Nascida em lar conservador, Bruna vai representar MS no Miss Gay Brasil
Filha de pai miliar e criada em lar conservador, transformista superou preconceito por meio da arte
Além da beleza e do glamour dos vestidos e na passarela, Bruna Barbosa carrega uma história marcada por superação, aprendizado e autoaceitação. Aos 30 anos, a Miss Beleza Gay Mato Grosso do Sul 2024 se prepara para representar o Estado no Miss Brasil Gay, o maior concurso de beleza transformista do País, que acontece no próximo dia 23 de agosto, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Bruna foi a entrevistada desta semana no podcat Epi Mania.
RESUMO
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Bruna Barbosa, artista transformista de 30 anos, representará Mato Grosso do Sul no Miss Brasil Gay 2024, em Juiz de Fora (MG). Criada em um lar conservador em São Paulo, com pai militar, Bruna encontrou apoio em uma tia em Campo Grande (MS), onde se descobriu como pessoa LGBT e iniciou sua trajetória na arte transformista. Sua estreia nos palcos ocorreu em 2015, como modelo em um desfile. A partir daí, passou a se apresentar como drag queen, descobrindo sua paixão pelo transformismo. Após uma tentativa anterior em 2017, Bruna conquistou o título estadual e agora se prepara para o concurso nacional, investindo cerca de R$ 50 mil em figurinos, inspirados na cultura sul-mato-grossense, e treinamentos. Com foco em representar a comunidade LGBT, Bruna busca visibilidade e aprendizado na competição.
Nascida Fábio Batista, em São Paulo, Bruna cresceu em uma família conservadora, com pai militar, e enfrentou preconceitos ainda na adolescência. “Eu nasci dentro de uma bolha de conservadorismo, onde aos 16 anos eu precisei furar essa bolha pra ser aquilo que eu realmente era”, conta.
Foi nesse momento que entrou em cena Maria Rita, uma tia que percebeu seu sofrimento e ofereceu afeto e acolhimento em Campo Grande.
O que seriam apenas alguns dias na casa da tia, se transformou em um recomeço para o menino de 16 anos que começava a se entender. “Me apaixonei por Mato Grosso do Sul. Aqui foi onde entrei na faculdade de moda, me entendi como pessoa LGBT e conheci todo esse universo. Aqui foi onde tudo começou”, lembra.
A primeira vez que subiu em salto alto foi em um desfile em 2015, a convite de um amigo estilista. Ali, Fábio se conectou à arte que sempre esteve em seu interior. Dali em diante, surgiram apresentações como a drag queen Tiffany Versace.
"Aos poucos fui me descobrindo. Sempre busquei referências, tive muita ajuda também. Descobri que isso era o que eu amava fazer. Pra mim o transformismo significa liberdade. Através da maquiagem e da peruca, eu posso transitar em todos os mundos. É quando me sinto mais forte, mais poderosa”, afirma.
O caminho até a coroa atual foi longo. Bruna já havia disputado o Miss em 2017, mas, como drag queen, não levou o título. Desta vez, com um visual e postura alinhados ao universo transformista, aceitou o convite para representar o Estado no nacional.
“É um grande prazer, mas também uma grande responsabilidade. No início fiquei apreensiva e até insegura, mas decidi participar, representar o Estado e sei que estou dando o meu melhor", detalha.
Para vencer o nervosismo, a miss buscou referências e até aulas para a passarela. Preparação que começou em novembro do ano passado. Em dois trajes que levará para o concurso nacional, um típico e um de gala, Bruna vai retratar a cultura sul-mato-grossense e exaltar a essência pantaneira.
No total, o investimento chega a R$ 50 mil, custeado com apoio de pessoas próximas e pelo próprio trabalho de Bruna, que mantém uma empresa especializada na confecção de perucas de cabelo natural.
Com embarque marcado para segunda-feira, a Miss ficará confinada a partir do dia 21. Enquanto o grande dia não chega, ela sonha alto. “Minha expectativa é ter uma boa colocação. Mas, mais que isso, quero aprender, me divertir e ser voz, uma representação para toda minha comunidade", finaliza.
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