Aos 9 anos, José é mini vaqueiro que desafia o autismo e coleciona troféus
Menino foi diagnosticado com autismo grau 2 e apresentou melhora após o contato com cavalos
Com 9 anos, José Lourenzo manda muito bem nas provas de laço e montaria. Em cima do cavalo, ele desafia os próprios limites e já coleciona 24 troféus das competições das quais participou, conquistas que são motivo de orgulho para a família e inspiração para quem acompanha a trajetória do pequeno cowboy.
Diagnosticado com autismo grau 2 aos 5 anos, o menino que antes tinha medo de sair de casa hoje encara bois e multidões. A última conquista foi na Expogrande, onde garantiu o vigésimo quarto pódio.
A mãe, Talita Dias Maidana, conta que, antes de descobrir o talento do filho, já notava sinais de que José era diferente: seletividade alimentar, isolamento, interesse por rodinhas e tampinhas, além da dificuldade em se conectar.
A confirmação do diagnóstico de autismo não veio como surpresa. José nasceu prematuro, de 7 meses, e a família sempre esteve atenta.
“Tem pais que notam comportamentos diferentes nos filhos, mas tampam o sol com a peneira e se recusam a enxergar. Muitos têm preconceito, mas quanto mais cedo você procurar ajuda, melhor", comenta.
Hoje, ao ver o filho em cima do cavalo, Talita sente orgulho e gratidão. “Tem gente que olha e fala: ‘Mas ele é autista? Nem parece’. Porque ele melhorou muito, é outra criança”, relata.
A transformação começou há dois anos, quando Talita viu uma reportagem sobre um projeto da Montana Academia Equestre, na Expogrande, e decidiu levar o pequeno.

“No primeiro dia, ele não queria nem chegar perto do cavalo”, lembra. Mesmo assim, a família insistiu. “Foram devagarzinho, com jeito, e aos poucos ele foi interagindo e gostando. Hoje, ele laça, compete, faz ranch sorting e já ganhou vários troféus”, conta a mãe.
O ranch sorting, citado por Talita, exige precisão e foco. “É uma prova com bois numerados. É feito um sorteio, e o competidor tem que apartar apenas o boi com o número sorteado”, explica Talita.
O desafio, que exige habilidade e raciocínio rápido, virou paixão do garoto. “Quando ele sabe que tem competição, nem dorme de ansiedade”, afirma.
O parceiro de José nas provas é o cavalo Sortudo, companheiro que faz jus ao nome e conquistou o carinho do mini vaqueiro. “O que ajudou muito ele foi o cavalo. Hoje ele se enturma, conversa, sai... O barulho já não é mais um problema”, detalha Talita.
A mãe acompanha cada passo, e vai além: nos dias de competição, se veste igual ao filho para incentivar e apoiar. “É uma felicidade enorme. A família inteira acompanha. Todo mundo vê a mudança dele, que foi para melhor, graças a Deus”, pontua.
Apesar de ainda não ter competido fora do Estado, José já foi convidado para eventos em São José do Rio Preto e Atibaia. Quando isso acontecer, terá a torcida de toda a família na arquibancada. "Ele é nosso orgulho, o motivo da minha alegria", finaliza.
Siga o Lado B no WhatsApp, um canal para quebrar a rotina do jornalismo de MS! Clique aqui para acessar o canal do Lado B e siga nossas redes sociais.