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Comportamento

Dia em que o papa Francisco chegou pertinho de Mato Grosso do Sul

Em 2015, sul-mato-grossenses cruzaram fronteira para ver o Papa no Paraguai

Por Thailla Torres | 21/04/2025 08:38
Dia em que o papa Francisco chegou pertinho de Mato Grosso do Sul
No dia 11 de julho de 2015, as ruas de Caacupe pararam para ver Papa Francisco. (Foto: Paula Maciulevicius Brasil/Arquivo Campo Grande News)

Era julho de 2015 quando Francisco fez o relógio parar em Caacupé. Mas, para muita gente em Mato Grosso do Sul, o tempo começou a correr bem antes. Foram doze horas de estrada, olhos grudados na janela do ônibus, coração acelerado. O destino: Assunção, capital do Paraguai. A motivação: ver o Papa de perto.

O Lado B embarcou junto. Literalmente. Saímos de Campo Grande com uma caravana. Gente que já tinha visto dois papas na vida, e mesmo assim fazia questão de estar ali. Gente que nunca tinha cruzado a fronteira, mas cruzaria o mundo por um aceno do pontífice. Gente que chorava só de contar o porquê.

Na chegada ao Paraguai, a capital já vibrava em vermelho, azul e branco, cores da bandeira paraguaia que se misturavam com o branco do Vaticano e o azul celeste da Argentina. Era a América do Sul em peso acenando para um dos seus. Francisco, argentino, latino, humano demais para não ser amado por tantos. Muitos seguiram de carro até Caacupé, fica a 57 quilômetros de Assunção, aonde o Papa faria sua aparição e celebraria uma missa.

No dia 11 de julho, a Esplanada do Santuário Mariano de Caacupé se transformou em altar e abrigo. Cerca de 800 mil pessoas se espremiam entre as grades, à espera do papa móvel. E ele veio. Por trinta segundos, o tempo foi outro. As lágrimas de muitos desciam, os sorrisos surgiam logo depois. Um olhar dele para a multidão, e aquilo bastava. Bastava para valer cada quilômetro, cada noite mal dormida, cada dor no corpo.

Dia em que o papa Francisco chegou pertinho de Mato Grosso do Sul
O que ficou para os fieis foram o instante em que o Papa Francisco esteve pertinho. (Foto: Paula Maciulevicius Brasil/Arquivo Campo Grande News)

A jornalista Paula Maciulevicius Brasil, que integrou a equipe do Lado B naquela cobertura, descreveu o cenário: “A multidão acenava emocionada, mas tranquila. Nas mãos, as cores vibrantes do Paraguai contrastavam com o branco papal. Em alguns pontos, o céu argentino também aparecia. Era uma homenagem ao pontífice e aos conterrâneos que o seguiram até ali.”

Na missa campal celebrada na Esplanada de Caacupé, o Papa Francisco falou com o coração. Falou sobre mulheres. Sobre força. Sobre fé. “Maria enfrentou três grandes dores”, recordou. “Gerar o filho de Deus, vê-lo morrer e aceitar sua ressurreição. Ainda assim, seguiu firme.” Era como se ele descrevesse o próprio povo paraguaio.

Francisco também homenageou as mulheres paraguaias que, após a dizimação da população masculina na guerra entre 1865 e 1870, reconstruíram o país com coragem, lágrima e amor. E o povo nacionalista respondia como sabia: sacudindo bandeiras, cantando e chorando.

A vinda do Papa foram dias de comoção, encontros com autoridades, reuniões com lideranças religiosas e civis em Assunção logo em seguida. Mas o que ficou para os fieis foram o instante em que o Papa Francisco esteve ali, tão perto, que quase tocava a fronteira com Mato Grosso do Sul.

E a gente viu. A gente estava lá.

Dia em que o papa Francisco chegou pertinho de Mato Grosso do Sul
Equipe de reportagem e sul-mato-grossenses embarcando para o Paraguai em 2015. (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo Campo Grande News)

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