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Consumo

Capataz abandona lida e passa o dia vendendo lembrança de fazenda

Com saúde fraca, Cícero precisou acabou vendendo chaveiros de couro artesanais em rotatória

Por Natália Olliver | 21/10/2025 07:18

Sentado em um banco de madeira, suportando o sol de quase 12h, Cícero Marques de Sousa, de 66 anos, passa o dia vendendo chaveiros caseiros que faz com couro de boi. A técnica foi aprendida desde a infância, quando ele era capataz de fazendas. No ramo, ele já rodou por várias cidades do Estado e até foi para o interior de São Paulo. Depois de anos dedicados ao gado, hoje o que resta é ficar o dia na rotatória da Avenida Ana Rosa Castilho Ocampo com a Avenida Coronel Antonino.

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Cícero Marques de Sousa, de 66 anos, dedica seus dias à venda de chaveiros artesanais feitos de couro de boi em uma rotatória de Campo Grande. Aprendeu a técnica ainda na infância, quando trabalhava como capataz em fazendas. Apesar de problemas de saúde, como um cateter no coração e uma hérnia de disco, ele sonha em retornar à vida no campo, onde passou mais de 20 anos. Atualmente, Cícero vende seus produtos, que variam de R$ 20 a R$ 80, e sobrevive com a renda obtida. Ele chegou à cidade há três anos, comprou um terreno e luta para pagar as prestações. Enquanto aguarda uma melhora na saúde, ele segue trabalhando, esperando o dia em que possa voltar à sua paixão: a vida nas fazendas.

A maneira de ganhar a vida é o que a saúde permite, mas o que Cícero quer mesmo é voltar a trabalhar com os animais. Com cateter no coração e uma hérnia de disco, ele vai vivendo esperando o dia em que possa voltar à sua antiga função, à qual dedicou mais de 20 anos da vida. O tranalho é feito só com o banco e água.

Capataz abandona lida e passa o dia vendendo lembrança de fazenda
Capataz abandona lida e passa o dia vendendo lembrança de fazenda
Cícero Marques de Sousa passa o dia no cruzamento de avenida (Foto: Natália Olliver)

“Sempre fiz isso com o couro. Aprendi com os patrões, com os piões. Vivi sempre nas fazendas desde os 8 anos, mexendo com gado. Já mexi em fazenda em Nova Andradina, Camapuã, já fui até para o Pantanal, para Araçatuba, no interior de São Paulo, Água Clara”.

Há três anos Cícero se mudou para Campo Grande, comprou um terreno à prestação no Caiobá e vem lutando para pagar.

“Eu amava a fazenda e quero voltar. Isso é temporário. Fiz um cateterismo, mas não atrapalha, o que não posso é forçar a coluna por causa da hérnia. O dia que melhorar e operar eu volto”, diz, com a certeza de quem sabe o que está falando.

Cícero vende couro cru e curtido em forma de chaveiro e o chamado rabo de tatu. A pele ele recebe de amigos e conhecidos das fazendas. O valor vai de R$ 20 a R$ 80. Na mochila, apenas os produtos e água.

Capataz abandona lida e passa o dia vendendo lembrança de fazenda
Cícero viveu toda a vida em fazenda e usa o que aprendeu lá para fazer os chaveiros (Foto: Natália Olliver)

“Dá pra viver, vendo uns 4 por dia de R$ 20 em um dia bom. Antes ficava em pé, aí me deram um banquinho para sentar. Chego aqui às 7h e paro umas 17h. Chego em casa às 18h. Tem 20 dias que fico nesse ponto aqui na rotatória, antes eu ficava zanzando por aí, mas quando parei aqui deu mais certo”.

Por hora, Cícero está no cruzamento das avenidas, mas para encontrá-lo basta ligar para o número (67) 99244-6568.

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