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Arquitetura

Além da folia, Carnaval também é época para conhecer histórias de MS

Nas maiores festas do Estado, em Campo Grande e Corumbá, blocos têm como espaços históricos

Por Aletheya Alves | 03/02/2024 07:24
Prédios históricos do Complexo Ferroviário integram cenário do Carnaval de rua em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)
Prédios históricos do Complexo Ferroviário integram cenário do Carnaval de rua em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)

Neste fim de semana, o Carnaval já começa a ir para as ruas de Campo Grande, mas o momento de maior concentração nas duas cidades com as principais festas do Estado, Corumbá e a Capital, realmente fica reservado entre os dias 9 e 13. E são justamente nesses dias em que, além de aproveitar a folia, a população também pode relembrar e conhecer os espaços históricos que são cenários para o Carnaval de rua.

Destacando a importância de entender o contexto, o superintendente do Iphan/MS (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), João Santos detalha que tanto em Corumbá quanto em Campo Grande, os patrimônios culturais tombados são palco para o Carnaval.

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Os dois espaços são protegidos pelo Iphan, tanto o Complexo Ferroviário de Campo Grande quanto o Casario do Porto, em Corumbá. Então, nos unimos aos responsáveis e à comunidade para garantir a proteção desses locais, diz João.

Para quem não sabe o que é patrimônio cultural, o Iphan detalha que o Artigo 216 da Constituição Federal conceitua o termo como sendo os bens “de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira”.

Em Campo Grande, a Esplanada Ferroviária integra um complexo maior, de 22,3 hectares com 135 edifícios e parte dos trilhos da Noroeste do Brasil que ainda permanecem. O tombamento dessa área foi realizado em 3 de dezembro de 2009 e foi inscrito nos livros do tombo histórico e arqueológico, etnográfico e paisagístico como “Conjunto Histórico e Urbanístico da Antiga Estrada de Ferro Noroeste do Brasil”.

Trecho da Esplanda Ferroviária, em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)
Trecho da Esplanda Ferroviária, em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)

Conforme material de divulgação do Iphan, desde o Segundo Império, no século XIX, já existia uma discussão para construir uma ligação férrea entre o então Mato Grosso e o litoral brasileiro. “Durante a Guerra da Tríplice Aliança, a falta de meios de transporte na região ficou evidente quando o primeiro contingente brasileiro enviado para as trincheiras demorou 8 meses para percorrer os dois mil quilômetros entre a Capital do Império e a vila de Coxim, na então província do Mato Grosso”.

Já em Corumbá, o Casario do Porto é um conjunto de edificações com 119 imóveis. “Possui uma malha urbana em xadrez, com espaçosas ruas paralelas e perpendiculares ao Rio Paraguai, dividida em parte alta e baixa”.

Parte dos edifícios que integra o complexo do Casario do Porto, em Corumbá. (Foto: Arquivo/Juliano Almeida)
Parte dos edifícios que integra o complexo do Casario do Porto, em Corumbá. (Foto: Arquivo/Juliano Almeida)

As informações do Iphan são de que na parte alta se concentravam comércios de bazar, relojoarias, bebidas, modas, drogarias e livrarias. “Na parte baixa da cidade, ligada pela ladeira Cunha e Cruz e ladeira José Bonifácio, localizava-se o Porto Geral, onde se encontrava o grande comércio de importação e exportação, em que a maior parte dos comerciantes eram estrangeiros.

Sobre a folia ter como palco esses dois ambientes, João pontua que o Instituto é a favor da união entre patrimônio histórico e Carnaval.

“Muitas vezes, os foliões que vão para a Esplanada, por exemplo, não sabem da história e importância daquele lugar. Vão para a Feira Central, para o Carnaval, mas não sabem da importância para a cidade, que é algo de todos nós e que precisa ser preservado e promovido”, destaca o superintendente.

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