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Educação e Tecnologia

Centro-Oeste lidera no uso da internet e no acesso a serviços de streaming

Pesquisa do IBGE mostra que, pela 1ª vez, mais da metade dos brasileiros navega pela TV

Por Guilherme Correia | 24/07/2025 09:54
 Centro-Oeste lidera no uso da internet e no acesso a serviços de streaming
Mulher acessa internet pela televisão, um crescimentos verificado em todo Brasil (Foto: Henrique Kawaminami)

Apesar dos avanços no acesso à internet e aos serviços digitais, o Centro-Oeste brasileiro ainda convive com desigualdades marcantes entre áreas urbanas e rurais, conforme pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre Acesso à Internet, televisão e posse de celular, realizada no quarto trimestre de 2024 e divulgada apenas por região.

RESUMO

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Centro-Oeste lidera acesso à internet, mas desigualdade persiste. Pesquisa do IBGE revela que 96% dos domicílios da região estão conectados, superando a média nacional. A região também se destaca no uso de streaming pago e possui o maior percentual de domicílios com celular. Apesar dos avanços, a exclusão digital persiste, principalmente na área rural. Cerca de 8,6% dos domicílios não têm acesso à televisão, e a disparidade no uso de dispositivos inteligentes entre áreas urbanas e rurais é significativa. O acesso à internet entre estudantes também varia conforme o nível de ensino e a rede, pública ou privada.

Segundo os dados, a região à qual Mato Grosso do Sul faz parte foi a com maior proporção de domicílios conectados à internet no país: 96% das casas tinham acesso à rede em 2024, superando a média nacional de 93,6%.

Norte (88,2%) e Nordeste (87,2%) seguem com as menores proporções, porém foram as que mais cresceram frente a 2023. De 2019 a 2024, Norte e Nordeste acumulam altas, sinal de redução da desigualdade regional.

Além disso, a região Centro-Oeste figura entre as líderes no uso de serviços de streaming pagos, com 49,2% dos domicílios com televisão acessando essas plataformas, atrás apenas da região Sul.

“A televisão ultrapassou, em 2024, mais da metade dos usuários da internet, o que pode refletir, entre outros fatores, o avanço das plataformas de streaming. Já o uso do computador cai desde o início da série, embora com desaceleração a partir de 2023. Entre os estudantes, em 2024, já houve interrupção dessa queda”, avalia Gustavo Fontes, analista da pesquisa.

 Centro-Oeste lidera no uso da internet e no acesso a serviços de streaming

A pesquisa também aponta que 98,5% dos domicílios da região possuíam ao menos um telefone celular, maior percentual entre todas as regiões brasileiras. Já o uso de banda larga, fixa ou móvel, está praticamente universalizado na região, com 99,9% dos lares conectados utilizando ao menos um dos tipos.

Por outro lado, a exclusão digital ainda afeta parte da população. Cerca de 8,6% dos domicílios do Centro-Oeste não recebiam qualquer sinal de televisão aberta ou por assinatura, maior proporção entre todas as regiões.

Na área rural, 11,8% das casas estão completamente sem acesso à TV, seja por antena convencional, parabólica ou TV por assinatura.

O acesso desigual também aparece em relação à presença de dispositivos inteligentes (como lâmpadas ou caixas de som conectadas): 22,6% dos domicílios urbanos do Centro-Oeste tinham algum desses equipamentos, contra apenas 7,5% na área rural.

Entre estudantes, 98% dos alunos do Ensino Superior na rede pública da região acessaram a internet nos últimos três meses. Apenas 85,4% dos estudantes do Ensino Fundamental da rede pública tiveram o mesmo acesso, número inferior ao da rede privada.

 Centro-Oeste lidera no uso da internet e no acesso a serviços de streaming

No Brasil - Pela primeira vez, mais da metade da população acessa a internet pela TV. O País está cada vez mais "no sofá”. Em 2024, 89,1% dos 188,5 milhões de pessoas com 10 anos ou mais (168,0 milhões) usaram a internet nos três meses anteriores à pesquisa. O telefone móvel celular foi o equipamento dominante, citado por 98,8% dos usuários. Em seguida vieram a televisão (53,5%), o microcomputador (33,4%) e o tablet (8,3%).

Entre 2023 e 2024, houve alta no uso da televisão e do tablet para acessar a rede (respectivamente 3,7 e 0,7 ponto percentual) e queda do microcomputador (-0,8 p.p.). No longo prazo, a erosão do computador é evidente: de 63,2% em 2016 para 33,4% em 2024, o menor nível da série. Ainda assim, no ensino superior e na pós-graduação ele resiste. Mais de três quartos dos estudantes acessaram a internet por microcomputador tanto na rede pública (77,4%) quanto na privada (77,5%).

