Amanda viveu gravidez em meio ao lúpus, esclerose e púrpura
Vendedora de Coxim descobriu gravidez no 6º mês e as três doenças autoimunes quase a fizeram perder o bebê
Amanda de Souza Santana, de 28 anos, não esperava estar grávida, muito menos que precisaria lutar contra três doenças autoimunes e ficar meses internada sem ver o filho. Mãe já de dois meninos, ela nunca sentiu nenhum sintoma, tanto na terceira gravidez quanto da esclerose, do lúpus e da púrpura, uma doença rara e grave que afeta o sangue. Ao todo, foram 4 meses de inúmeras batalhas longe de Coxim, cidade onde ela mora com a família.
RESUMO
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Amanda de Souza Santana, 28 anos, enfrentou uma gravidez inesperada e simultaneamente a descoberta de três doenças autoimunes: esclerose sistêmica, lúpus e púrpura. Internada por quatro meses longe de sua cidade, Coxim (MS), ela descobriu a gravidez no sexto mês e precisou passar por uma cesariana de emergência um mês depois. A internação inicial ocorreu devido à baixa contagem de plaquetas, investigada inicialmente como dengue hemorrágica. A situação de Amanda se agravou com bradicardia e hemorragia interna após a inserção de um cateter. Entubada e transferida para o CTI, ela deu à luz Guilherme prematuramente, com 850 gramas e 32 centímetros. Após a extubação, Amanda recebeu o diagnóstico das três doenças autoimunes. Atualmente, ela realiza tratamento medicamentoso e acompanhamento com especialistas, controlando as doenças, mas com limitações físicas. A descoberta do lúpus foi motivada pelo histórico familiar da doença.
A vendedora conta que só descobriu a gravidez de Guilherme no sexto mês que 30 dias depois, precisou passar por uma cesariana de emergência. A suspeita de que algo estava errado no corpo dela surgiu em um exame de rotina, que revelou taxas preocupantes de plaquetas no sangue.
“Foi baixando de 63 mil para 49, depois 23. A médica disse que iria me internar em Campo Grande porque em Coxim não tinha estrutura. A princípio, suspeitaram que poderia ser dengue hemorrágica, mas eu não tinha sintoma nenhum. Fiquei quatro dias assim. Aí comecei a sentir dor embaixo do peito. A médica pediu um eletrocardiograma e não consegui fazer por causa da dor”.
A partir desse momento, os dias da vendedora de cosméticos mudaram, e o Hospital Universitário virou a casa dela por meses. Além das plaquetas, os batimentos de Amanda também estavam baixos, sem motivo aparente.
“Fui para a UTI porque estavam 36 bpm (batimentos por minuto) e queriam colocar um marca-passo já. Eu estava muito preocupada. No dia da cirurgia, eles melhoraram duas horas antes do procedimento. Depois de muitos exames, descobriram que eu tenho esclerose sistêmica e, na época, suspeita de púrpura. Deu 50% de chance porque era a única maneira das plaquetas baixarem tanto sem conseguir estabilizar”.
O quadro de Amanda só piorava. Como as plaquetas não aumentavam e isso trazia risco para a saúde dela, os médicos tiveram que começar um tratamento com plasma. Só que, para fazer isso, precisaram passar o cateter no pescoço dela.
“Eu sangrei muito e deu hemorragia interna. Tive que ficar entubada porque fechou minha traqueia. Fiquei sedada e fui para o CTI (Centro de Terapia Intensiva). Depois de três dias, viram que meu bebê estava sofrendo na barriga e eu também. Minhas plaquetas aumentaram com o plasma e a ginecologia decidiu tirar o bebê, não dava mais para esperar. Eu poderia não sobreviver e ele também”.
O rostinho do filho ela só conseguiu ver depois de alguns dias. Guilherme nasceu com 850 gramas e 32 centímetros.
“Ele sempre foi um guerreirinho. Fiquei lá por um tempo. Quinze dias depois disso, a doutora falou que eu não poderia mais ficar assim e tinha que passar na prova de extubação, senão teria que fazer traqueostomia. Uma fisio me ajudou a passar no exame. Naquele momento eu consegui ver o milagre na minha vida. Eu estava com cirurgia para traqueo marcada já e não precisei”.
No final, o diagnóstico foi completo: ela de fato estava com três doenças autoimunes. Hoje Amanda controla todas elas com o uso de medicações e faz acompanhamento com equipe de reumatologistas, hematologistas e pneumologistas.
“Graças a Deus, por enquanto não tem atrapalhado a minha vida. Mas confesso que não tenho muita força e disposição que tinha antes, como tarefas pesadas, que não posso mais fazer, senão pode me dar crise de falta de ar. Fui conhecer meu neném muito depois dele nascer. Como meu pai tem lúpus, os médicos suspeitaram que eu também pudesse ter. Eles pediram a biópsia e fui diagnosticada”.
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