Marco histórico desde 1957, chafariz é “triste figura” na Praça Ary Coelho
Um passeio pelo passado mostra que a fonte foi construída há mais de seis décadas
O chafariz, obra que levantou polêmica em 1957 ao substituir o antigo coreto, hoje é “triste figura” na Ary Coelho, a tradicional praça que leva verde, bancos e muita história para o Centro de Campo Grande.
Quem chega ao local pela Avenida Afonso Pena encontra a fonte com água e funcionando, mas boa parte do revestimento caiu, trocando o azul pelo cinza do cimento. A Praça Ary Coelho ocupa 10 mil metros no Centro da cidade, formado pelo quadrilátero da Afonso Pena, 13 de Maio, 14 de Julho e 15 de Novembro.
Um passeio pelo passado mostra que a fonte foi construída há mais de seis décadas, com pitada de polêmica.
“A pedido do prefeito Marcílio de Oliveira, o engenheiro Anees Salim Saad determinou que o coreto fosse demolido em 1957. No lugar, foi construída a fonte luminosa. Na época, a obra foi polêmica devido à tradição do coreto na praça. No entanto, a fonte luminosa também atraía muitas pessoas para os passeios na Ary Coelho. Até hoje, muitos se recordam das cores e dos sons que eram lançados junto com a água do chafariz”, detalha o livro “No banco da praça”, da jornalista Adriana Queiroz.
O primeiro coreto era de 1922, construído pelo engenheiro Camilo Boni. Tinha uma estrutura mais robusta. Na escada, havia proteção de concreto e, ao lado, estátua complementava a decoração.
Em 2011, a praça passou por revitalização e o coreto foi reconstruído, porém, desta vez, mais perto dos portões da Rua 15 de Novembro.
Em agosto de 2018, no aniversário de 119 anos de Campo Grande, o chafariz passou por reforma.
“Acho que falta mais cuidado. A limpeza precisa melhorar. Não sou de Campo Grande, vim de Abaíra, na Bahia, e lá os pontos turísticos são bem cuidados. O coreto precisa de uma pintura e a fonte também, porque ela é muito bonita ligada. O banheiro não tem porta, nem papel higiênico e nem sabonete”, afirma o técnico de enfermagem Edson Messias, 41 anos.
O aposentado Marcos Gomes, 75 anos, conta que sempre que vai ao Centro da cidade reserva tempo para dar uma voltinha na praça. “Não acho que esteja abandonada, mas tem como melhorar. O chafariz precisa de uma pintura e recolocar os azulejos. Também poderia melhorar na limpeza”, diz.
Presença diária na Praça Ary Coelho devido à profissão, o mototáxista Darci Ferreira, 54 anos, reclama da situação dos banheiros, onde até as portas de alumínio foram furtadas. “Está tudo horrível. Não tem detergente para lavar a mão. Muitas vezes, não conseguimos usar o banheiro. A grama tem um monte de formigueiro e a fonte está toda descascada”.
A Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) informou que a Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo )mandou ofício solicitando a recuperação do chafariz.
“No momento, o processo está na superintendência de projetos pra que eles determinem que ações são necessárias para a recuperação para, então, ir ao terreno realizar os trabalhos”.
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