ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
SETEMBRO, QUARTA  03    CAMPO GRANDE 32º

Em Pauta

Depressão, esquizofrenia, as máquinas começam a fazer diagnósticos

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 03/09/2025 07:20
Depressão, esquizofrenia, as máquinas começam a fazer diagnósticos

Um estudo do ano passado publicado na revista cientifica “Nature” identificou seis biotipos de depressão à partir das dinâmicas cerebrais de mais de 800 pacientes. Mediante ressonâncias magnéticas, observaram, por exemplo, que algumas depressões ocorriam por superatividade cognitiva, enquanto outras tinham um padrão de baixo rendimento no circuito dos neurônios que controlam a atenção. A maioria desses estudos estão sendo realizados nos EUA. Já na Dinamarca, estão usando ferramentas de realidade virtual. E os dinamarqueses acabam de demonstrar que a taxa de falsos positivos para a depressão pode ser superior a 60%. Para eles, os transtornos bipolares podem facilmente ser confundidos com psicoses. Também criticam o excesso de diagnósticos de esquizofrenia.


Depressão, esquizofrenia, as máquinas começam a fazer diagnósticos

É muita depressão!

Os norte-americanos observaram que o primeiro tipo de depressão - a de superatividade cognitiva - respondiam melhor a certos tipos de anti-depressivos, já para o segundo tipo de depressão - a de baixo rendimento - a psicoterapia não funcionava. Em outro grupo de pacientes, a norma era uma hiperconectividade de circuitos cerebrais. E ainda havia três outros biotipos com suas particularidades neurológicas e diferentes níveis de resposta terapêutica. A tecnologia começa a “afinar” o diagnóstico psiquiátrico.


Depressão, esquizofrenia, as máquinas começam a fazer diagnósticos

Alta subjetividade.

Até agora, a psiquiatria era um campo da medicina em que a categorização do paciente - responder qual doença ele tem - era muito subjetiva. Estava baseada no que conta o paciente e o que interpreta o doutor à partir do relato ouvido. Hoje, passam a buscar nas máquinas melhores diagnósticos, pouco ou nada subjetivos. Não é uma tarefa simples, o DSM - o livro que funciona como a Bíblia do diagnóstico psiquiátrico - nos mostra 300 tipos de transtornos psicóticos.


Depressão, esquizofrenia, as máquinas começam a fazer diagnósticos

Você é “vago”?

Você ouviu falar em adoecer de “vaguidade”? Está no DSM. Diz que é um sujeito “vago”, que não consegue ser preciso, não tem exatidão. O DSM é bem complexo e complicado. A pergunta que fica é: as máquinas conseguirão diagnosticar esses 300 tipos de transtornos e suas milhares de variáveis?

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.