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Artes

Covid tirou de cena Vaguinho, figura lendária do movimento underground

Amigos inundaram redes sociais com homenagens ao guitarrista e personagem na cena underground de Campo Grande

Lucas Mamédio | 21/05/2021 06:02
Vaguinho em foto mais recente. Ele mantinha uma camiseteria. (Foto: Arquivo Pessoal)
Vaguinho em foto mais recente. Ele mantinha uma camiseteria. (Foto: Arquivo Pessoal)

A cena underground de Campo Grande perdeu um de seus personagens mais conhecidos. Vagner Ursulino, o "Vaguinho", morreu aos 47 anos após ficar quase um mês internado por complicações causadas pelo coronavírus. Ele tinha diabetes.

Chamado pelos amigos de "a paleta mais rápida do Centro-Oeste", foi guitarrista da lendária banda de punk Impossíveis, da qual já não fazia mais parte, mas deixou seu legado.

Joaquim Seabra, o Cebola, vocalista da banda lamenta a morte de companheiro de rolê e amigo de infância. "O Vaguinho é meu amigo de infância, nos conhecemos nos anos 80 na Banda Musical Municipal, nos encontramos depois já na segunda metade dos anos 90, quando ele entrou nos Impossíveis. A partir desse momento ele assumiu a organização da nossa agenda. E começou a produzir shows. Era o cara mais organizado da banda, sempre guardando matérias dos shows, sempre antenado e mantinha contato com várias produtoras do país".

Vaguinho tocando guitarra provavelmente na década de 90 (Foto: Reprodução/Facebook)
Vaguinho tocando guitarra provavelmente na década de 90 (Foto: Reprodução/Facebook)
Vaguinho é o último da direita, ao lado de Cebola, que está de óculos escuro (Foto: Reprodução)
Vaguinho é o último da direita, ao lado de Cebola, que está de óculos escuro (Foto: Reprodução)

Segundo Cebola, nos últimos anos, Vaguinho havia se afastado do cotidiano do movimento, mas não do movimento em si. "Nos últimos anos ele se afastou do movimento, mas não conseguiu ficar distante e montou uma camiseteria, fazendo camiseta das bandas".

João Bosco, que trabalhou junto de Vaguinho da lendária loja de camisetas Rock Show compartilhou a mensagem de outro amigo, Fabio Terra para expressar a dor de perder Vaguinho.

"De coração devastado, nesse momento, Waguinho, um dos caras mais atuantes de toda a cena underground, o cara da Rock Show, meu amigo pessoal e amigo de várias pessoas aqui em Campo Grande, perdeu sua luta pra essa doença tão criminosa. É surreal, pra mim, um cara tão novo tão cheio de ideias ir embora tão cedo. Cara, vá em paz".

Fábio homenageia com foto antiga (Foto: Reprodução)
Fábio homenageia com foto antiga (Foto: Reprodução)

As redes sociais foram inundadas de homenagens ao guitarrista. Dentre eles, o forte depoimento do amigo e músico Hugo Carneiro. Prometi não fazer das minhas redes sociais um cemitério. Mas é impossível não falar de você Vagner. A ironia é que você sempre foi alto astral e tinha ideias positivas.  Adorava ir na rock show resenhar, ou cabular aulas no Arlindo de Andrade Gomes. Do primeiro show das nossas bandas juntos. Dos mil projetos que tentamos emplacar. O maior projeto emplacou desde o primeiro dia que te vi: AMIZADE. Cara vc fará falta ao rock nosso de cada dia. Vá em paz Corinthiano...."

Todos parecem ter uma história com Vaquinho, ter o que contar dele. "Conheci o Vaguinho nem sei quando. Era adolescente. Era o cara da “Rock show”. O cara do punk. O cara das panfletagens noturnas. Das festas e shows no stones e fly. Vaguinho era figura e todos que se dizem roqueiros devem saber quem foi ele. Vaguinho era fã da minha banda..  a The Rockfeller. Era o cara que falava para mim... “sonzera como sempre... mas sua guitarra tava baixa”. Vaguinho era o cara", disse Marcio Armoa.

Pedro Espindola, lembra da inseperável história de Vaguinho com a Rock Show. "Andar apé no centro vestindo minha melhor e talvez única camisa de banda para falar sobre e devorar o máximo que podia sobre rock em algum passeio que inevitável iria acabar ou começar na Rock Show. Entrar lá era como atravessar algum portal para um mundo mágico onde a paisagem e a trilha sonora eram voltadas ao rock.

Perdro diz que "Só queria acordar amanhã cedo, bater uma perna no centro, entrar na Rock Show, ver aquele cara bacana que provavelmente sabia muita coisa da vida e de som que eu nunca tive oportunidade de saber e dizer:"Cara, progressivo é mesmo um saco, me mostra uns punks bacanas por cada vez q eu te pedi pra por um CD do Dream Theater ou do Yes na sua hora de trabalho"".

Cada um lembra de Vaguinho de um jeito, mas todos reverenciam a heroica trajetória na valente cena underground campo-grandense.

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