Nathalia seguiu os passos do pai mecânico e chegou à Stock Car
Em uma profissão dominada por homens, jovem conquistou espaço e destacou na área
Em meio aos motores e ferramentas de oficina, Nathalia Galvão, de 26 anos, encontrou o seu lugar. Filha do mecânico, ela cresceu acompanhando o pai no trabalho e aprendeu desde cedo que paixão por carros não tem gênero. Hoje, formada em engenharia de produção e em mecânica aeronáutica, Nathalia dá continuidade ao trabalho do pai e se destaca em uma profissão ainda dominada por homens.
RESUMO
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Nathalia Galvão, engenheira de produção e mecânica aeronáutica de 26 anos, quebra paradigmas ao comandar uma oficina mecânica em Campo Grande. Filha de mecânico, ela cresceu aprendendo o ofício com o pai e, apesar do preconceito enfrentado, conquistou espaço em um ambiente tradicionalmente masculino. Além de administrar o negócio da família, Nathalia trabalhou na equipe da Stock Car e conquistou mais de 96 mil seguidores nas redes sociais, onde compartilha sua rotina como mecânica. Mantendo sua feminilidade e estilo próprio, ela inspira outras mulheres a seguirem seus sonhos, independentemente das barreiras de gênero.
“Desde pequena, eu era grudada com meu pai. Quando não estava na escola, eu estava com ele na oficina, limpando peças, lavando carros, aprendendo a trocar óleo. Ele me ensinou tudo”, lembra. O pai, Carlos Galvão, o Carlão, se especializou em modelos da linha Chevrolet e foi professor e inspiração.
Mas o caminho percorrido por Nathalia não foi fácil. “No começo, eu sofri muito preconceito. Tinha cliente que duvidava do que eu falava, achava que eu não sabia o que estava fazendo. Já ouvi de tudo, desde que eu deveria ser modelo até que lugar de mulher não era na oficina. Isso me fez questionar se eu realmente devia continuar”, conta.
Em 2023, participou de uma seleção para trabalhar na equipe da Stock Car, a principal categoria do automobilismo brasileiro, e foi contratada. “Foi um misto de medo e orgulho. Eu era nova, mulher, e estava em um ambiente em que quase ninguém acreditava que eu chegaria. Trabalhei o ano inteiro com eles e foi uma das experiências mais marcantes da minha vida", revela.
O reconhecimento dentro e fora das pistas reforçou a certeza de que ela escolheu o caminho certo. De volta a Campo Grande, Nathalia assumiu oficialmente a oficina da família, localizada no Jardim Paulista. “Meu pai queria fechar, mas eu disse que agora era minha vez. Reabri tudo no meu nome e dei continuidade ao que ele começou. Ele ainda trabalha comigo, e isso me enche de orgulho”, afirma.
Nas redes sociais, Natália também conquistou seguidores mostrando a rotina de mulher mecânica. Só no Instagram são mais de 96 mil seguidores, com vídeos que já ultrapassaram a marca de 1 milhão de visualizações.
Entre as publicações, surgem comentários que vão do incentivo às críticas machistas. “No começo me abalava, mas hoje não ligo mais. Prefiro focar nas mensagens de meninas que me escrevem dizendo que se inspiram em mim”, destaca.
Vaidosa, ela também faz questão de manter o estilo próprio e quebrar preconceitos com a profissão. “Minhas unhas estão sempre feitas. Não é porque eu mexo com graxa que vou andar desarrumada”, comenta.
Natália sonha em continuar crescendo na profissão e, quem sabe, voltar a trabalhar com automobilismo de elite. “A mecânica é minha vida. É o que eu amo. E quero mostrar que mulher pode estar onde quiser", finaliza.
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