Em moto rosa batizada de Cher, Helena foi sozinha até o Atacama
Em viagem de 22 dias, professora aposentada foi surpreendida por paisagens incríveis pelo caminho
Com o vento no rosto, espírito aventureiro e em cima da moto batizada de ‘Cher', a professora aposentada Helena Pinto, de 60 anos, cruzou sozinha mais de 9 mil quilômetros entre Campo Grande e o deserto do Atacama, no Chile. Na viagem que durou 22 dias, Helena foi arrebatada pela paisagem paradisíaca do caminho. “Você vai viajando e não percebe, porque está curtindo a paisagem. É uma coisa absurdamente espetacular”, detalha.
Helena viveu uma das experiências mais intensas da vida. Foram três semanas de viagem, com um mochilão de 40 quilos. Por sorte, ela conta que não passou por nenhum grande perrengue. “A moto não parou, nem pneu furou”, explica.
Helena começou a se apaixonar por motos ainda adolescente, aos 15 anos. Mas, só depois do divórcio, já adulta, resolveu investir de verdade no sonho. “A primeira coisa que fiz foi tirar a carteira de moto. Depois comprei uma Biz. Daí pra frente fui subindo as cilindradas até a minha Suzuki 1000, que comprei zerinha em 2018”, relata.

Desde então, a professora não parou mais. Sozinha ou acompanhada, ela já rodou por São Paulo, Minas Gerais, Brasília, Florianópolis, e completou o desafio de visitar os 79 municípios de Mato Grosso do Sul de moto.
“Em cada cidade, eu tirava uma foto com a prefeitura e minha moto atrás. Foi cansativo, mas tão emocionante que no fim meus amigos organizaram uma festa surpresa para me receber”, recorda.
A viagem ao Atacama começou com planos de grupo, mas um a um os companheiros desistiram e só restou ela. “A última amiga que ia comigo perguntou se eu realmente iria. Eu disse: claro, não nasci grudada com ninguém’”, brinca.
E foi. Helena passou pelo Paraguai, cruzou a Argentina, enfrentou o calor de 46ºC no Chaco e o frio de 1ºC em Paso de Jama. “O medo da moto não pegar era real. Mas ela sempre pegava de primeira e eu dava um sorriso de orelha a orelha”, afirma.
No Chile, ela conta que ficou encantada com San Pedro de Atacama e Antofagasta. “Você vê montanhas verdes, depois picos nevados, depois montanha seca, depois cactos. É um espetáculo. Tem que viver para entender”, pontua.
Sobre viajar sozinha, ela garante que não vê problema. “Me comunico com todo mundo, me sinto protegida. E o mais importante é que eu curto. Gosto de parar, entrar nas cidades, conhecer gente, ouvir histórias”, explica.
E como o espírito aventureiro fala alto, Helena já está planejando o próximo destino e afirma que está longe de parar. “Quero conhecer o Salar de Uyuni. Vai ser incrível”, finaliza.
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