matriz de combustíveis no Brasil, o biometano é apontado como o próximo capítulo dessa transição, capaz de gerar valor em toda a cadeia produtiva.
O encontro também envolveu a participação das universidades públicas e da Fiems em busca de uma aliança para desenvolver estudos sobre o setor.
