Lamparina é relíquia de ‘engenheiro’ que ajudou a traçar a Capital
Família conta que item foi encomendado por Manoel Leite e repassado aos descendentes
Há cerca de cem anos, uma lamparina acompanha a família de Eunice Vieira de Morais como parte de suas maiores relíquias. Garantindo que o item ajudou a construir a história de Campo Grande, ele vem passando de geração em geração.
Hoje, a antiga lamparina está sob os cuidados de Marilza Morais, filha de Eunice. Orgulhosa da história contada pela família, a assistente social resume que a ferramenta “forneceu luz para traçar um pouco da nossa história.
Explicando melhor sobre a narrativa, Marilza conta que tudo remonta à época em que ainda nem se falava em engenheiro, mas que um dos patriarcas da família se assimilava a essa profissão. “Meu avô ganhou essa lamparina de Manoel Leite, ele foi uma das pessoas que ajudou a traçar as primeiras ruas de Campo Grande e centralizar o Obelisco”.
Como, na época, a cidade ainda não contava com o sistema de iluminação elétrica, Marilza relata que o item era usado pela noite para que o familiar trabalhasse. “Depois, ele deu para meu avô, passou para minha mãe e agora está aos meus cuidados”, diz Marilza.
Puxando na memória mais sobre a lamparina, Eunice detalha que além da ferramenta ser usada para a profissão de Manoel, serviu como iluminação até para seu parto e de seus irmãos. “Eu e meus irmãos nascemos sob a luz dela, crescemos com ela e, quando finalmente a energia elétrica chegou, acabou que ficou um pouco esquecida”.
De acordo com a mãe, sabendo da importância do objeto e sempre tendo gostado das histórias narradas pela família, o item foi guardado. E, quando tinha apenas oito anos, Marilza garantiu que ele seria seu
“Lembro que ela era pequena e pediu para ter a lamparina. Eu fiquei guardando e, há algum tempo, a lamparina veio para a casa da Marilza”, diz Eunice.
Ainda em funcionamento, o objeto ganhou novo pavio e é usado por Marilza para manter vivas as memórias repassadas pela mãe. “Ela adora as histórias da família, de como eles chegaram em Campo Grande no início e continuaram por aqui”.
Além de Manoel Leite, Eunice explica que seus parentes também envolvem o vereador e militar Amando de Oliveira, doador do terreno do cemitério Santo Antônio. “Todos, naquela época, estavam envolvidos. Minha família veio em grupo saindo de Poconé e essa história da lamparina é uma de muitas que a gente tem”
Em relação à importância de manter as lembranças vivas, Eunice diz que muito é passado para os filhos, mas que quanto mais pessoas valorizarem as narrativas, mais elas seguem integrando a evolução da cidade.
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