União Europeia também suspende compra de frango brasileiro
Governo negocia limitar embargo ao Rio Grande do Sul; China também interrompe importações por 60 dias
A União Europeia também suspendeu temporariamente as importações de carne de frango do Brasil após a confirmação do primeiro foco de gripe aviária em uma granja comercial no país. A medida segue o protocolo sanitário firmado entre o bloco europeu e o Brasil, que prevê autoembargo em caso de detecção da doença em plantel comercial.
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A União Europeia suspendeu temporariamente as importações de carne de frango do Brasil após a confirmação de um foco de gripe aviária em uma granja comercial no Rio Grande do Sul. A medida segue o protocolo sanitário entre o bloco europeu e o Brasil, que prevê autoembargo em casos de detecção da doença. O governo brasileiro já implementou medidas emergenciais, como isolamento da granja e eliminação das aves afetadas. A União Europeia é um dos principais compradores do frango brasileiro, representando 7% das exportações. Enquanto o Brasil negocia a regionalização do embargo com o bloco, a China optou por suspender totalmente as compras por 60 dias. O impacto preocupa estados exportadores como Mato Grosso do Sul, que registrou crescimento nas vendas no primeiro trimestre de 2025. As autoridades brasileiras atuam no controle sanitário e em negociações para minimizar os efeitos comerciais.
A suspensão ocorre após o Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) confirmar a presença da influenza aviária de alta patogenicidade em uma granja de produção de ovos férteis em Montenegro, na Região Metropolitana de Porto Alegre (RS). Desde então, o Governo Federal implementou medidas emergenciais, como o isolamento da granja, eliminação das aves e monitoramento de outras propriedades num raio de 10 quilômetros.
A União Europeia é um dos principais compradores do frango brasileiro, representando cerca de 7% do total exportado. Em 2024, o país embarcou 229,9 mil toneladas de carne de frango para os 27 países do bloco, gerando US$ 655,3 milhões em receita.
O ministro Carlos Fávaro informou que o Brasil está negociando com o bloco europeu a adoção da regionalização do embargo, prática já acordada com outros países, como Reino Unido, Japão, Argentina, Emirados Árabes e Arábia Saudita. Esses países restringiram as importações apenas ao Rio Grande do Sul e, posteriormente, apenas ao município afetado.
A China, por sua vez, optou por suspender totalmente as compras de carne de frango brasileira por até 60 dias, com início nesta sexta-feira (16). A medida preocupa especialmente estados exportadores como Mato Grosso do Sul, que registrou forte crescimento nas exportações de frango no primeiro trimestre de 2025.
Segundo dados da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) o estado exportou 49,6 mil toneladas de carne de frango entre janeiro e março deste ano, com faturamento de US$ 103,3 milhões, um aumento de 33% na receita e 27% no volume em relação ao mesmo período de 2024. A China foi responsável por 16,3% dessa receita, com a compra de 7,17 mil toneladas, o equivalente a cerca de 200 carretas carregadas com o produto.
A União Europeia também figura entre os destinos relevantes para Mato Grosso do Sul. Em 2023, o estado exportou 19 mil toneladas de carne de frango para países do bloco, com receita de US$ 51,5 milhões. Apenas no primeiro trimestre de 2025, Reino Unido, Holanda e Suíça adquiriram quase 7,5 mil toneladas de frango sul-mato-grossense, movimentando cerca de US$ 20 milhões.
Em nível nacional, o Brasil exportou 1,33 milhão de toneladas de carne de frango no primeiro trimestre de 2025, totalizando US$ 2,03 bilhões em vendas externas, um crescimento de 21% na receita e 13,6% no volume em comparação ao mesmo período de 2024. Mato Grosso do Sul respondeu por 4,1% da receita e ocupa o sexto lugar entre os maiores exportadores de frango do país.
As autoridades brasileiras afirmaram que estão atuando em duas frentes: o controle sanitário para evitar a propagação da gripe aviária e a negociação diplomática para minimizar os impactos comerciais. O Ministério da Agricultura reforça que não há registro de novos focos em outras granjas comerciais e que as ações previstas no Plano Nacional de Contingência estão em execução.