Novo presidente quer mudar estatuto e afirma: "não sou continuidade de Cezário"
Estevão Petrallás diz que vai mudar o estatuto da federação, para que presidente tenha, no máximo, 2 mandatos
O novo presidente interino da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), Estevão Petrallas, falou pela primeira vez como comandante do futebol sul-mato-grossense nesta tarde de terça-feira (28). Ele esteve na segunda-feira (27) na sede da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
Em reunião direta com o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, ficou decidido que durante o afastamento de 90 dias de Francisco Cezário de Oliveira da presidência, o substituto será Estevão Petrallás.
Estevão primeiro informou que deixou o cargo de presidente do Conselho Deliberativo do Operário Futebol Clube. Depois, esclareceu que a ida para o Rio de Janeiro foi um convite de Ednaldo Rodrigues. "Fui intimado, convocado, por ser um dos vice-presidentes eleitos. Houve uma análise da CBF e entenderam pelo meu nome".
Petrallás foi acompanhado na coletiva e na ida ao Rio de Janeiro (RJ) pelo assessor jurídico, Rafael Meirelles. O primeiro ato do presidente interino foi reestabelecer o sistema para registro de atletas, indisponível (o que causou o adiamento do Campeonato Sul-Mato-Grossense Sub-20).
"Precisamos dar uma oxigenada na Federação, o ambiente do prédio da Federação não é propício para o futebol. Eu estou interinamente colocado num lugar para fazer o futebol continuar. Estevão não é a continuação de Cezário", declarou.
Os primeiros compromissos afirmados por Estevão envolvem a mudança no estatuto da Federação de Futebol de MS para que os presidentes só possam ficar no cargo por dois mandatos, eleição e reeleição, para "a não perpetuação para que não tenhamos mais alguém por 26 anos".
Rafael Meirelles esclareceu que a nomeação de Estevão como interventor é permitida no aspecto jurídico. A dúvida surgiu diante da não assinatura de Petrallás no termo de posse da última gestão da FFMS em abril de 2023. No entanto, o mesmo documento traz que a ausência foi "justificada".
“Nesse documento existe um adendo justificando a impossibilidade do Estevão, naquele momento, estar presente na reunião para assinatura, juntamente com outro vice-presidente que também não estava presente. E com essa justificativa, com esse adendo, o documento foi homologado pelo presidente, foi conferido posse a todos os vice-presidentes, foi registrado em cartório e o interventor hoje é legítimo para assumir suas funções completamente”, frisou o defensor de Petrallás.
Sobre a assembleia geral extraordinária marcada pelos clubes para o dia 7 de junho em reunião no Hotel Ipê na segunda-feira (27), Rafael contextualizou sua resposta com base no estatuto da FFMS.
"Diante da Operação Cartão Vermelho, observamos duas oportunidades no estatuto: o controle interno pelos clubes por meio da assembleia geral ou a intervenção da CBF. As medidas vieram de formas contínuas. A tomada de decisão da CBF torna sem objetivo a assembleia geral marcada para isso", disse Rafael.
Sobre os questionamentos quanto ao seu nome para intervenção, Petrallás disse que houve um erro de condução de sua nomeação. "A reunião de ontem deveria ser hoje. Eu não sabia que seria o nome escolhido. Não estamos brincando, fomos intimados".
Petrallás ainda reforçou que não suspeitava de possíveis irregularidades apontadas durante a Operação Cartão Vermelho, que terminou com a prisão de Francisco Cezário de Oliveira, presidente afastado da FFMS.
Carreira de Petrallás
Estevão Petrallás tem 64 anos e é um economista e servidor público aposentado. Durante sua carreira, desempenhou o cargo de diretor presidente do IMPCG (Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande). Porém, sua principal função e reconhecimento veio sendo presidente do Operário.
Ele ocupou o cargo de 2014 a 2022. Sob sua liderança, o clube alcançou importantes conquistas e se fortaleceu como uma das principais agremiações de Mato Grosso do Sul. Atualmente, ele também é presidente do Clube Campestre Ypê.
O agora interino da FFMS chegou a se emocionar durante o pronunciamento. "Eu cheguei na CBF e sabiam de muita coisa que nem eu lembrava".
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