Como economizar viajando 4 estados nordestinos só de mochila nas costas
Há quem diga que é mais barato viajar para fora do Brasil, mas dá para conhecer o Nordeste com bem menos grana
Quem acha que viajar para o Nordeste brasileiro é impossível por ser muito caro e até compara com viagens internacionais, nunca foi para lá no modo econômico. Realmente não é barato, mas a comparação é injusta. De férias do Lado B, resolvi colocar uma mochila nas costas e fazer um tour por parte dele e te afirmo: dá, sim, para conhecer várias cidades gastando pouco.
RESUMO
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Viajar pelo Nordeste com baixo custo é possível. Uma jornalista do Lado B fez um tour por quatro estados nordestinos, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, gastando pouco. A estratégia incluiu passagens aéreas promocionais com destinos de ida e volta diferentes, uso de transporte coletivo entre as cidades e hospedagens com custo-benefício. A viagem começou em Recife, seguindo para Porto de Galinhas, com passeios para Maragogi e Praia dos Carneiros. Após Recife, a jornalista visitou Olinda e depois João Pessoa, com suas belas praias urbanas. O roteiro seguiu para Pipa, no Rio Grande do Norte, um paraíso com praias paradisíacas e observação de golfinhos e tartarugas. A viagem terminou em Natal, com visita à praia de Ponta Negra. A dica principal é pesquisar, planejar e usar ferramentas como o TikTok para encontrar opções acessíveis.
O segredo para baratear é ficar de olho nos preços e se programar com antecedência, como em qualquer viagem. Encontrei passagens de avião na promoção, tanto a ida quanto a volta, na baixa temporada.
O pulo do gato foi comprar a ida para um destino e a volta para outro. Saí de Campo Grande rumo a Recife, mas retornei à capital sul-mato-grossense por Natal. O motivo? Estava estrategicamente mais barato. Observação importante: gastei praticamente um dia na ida e outro na volta, já que as passagens promocionais incluíam horas de espera no aeroporto.
Conheci quatro estados: Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Entre um lugar e outro percorri quase 895 km de ônibus ou de carro. Aqui vai outra dica: ir de um para o outro é barato quando você escolhe o transporte coletivo, como ônibus e vans. E não demora tanto, cerca de 2h30. Enquanto o trajeto por aplicativo ou transfer custa a partir de R$ 160, a passagem sai, em média, de R$ 20 a R$ 50.
As condições dos ônibus são confiáveis, mas nos trechos mais isolados, como Pipa–Natal, o veículo não tinha ar-condicionado.
Dica amiga: se você pensa em fazer o mesmo de mochila, não se empolgue com a quantidade de coisas que vai levar nela. Coloque apenas o necessário. Isso faz toda a diferença, já que você terá que carregar a bolsa sempre. Opte por roupas leves e faça escolhas estratégicas. Quanto às hospedagens, todas foram reservadas com antecedência, pensando no custo-benefício, segurança e localização, para economizar com transporte até os passeios.
Uma coisa que aprendi nessa viagem foi: olhe sempre os comentários e avaliações no Google, desde restaurantes, pousadas e passeios até cafés. Isso pode te salvar de furadas, principalmente se você for mulher. Uma das ferramentas que usei para pesquisar o roteiro, passeios e hospedagens foi o TikTok. Foram alguns meses vendo e avaliando o que seria possível para o meu bolso.
Comecei minha jornada em Recife. De lá, é possível pegar um ônibus que vai direto para Porto de Galinhas, meu primeiro destino. A passagem custa em torno de R$ 25 e há a opção sem ar e com ar-condicionado. Aqui começam os desafios: atente-se aos horários e esteja disposto a fazer escolhas difíceis.
Ou você espera mais, paga mais e vai no ar-condicionado por 1h30, ou vai sem ar, aproveita para ver as pequenas cidades pelo caminho e demora mais de 2h na estrada. Também há a opção de carro por aplicativo ou transfer, mas esteja pronto para pagar no mínimo R$ 130.
