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Comportamento

Na folia, maior dor de cabeça é o "Mijão da Esplanada"; Que tal colaborar?

Depois da bebedeira muita gente sai fazendo "xixi" onde não deve

Thailla Torres | 26/02/2019 07:15
José Dias já se acostumou com os mijões, mas torce pela educação neste ano. (Foto: Kísie Ainoã)
José Dias já se acostumou com os mijões, mas torce pela educação neste ano. (Foto: Kísie Ainoã)

O Carnaval de rua em Campo atrai milhares de pessoas aos desfiles pela Esplanada Ferroviária. Mas na contramão da folia, sobra dor de cabeça para quem acorda no dia seguinte com o cheiro de urina nas ruas e na porta de casa. O que faz muito vizinho passar à noite acordado para não correr o risco de os mijões invadirem a residência.

Neste ano, após muitos impasses entre moradores e blocos carnavalescos sobre ter ou não Carnaval na região histórica da cidade, o que resta por parte da vizinhança é pedir consciência e colaboração aos foliões para que a festa seja prazerosa.

Rita decidiu alugar o próprio banheiro para escapar dos mijões de calçada.
Rita decidiu alugar o próprio banheiro para escapar dos mijões de calçada.

Por isso, alguns deles já estão se preparando para curtir à folia e, ao mesmo tempo, impedir que os mijões de plantão entrem em cena. A enfermeira Rita Cesco, de 34 anos, resolveu abrir o banheiro da própria residência na Rua Temístocles, para aluguel. Por R$ 2,00 o folião pode aproveitar um banheiro limpinho e com papel higiênico.

A tarefa iniciou ano passado, depois do cansaço em ficar cuidando para ninguém urinar no quintal. “Não adianta falar, infelizmente as pessoas não respeitam. Eu acordava no outro dia e meu muro estava todo mijado. Lavava e o no dia seguinte era a mesma coisa”.

O aluguel do banheiro não foi o fim dos problemas, mas minimizou o número de foliões tentando invadir o quintal. “Melhorou um pouco e ainda deu para ganhar uns trocados. Mas o povo tem que colaborar”.

Para fugir da folia e, principalmente, dos mijões, tem vinho que prefere pegar a estrada. “Tem vezes que a gente viaja, é muito barulho, muita bagunça, então aproveito o feriado para descansar. Mas o problema do nosso Brasil é educação, enquanto as pessoas não se conscientizarem que fazer xixi é desrespeitar o outro, as coisas não vão melhorar. Ano passado chegaram a defecar no meu jardim”, diz o aposentado Joaquim Nazareth do Carmo, de 52 anos.

Seu Joaquim já passou situações difíceis com quem fez do seu jardim um banheiro.
Seu Joaquim já passou situações difíceis com quem fez do seu jardim um banheiro.

O aposentado José Dias, de 62 anos, vive em uma das casinhas tombadas como patrimônio histórico que também é alvo dos mijões, homens e mulheres. Mas acostumado, ele já evita falar com quem mija. “Eu não ligo para isso não, tem acontecimentos que duram o ano inteiro e ninguém fala nada. Mas acho que se todo mundo colaborasse a gente sujaria menos o nome do nosso Carnaval de rua”, diz o aposentado que também aproveita a folia para vender cerveja.

Mas para quem teve até o cachorro sendo atingido por urina, a chateação é ainda maior, explica o chef de cozinha Ricardo. “Não adianta falar, eles mijam dentro do meu portal olhando para minha cara, até com o cachorro na calçada. É muita falta de educação”, desabafa.

Na busca de minimizar os problemas, no ano passado os blocos solicitaram à Prefeitura cerca de 200 banheiros para os dias de festa, mas somente 60 foram disponibilizados. Neste ano, a administração municipal confirmou 100 banheiros químicos na Esplanada Ferroviária, “número considerado insuficiente pela direção do Valu, para atender a demanda de público que, este ano, deve passar dos 30 mil foliões em cada uma das duas festas do Cordão”, disse a organização em nota.

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Festa na Esplanada começa no sábado com 100 banheiros químicos.
Festa na Esplanada começa no sábado com 100 banheiros químicos.
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