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Economia

Veja 10 principais pontos que respaldam pedido para suspender leilão da BR-163

Novo contrato da BR-163, por exemplo, reduz 75% das duplicações previstas inicialmente

Por Ângela Kempfer | 16/04/2025 15:43
Veja 10 principais pontos que respaldam pedido para suspender leilão da BR-163
Trecho da BR-163, que vai a leilão no dia 22 de maio (Foto: Arquivo Campo Grande News)

Por dez anos, a CCR MSVia é cobrada por descumpriu cláusulas centrais do contrato de concessão da BR-163 em Mato Grosso do Sul. Agora, a menos de uma semana para decidir se o grupo segue ou não com a rodovia aqui no Estado, relatório resumiu as criticas contra a empresa.

RESUMO

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A concessionária CCR MSVia, responsável pela BR-163, duplicou apenas 150,4 km dos 845,4 km previstos até 2019, descumprindo o contrato original. A proposta de repactuação permite aumento da tarifa de pedágio sem a entrega das obras, perdoa multas milionárias e reduz o escopo de duplicação em mais de 75%. A ANTT foi omissa na fiscalização e na participação popular. A precariedade da rodovia resultou em 865 acidentes e 74 mortes em 2024. O novo contrato é considerado um 'engodo técnico' e viola princípios constitucionais e a lei de concessões.

O documento de 25 páginas, elaborado pela Comissão Temporária para Acompanhamento do Processo de Relicitação BR-163/MS,  criada pela Assembleia Legislativa, aponta inadimplência crônica, maquiagem de obras paralisadas, perdão milionário de multas e até aumento tarifário sem contrapartida em infraestrutura.

Assinada por parlamentares de Mato Grosso do Sul, prefeitos e entidades da sociedade civil, a representação cobra a suspensão imediata do leilão de relicitação da rodovia, marcado para o dia 22 de maio, e exige apuração de responsabilidades civis, administrativas e até penais.

Para entender o que é questionado veja os dez principais tópicos apontados no documento:

  • Descumprimento do contrato de duplicação
    A CCR MSVia executou apenas 150,4 km dos 845,4 km previstos, ou seja, menos de 18% da duplicação contratada, cujo prazo era de 5 anos a partir de 2014.

  • Maquiagem de obras antigas como “novos investimentos”
    Os 65 km prometidos nos primeiros anos da repactuação já estavam parcialmente iniciados e paralisados, sendo reapresentados como novas contrapartidas, sem esforço real de investimento.

  • Reajuste tarifário desvinculado da entrega de obras
    O novo modelo permite aumento automático do pedágio por marcos temporais, dobrando a tarifa em quatro anos mesmo sem a entrega das obras previstas.

  • Perdão e compensação de multas milionárias
    A ANTT perdoou R$ 159,4 milhões e autorizou a compensação de mais R$ 237 milhões em multas, beneficiando a concessionária sem retorno concreto à coletividade.

  • Baixo investimento diante de alta captação e arrecadação
    A empresa captou quase R$ 4 bilhões em recursos públicos, mas investiu apenas R$ 1,97 bilhão. Ainda assim, arrecadou R$ 3,66 bilhões com pedágio até 2023.

  • Agravamento da insegurança viária
    A falta de duplicação e manutenção adequada contribuiu para 865 acidentes e 74 mortes apenas em 2024, o pior índice desde 2017, segundo a PRF.

  • Omissão da ANTT e falta de transparência
    A agência reguladora negligenciou a fiscalização e realizou audiência pública de forma reservada, sem participação ampla da sociedade e das autoridades locais.

  • Modelo de repactuação tecnicamente lesivo ao interesse público
    O novo contrato reduz o escopo de duplicação em mais de 75%, mas mantém ou aumenta os custos operacionais, segundo auditoria do TCU, sem justificativa plausível.

  • Violação à lei de concessões e princípios constitucionais
    A repactuação afronta os princípios da modicidade tarifária, moralidade e eficiência administrativa, previstos na Constituição e na Lei nº 8.987/1995.

  • Precedente institucional grave sem nova licitação
    A manutenção da CCR até 2054, mesmo com o histórico de descumprimento, representa um risco institucional e desrespeita o princípio constitucional da licitação.

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