Pastor uniu a família com café e usou a “fórmula” para ajudar as pessoas
Ivan Rodrigues Brow faleceu nesta semana e ficou conhecido pela sede de transformação social
Ivan Lúcio Rodrigues, conhecido como pastor Ivan Rodrigues Brow, juntou a família com o café e fez disso uma fórmula para ajudar pessoas em vulnerabilidade. A ação simples cumpriu com o objetivo e assim nasceu o Instituto Maná do Céu. O falecimento repentino assustou familiares e amigos nesta semana, mas sua sede por transformação social fica de lembrança.
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Pastor Ivan Rodrigues Brow, fundador do Instituto Maná do Céu em Campo Grande (MS), faleceu repentinamente esta semana por causas naturais. Conhecido por seu trabalho social, ele transformou um simples café da manhã em família, iniciado em 2008, em um projeto que auxiliava pessoas em situação de vulnerabilidade no Jardim Canguru. Hipertenso, mas sem outros problemas de saúde, Ivan foi encontrado sem vida em sua residência no Bairro Coophamat na última terça-feira. Articulado e dedicado às causas sociais, especialmente às pautas raciais, o pastor não tinha filhos, mas deixa um legado de trabalho social, além de quatro cães da raça spitz alemão que considerava como família. Era reconhecido por sua atuação missionária, dedicação à igreja e pelo desejo de transformar a realidade de pessoas negras e pardas em situação de vulnerabilidade.
Carla Rodrigues, lembra do irmão com amor e uma saudade nova. Ela conta que Ivan nasceu para fazer a diferença na vida das pessoas e era um “ganhador de almas”. Apaixonado por ser missionário, ele sempre esteve envolvido com atividades na igreja.
“Ele era extremamente inteligente, muito dedicado e intenso em tudo o que fazia. Era sanguíneo e queria resolver tudo na hora. Tinha pressa de fazer as coisas, não deixava para o outro dia. Ele criou uma estratégia para que a gente tomasse café da manhã juntos em casa com a minha mãe, ele queria estreitar os laços. Na época minha irmã estava doente. Toda quinta a gente tomava café às 6h, isso desde 2008”, conta Carla.
O ato começou intimista só com a família próximas, mas logo se estendeu a familiares, amigos e depois aos membros do Instituto e pessoas que buscavam por eles no Jardim Canguru. Carla explica que o nome do Instituto é bíblico.
“O Maná era o alimento que vinha do céu e precisa ser distribuído imediatamente, não podia ser armazenado e estragava, assim é a fome, ela não espera”.
Ivan não tinha herdeiros, mas vivia com os da irmã. Ele deixou quatro cachorros que tratava como filhos, Frida Lúcia,Frederico Alexandre e Sofia Rebeca. Todos da raça splitz alemão. Os irmãos se falavam todos os dias e quando a ligação de rotina não aconteceu, Carla soube de imediato.
“Ele só não ligaria se tivesse acontecido alguma coisa. E infelizmente foi o que aconteceu. E ele estava escalado para cuidar das crianças. Eu iria fazer uma cirurgia, nossa irmã Elza tem problemas de saúde então combinamos de nos ajudar. As meninas já estavam esperando por ele para comer sushi quando soube”.
O motivo da partida de Ivan, segundo o laudo médico, foi morte natural. Carla destaca que ele não tinha problemas de saúde, apenas hipertensão e isso não foi apontado como motivo. Ele foi encontrado morto pelos familiares na tarde desta terça-feira, na casa onde vivia, no Bairro Coophamat.
“Ele era muito amado, amava sushi. Era cozinheiro de mão cheia, chefe de cozinha. Era muito articulado não se conformava com a miséria vulnerabilidade social, dizia que precisava mudar a realidade das pessoas, principalmente dos negros e pardos”.
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