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Consumo

Sem ligar para o politicamente correto, loja no Centro vende de ganso a pavão

Elverson Cardozo | 24/02/2014 06:32
Cachorro piquenês está na gaiola, à venda por R$ 700,00. (Foto: Cleber Gellio)
Cachorro piquenês está na gaiola, à venda por R$ 700,00. (Foto: Cleber Gellio)

Na Travessa José Bacha, rua lateral ao Mercadão Municipal de Campo Grande, um galpão pintado de branco, sem nome na fachada, passa despercebido por quem sempre está correndo. De longe, por fora, parece mais um estacionamento, mas dentro, o que se encontra são animais, de cachorro a pavão. Todos à venda, presos em gaiolas ou cercados.

O comércio, capaz de deixar qualquer defensor de animais com os cabelos em pé, acontece no Mercado de Rações, nome informado pelo funcionário Jurandir Arruda Ferreira, de 54 anos, que se dedica a cuidar e vender os bichos há 20 anos, desde quando o espaço, segundo ele, abriu as portas.

No início, contou, o foco eram as rações, mas o negócio cresceu, a procura aumentou e a venda tornou-se mais lucrativa. Prova disso é a quantidade de animais engaiolados, a espera de um dono, ou melhor, de um comprador. Interessados, ele garante, é o que não falta.

Jurandir trabalha no Mercado desde que abriu e passa o dia cuidando e vendendo os bichos. (Foto: Cleber Gellio)
Jurandir trabalha no Mercado desde que abriu e passa o dia cuidando e vendendo os bichos. (Foto: Cleber Gellio)

“Geralmente é o pessoal que mora em fazenda”, disse, referindo-se aos clientes. “Muito empresário, dono de pousada, hotel em campo, mas também tem cara que quer um bichinho de estimação e leva um porquinho da índia para o apartamento”, completou, exemplificando.

No Mercado de Rações é possível encontrar uma variedade de bichos, do pintinho (R$ 4,00 a unidade), recordista de vendas, ao pavão, a ave mais cara, que sai por R$ 600,00.

Tem ganso canadense (R$ 100,00), pato (R$ 25,00), coelho adulto (R$ 25,00), periquito australiano (R$ 30,00), porquinho da índia (R$ 20,00), peru (R$ 100,00), além de galo índio gigante (R$ 100,00), galinha, gato e até cachorro. Um piquenês, por exemplo, estava sendo vendido a R$ 700,00. Dependendo do valor, dá para parcelar, em até 3 vezes, contou Jurandir.

A maioria é adquirida com criadores de Campo Grande, mas há fornecedores de outros estados, como São Paulo, disse o funcionário. Independente do lugar, ele prosseguiu, “é tudo certinho”.

Periquitos australianos. (Foto: Cleber Gellio)
Periquitos australianos. (Foto: Cleber Gellio)
Coelho adulto está sendo vendido por R$ 25,00. (Foto: Cleber Gellio)
Coelho adulto está sendo vendido por R$ 25,00. (Foto: Cleber Gellio)
Pavão divide o mesmo espaço com as galinhas. (Foto: Cleber Gellio)
Pavão divide o mesmo espaço com as galinhas. (Foto: Cleber Gellio)

“É tudo autorizado. Tem que ter a GTA [Guia de Trânsito Animal], da Iagro [Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal]. Não pode passar sem documentação”, afirmou.

Dentro do galpão a preocupação continua, destacou o homem, ao comentar que, das 7h às 18h, ele e mais um ajudante cuidam do espaço. Recepcionam os clientes, vendem, mas também dão água e ração aos bichos.

Na avaliação dele, que por um momento parece ter esquecido o lado vendedor, os animais vivem, de fato, muito trancados e isso, pensando bem, não é bom. “Mas eles não podem ficar soltos. São indefesos. Um predador pode pegar eles”, argumentou na sequência, retomando a postura.

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