 Centro-Oeste lidera no uso da internet e no acesso a serviços de streaming

A diferença por cor ou raça diminuiu. Em 2024, 90,0% das pessoas brancas usaram a internet, contra 88,4% das pretas e 88,6% das pardas. Em 2016, os percentuais eram 72,6%, 63,9% e 60,3%. Entre as mulheres, 89,8% utilizaram a internet, ligeiramente acima dos homens (88,4%). A escolaridade ainda separa mundos: apenas 46,0% das pessoas sem instrução usaram a rede, enquanto quem tem superior incompleto chega a 97,9% e quem concluiu o superior, a 97,2%.

O recorte etário mostra quase universalização até os 29 anos (96,4% entre 25 e 29 anos). O uso cai para 89,9% entre 50 e 59 anos e para 69,8% a partir dos 60. De 2019 a 2024, os idosos foram os que mais cresceram: de 44,8% para 69,8%. Entre 50 e 59 anos, o salto foi de 74,4% para 89,9%.

Os estudantes: quase todos estão conectados, mas com fossos dentro da escola pública No total, 92,4% dos estudantes usaram a internet em 2024, ante 88,4% entre os não estudantes. Na rede privada, o acesso chega a 97,0% e, na pública, a 90,0%. No ensino fundamental, 94,2% dos alunos da rede privada e 85,4% da pública estavam conectados (diferença de 8,8 pontos percentuais). No ensino médio, a diferença praticamente zera: 95,9% na privada e 96,7% na pública. No ensino superior e na pós, o acesso roça a universalidade em ambas as redes (98,0% na privada e 98,4% na pública).

Em 2024, 10,5% dos usuários acessaram a internet gratuitamente em escolas, universidades ou bibliotecas públicas (10,2% em 2023 e 8,9% em 2022). Entre estudantes, o percentual foi de 29,6%. Na rede pública, 34,3% dos estudantes conectados recorreram a esse acesso, com alta em todos os níveis: 27,4% no fundamental, 39,3% no médio e 52,3% no superior ou pós. Considerando todo o universo de estudantes da rede pública, 30,9% disseram ter acessado a internet nesses locais no último ano, acima dos 27,2% de 2023 e dos 23,9% de 2022.

 Centro-Oeste lidera no uso da internet e no acesso a serviços de streaming

Quais são os principais usos da internet pelo brasileiro?

Conversar por chamadas de voz ou vídeo é a atividade líder (95,0%). Depois, vêm enviar ou receber mensagens por aplicativos que não sejam o e-mail (90,2%), assistir a vídeos, programas, séries e filmes (88,5%), acessar redes sociais (84,2%), ouvir músicas, rádio ou podcasts (83,5%), acessar bancos e instituições financeiras (71,2%), ler notícias, livros ou revistas (68,9%) e utilizar o e-mail (60,8%). Menos da metade dos usuários faz compras online (48,1%), utiliza serviços públicos (38,8%), joga (30,2%) ou vende/anuncia bens e serviços (12,3%).

De 2022 a 2024, as finalidades que mais cresceram foram bancos e instituições financeiras (de 60,1% para 71,2%, acréscimo de 22 milhões de pessoas), compras online (de 42,0% para 48,1%, quase 13 milhões a mais) e serviços públicos digitais (de 33,4% para 38,8%, mais de 11 milhões).

Quem ainda fica fora e por quê

Mesmo com a expansão, 10,9% da população de 10 anos ou mais (20,5 milhões de pessoas) não usou a internet em 2024. Os principais motivos foram não saber utilizar (45,6%) e não ver necessidade (28,5%). As barreiras econômicas somaram 10,9% e a falta de tempo, 4,3%. A preocupação com privacidade ou segurança apareceu em 3,8% das respostas. Entre quem ficou offline, 73,4% não tinha instrução ou tinha fundamental incompleto e 52,1% tinha 60 anos ou mais. No grupo de 10 a 13 anos, a segunda faixa etária mais numerosa entre os desconectados, pesaram a falta de necessidade (33,9%) e a preocupação com privacidade ou segurança (22,5%), além do custo do equipamento (9,3%) e do serviço (8,9%).

Segundo Gustavo Fontes, entre os mais jovens e estudantes que não acessaram a internet cresceu, de 2022 a 2024, a parcela que cita privacidade e segurança como principal motivo, o que tende a refletir a preocupação de pais e responsáveis. Motivos financeiros têm perdido peso relativo.