Apesar de haver horários na internet, nem todos os dias eles são fiéis. Esperei quase duas horas pelo ônibus com ar, mas no final acabei dividindo carro com um casal que também passou pelo mesmo problema, e o preço ficou R$ 5 a mais do que pagaria no ônibus.
Porto de Galinhas tem opções para todos os bolsos. É cheio de lojinhas, restaurantes e mercados. Escolha ficar próximo da vila, isso vai permitir que você vá e volte a pé. Quanto à segurança, nada a reclamar. Por lá, fica mais perto de fazer passeios como para a famosa Maragogi e a Praia dos Carneiros, meus dois escolhidos.
Confesso que não dei sorte: choveu no primeiro passeio, mas mesmo assim vale a experiência. Já o segundo ganhou meu coração, praia linda, ótima para banho, passeio completo passando pela Igreja de São Benedito, banho de argila e mais.
Saindo de Porto, peguei um ônibus que parte do centro da cidade para Recife. Lá, conheci o centro histórico, como a Rua do Bom Jesus, o Museu Paço do Frevo, o Marco Zero e o Museu Cais do Sertão, que homenageia Luiz Gonzaga.
O segundo dia foi dedicado a Olinda, que para mim é a melhor parte. A história, as igrejas, a vista e até as ladeiras são algo para se ver ao menos uma vez. Aqui, tive que levar a mochila e enfrentar as subidas e descidas, pois pegaria um carro por aplicativo até a rodoviária rumo ao próximo destino.
João Pessoa é um encanto: ótimas orlas, boas praias urbanas como Tambaú e Bessa e inúmeros passeios ao litoral Sul e Norte que, infelizmente, não pude fazer. Vale a pesquisa. A cidade é para quem gosta de praia pertinho.
De lá, parti para o destino mais aguardado: Pipa, no Rio Grande do Norte. Para chegar foi um parto. Saí da rodoviária de João Pessoa até o município de Goianinha e, de lá, peguei uma van que me deixou no centrinho de Pipa. É aquilo: quem sabe perguntar, chega. Na dúvida, sempre pergunte; não confie plenamente na internet, porque, no Google Maps, por exemplo, não há os pontos de parada.
Pipa é um paraíso, com cenários que parecem de filme, além do mar que é um espetáculo. É possível ver golfinhos e tartarugas a partir das praias. Mas um alerta: respeite a sinalização e os avisos nas placas sobre áreas para banho. Pipa tem praias com mar agitado, algumas recomendadas apenas para surfistas.
Também é um lugar que depende da tábua de marés para atravessar de uma praia para outra. Assim que cheguei na cidade, foi preciso atravessar com a mochila pela praia para ter acesso ao local onde me hospedei.
Aliás, guarde esse nome 'tábua de marés', porque no Nordeste você vai precisar muito. Os passeios são todos baseados nisso, que indica o nível das marés. Alguns só são possíveis em maré baixa. Inclusive, planeje sua viagem com base nela também.
Pipa tem passeios, restaurantes e bares para todos os bolsos, basta dar uma boa pesquisada seguindo a dica que já te dei anteriormente.
Meu último destino foi Natal, apenas uma passagem que deu para conhecer a praia de Ponta Negra. Apesar do pouco tempo, a cidade também tem muitas opções de praias no Norte e passeios nas dunas, além dos parrachos, que são lindos. Nesse tour, optei por aproveitar as praias locais e escolhi apenas dois passeios específicos.
Últimas dicas: não queira abraçar o mundo e zerar seu orçamento. Priorize os passeios e aproveite o que a cidade oferece. Faça compras em mercadinhos e escolha com sabedoria os locais para uma boa refeição. Se puder, cozinhe alguns dias em casa.
Saiba que, indo de mochila, você acaba precisando se esforçar mais e nem todos os locais são de fácil acesso, ainda mais com peso nas costas. Nem tudo é tranquilo, alguns desafios aparecem no meio do caminho, mas vale a pena.
Confira a galeria de imagens:
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