Perfumados, os amores fronteiriços há um século
“Medir los pasos”, era a frase que brasileiros e paraguaios usavam há quase um século para a visita à namorada. Maior, muito maior, o número de brasileiros que “median los pasos”, em direção a Pedro Juan Caballero, para o encontro apaixonado com “las rubias e hermosas morochas”. Estavam sempre perfumados. Era uma obrigação.
A Casa Nipônica que virou China.
Os jovens paraguaios “hacían la medición de los pasos” sempre bem vestidos, usando perfume “oloroso”, que compravam em “vidrito de color amarillo”, na Casa Nipon, posteriormente Casa China, de Felipe Cogorno Canale. Os moços brasileiros e paraguaios de tudo faziam para conquistar os corações das jovens.
“Casados atrás da moita“”.
Tanto brasileiros como paraguaios “casavam atrás da moita”, por ser mais fácil, portanto, mais prático. Era “conversación de algunas horas” e…pronto. Estava formado “un nuevo hogar”. Ou futuro é que iria dizer se feliz ou não. No mundo fronteiriço, a porcentagem dos casados atrás da moita era de 90%… sem exagero. Para designar os casados sem lenço e sem documento, usavam uma frase que em português é hilária: “ajuntamiento de los mijados”.
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