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Comportamento

Alunos fazem Halloween Patológico para ensinar sobre doenças

Acadêmicos deram show de criatividade e se fantasiaram de aspectos msicrocópicos das doenças

Por Idaicy Solano | 01/11/2024 07:35
Grupo se fantasiou de vampiro para falar sobre anemia ferropriva (Foto: Juliano Almeida)
Grupo se fantasiou de vampiro para falar sobre anemia ferropriva (Foto: Juliano Almeida)

Dispensando banners, maquetes e demais instrumentos típicos de uma feira de conhecimentos, os acadêmicos do curso de Medicina da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), realizaram nessa quinta-feira (31), uma feira para levar informações sobre diversas doenças patológicas, fantasiados das próprias doenças

A atividade, que uniu o Dia das Bruxas à feira de conhecimentos, foi uma iniciativa do professor de patologia do curso de Medicina da UFMS, Marcel Arakaki Asato, de 34 anos. Ele explica que se inspirou durante uma atividade de Halloween que presenciou na cidade de São Francisco, nos Estados Unidos, durante seu doutorado, onde médicos, alunos e professores foram à universidade fantasiados.

Dessa forma, ele decidiu trazer a ideia para Campo Grande, mas promovendo uma feira de conhecimento sobre doenças patológicas, onde os alunos se dividiram em mais de 40 grupos para representar uma enfermidade.

O objetivo era levar conhecimento, tanto para o público interno quanto externo da universidade, sobre as mais diversas patologias, como tuberculose, alopécia, AVC (Acidente Cardiovascular), dentre várias outras.

A dinâmica aconteceu no corredor central, onde cada grupo montou um stand com diversas atividades em alusão ao Halloween e às doenças apresentadas.

“Os alunos, ao invés de maquetes, se fantasiaram de aspectos microscópicos das doenças. Eles ficaram bastante animados com a ideia, muita gente quis participar, e assim surgiu [a feira de conhecimentos]”, comenta o professor.

Professor de patologia, Marcel, foi responsável pela atividade (Foto: Juliano Almeida)
Professor de patologia, Marcel, foi responsável pela atividade (Foto: Juliano Almeida)

A estudante do último semestre, Allana Oliveira Lima, de 25 anos, caprichou na fantasia de vampira, com direito a capa, maquiagem e sangue falso. Ela e seu grupo representaram a doença de anemia ferropriva, que na Idade Medieval, era associada ao vampirismo.

Allana explicou que a relação entre vampiros e a doença, acontece porque os sintomas da anemia ferropriva incluem palidez, cansaço e olheiras, então naquela época, quando uma pessoa sofria da doença, a sociedade associava os sintomas físicos aos vampiros, acreditando que os enfermos haviam sido “atacados” por esses seres sobrenaturais.

O grupo preparou para o público um jogo de perguntas e respostas, e conforme os participantes iam respondendo, dúvidas, mitos e curiosidades sobre a doença eram esclarecidos pelos alunos. Eles também organizaram uma apresentação por meio de slideshow.

Quem acertou perguntas, ganhou doces como recompensa (Foto: Juliano Almeida)
Quem acertou perguntas, ganhou doces como recompensa (Foto: Juliano Almeida)

Na temática de fogueira, o acadêmico João Guilherme Correa, de 23 anos, e seu grupo, apresentaram ao público a doença do fogo selvagem. O estudante explicou que a doença recebeu esse nome pois um de seus sintomas é justamente a sensação de “queimação” na pele.

“O evento visa juntar essa parte acadêmica da UFMS com a sociedade e desmistificar um pouco das doenças, trazendo algo mais interativo, que permita gerar uma conexão maior entre as pessoas, e até mesmo tirar um pouco dos preconceitos que existem por algumas doenças”, comenta João.

O grupo organizou um mural com fotos que retratavam os sintomas físicos da doença, e também prepararam um jogo de perguntas, e um informativo com  10 curiosidades sobre a doença. À medida que os participantes iam acertando as perguntas, eram recompensados com doces.

Grupo falou sobre a doença de fogo selvagem (Foto: Juliano Almeida)
Grupo falou sobre a doença de fogo selvagem (Foto: Juliano Almeida)

A criatividade não faltou para o acadêmico João Antônio Guimarães, de 19 anos, e seu grupo. Vestidos de corujas, eles representaram a doença linfoma de Hodgkin, um tipo de câncer que acomete as células do sistema linfático. O estudante explica que o que inspirou a fantasia foi a célula de dois núcleos do linfoma, que é chamada de “final de olho de coruja”.

Para interagir com a galera, o grupo fez duas placas, com os dizeres “sim” e “não”, para que os participantes pudessem responder a três perguntas sobre a doença. Além disso, eles também apresentaram uma breve explicação sobre o linfoma de Hodgkin, No final da dinâmica, os participantes foram presenteados com um saquinho de balas e pirulitos.

“Eu gostei muito da ideia do professor, porque é uma forma de abranger um público diferente, que às vezes não tem tanto contato com diferentes doenças, que não tem contato com alterações patológicas. Dessa forma fica de uma maneira lúdica que consegue atingir diferentes públicos, consegue atingir diferentes cursos, uma ideia muito muito boa para levar conhecimento”, comentou.

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