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Esportes

Copa com 50 anos de história volta com desfalques após ser parada pela covid

Torneio foi aberto na manhã deste domingo, no gramado especialmente preparado no Rádio Clube Campo

Por Antonio Bispo | 03/03/2024 09:55
Jogadores que participaram de uma das partidas na manhã deste domingo (Foto: Alex Machado)
Jogadores que participaram de uma das partidas na manhã deste domingo (Foto: Alex Machado)

Sob 30°C já no início da manhã, jogadores das antigas e a gurizada se reuniram como há 50 anos, para manter a tradição da Copa da Madrugada, realizada nos gramados do Rádio Clube Campo, desde 1974. Os veteranos voltam com desfalques, sem amigos que construíram essa história, mas foram levados pela covid-19.

Nesta manhã, os times chegaram cedo às dependências da sede campo, fazendo jus ao nome do campeonato, pelo menos por ser domingo. Par ao fim de semana, bater bola às 6h não é para qualquer um.

O presidente, coronel Sidinei Barboza, destaca que para além da comemoração dos 50 anos da Copa, também é celebrado o centenário do Rádio Clube. “A Copa da Madrugada é o principal evento esportivo amador que envolve clubes. Todos nós sabemos que o Rádio Clube faz parte da história de Campo Grande, principalmente, no meio do esporte”, disse.

Coronel Sidinei Barboza, presidente do Rádio Clube Campo (Foto: Alex Machado)
Coronel Sidinei Barboza, presidente do Rádio Clube Campo (Foto: Alex Machado)

Com a volta aos campos, depois de 4 anos sem a disputa, os participantes lembram de quem não faz mais parte dos times.  “Nós tivemos alguns amigos que partiram durante a pandemia, amigos que praticavam o futebol aqui toda quarta-feira e sábado. Pessoas que passaram a vida toda jogando a Copa da Madrugada, a Copa do Entardecer, Copa Sabadão. Alguns amigos que partiram como é o caso do Fernando, Dorvalino, Assis, Paraíba”, elencou..

Como também é tradição, em 2024 há um homenageado em especial e bem vivo. Os participantes escolheram o empresário André Luiz Calarge Zahran, de 56 anos, que neste domingo levou o filho e do sobrinho de 16 e 14 anos, para entrar no clássico.

Participo disso aqui já tem 20 anos. Eu sempre participei. Agora você ser homenageado é um orgulho muito grande. São 100 anos do clube, temos muito a comemorar esse ano. Eu venho aqui desde que tenho quase a idade deles, então são muitas histórias”, relembrou André.

Homenageado André acompanhado do filho e do sobrinho (Foto: Alex Machado)
Homenageado André acompanhado do filho e do sobrinho (Foto: Alex Machado)

Vanderlen Vasconcelos, de 70 anos, joga desde 2003. Conhecido entre os amigos como “Brecha”, o desafio em 2024 é recuperar o preparo físico.

“Voltei a jogar hoje, já senti uma dificuldade porque não estava mais acostumado, mas é muito bom estar de volta. Perdemos alguns amigos no meio do caminho, mas agora ficam as boas memórias. Hoje meu time perdeu de 4x0, mas tá bom, o que vale é participar”, contou.

Bem mais experiente na Copa da Madrugada, Renato Chagas, de 56 anos, diz que participa do campeonato há 30 anos. Primeiro, ela um momento com de colocar o corpo para funcionar. Agora, é quase que uma terapia, diz.

“A turma está um pouco mais velha, mas saudável. Porque o importante é o tempo passar, e a gente estar sempre bem de saúde física e mental. Esse tipo de evento nos proporciona isso”, declarou.

Foto antiga relembra do tempo que o ex-prefeito Marquinhos Trad ainda era mascote. (Foto: arquivo pessoal)
Foto antiga relembra do tempo que o ex-prefeito Marquinhos Trad ainda era mascote. (Foto: arquivo pessoal)

História - Fotos antigas mostram a dimensão da Copa da Madrugada. Veterano na competição, o aposentado Ramão Marcondes tem no arquivo imagem de quando o ex-prefeito Marquinhos Trad e o irmão, o ex-deputado federal Fábio Trad ainda eram mascotes do campeonato. Crianças, eles aparecem ao lado do pai já falecido, Nelson Trad, atleta naqueles tempos.

A Copa da Madrugada levou esse nome por começar antes do sol nascer, era uma forma de prolongar os domingos ao lado dos amigos no Rádio Clube Clube. O gramado, inaugurado em 1973, virou point desses sócios peladeiros um ano depois. Além do futebol, o churrasco era uma distração para a turma masculina falar de banalidades à política.

 "Jogo desde 1978, nunca perdi uma. Hoje o clube é uma extensão do meu lar", comenta. Na volta depois de 4 anos sem Copa da Madrugada, o domingo servirá para lembrar de gente que vai fazer falta no gramado. "Perdemos muita gente na covid. O Chico, o Durvalino... ", enumera. Alguns que ficaram famosos por tradições que também já são passado. "Também perdemos o Fernando Dezinho. Ele tinha esse apelido porque quando a gente fazia churrasco, lá atrás, cada um tinha de dar dezão e ele sempre vinha com o dezinho", lembra Ramão com saudades.

Próximas fases – Os jogos acontecerão aos domingos, até o mês de maio, conforme os ganhadores de cada jogo vão avançando de fase. Neste domingo (3), ao menos 11 equipes se inscreveram para participar do campeonato, que reúne sócios e visitantes.

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