Bar da 14 suspende música ao vivo após operação da PM
Decisão é temporária, "em respeito ao momento e da busca pelo entendimento sobre as políticas públicas"
A gerência do Má Donna Bar, localizado na Rua 14 de Julho, região central de Campo Grande, decidiu suspender temporariamente as apresentações musicais ao vivo após uma operação conjunta da Polícia Militar e da Polícia Ambiental na última segunda-feira (2). A ação foi motivada por denúncias de perturbação do sossego e emissão de ruídos acima do permitido, durante o evento "Samba do Trabalhador", celebrado no Dia do Samba.
Em nota publicada nas redes sociais na noite de quinta-feira (5), a equipe do Má Donna justificou a suspensão das apresentações ao vivo como uma medida para “entender melhor as políticas públicas” e garantir a segurança de seus clientes e funcionários. A nota reforçou o compromisso do bar com a cultura e o setor noturno da cidade, informando que playlists serão usadas para manter o ambiente acolhedor enquanto a situação é avaliada.
"Vivenciamos uma situação delicada. Em respeito ao momento e da busca por maior entendimento sobre as políticas públicas de Campo Grande, que frequentemente parecem desfavorecer empreendimentos culturais noturnos, optamos suspender as apresentações ao vivo nesta semana", fiz o texto.
Conforme já noticiado pela reportagem, equipes do 1º Batalhão da Polícia Militar foram acionadas devido às frequentes reclamações de poluição sonora na região central da cidade. Medições realizadas no Má Donna registraram níveis de ruído entre 85,8 e 87,0 decibéis, acima do limite municipal de 55 dB, conforme a Lei nº 8/1996. Além do Má Donna, os bares Blef Bar e Bar da 14 também foram fiscalizados.
Durante a ação, o sócio-proprietário Kayky Sanches e a gerente do estabelecimento foram conduzidos à delegacia, onde prestaram depoimento até a madrugada. O bar foi multado em R$ 5 mil por poluição sonora. À reportagem, o empresário alegou que, no momento da fiscalização, o som estava desligado e que o bar opera com alvará em dia, permitindo música ao vivo.
“Mesmo com o som desligado, eles falaram que a gente estava errado, porque os níveis decibéis haviam ultrapassado o limite permitido. Falaram que o máximo são 50 [decibéis] e no aparelho estava dando de 70 a 75”, afirmou. “É complicado empreender em Campo Grande, de verdade. A gente está com o alvará em dia e lá diz que podemos exercer com música ao vivo”, pontuou Kayky.
A Polícia Militar foi procurada pela reportagem e informou que “vem recebendo inúmeras denúncias, via 190, de perturbação do sossego e poluição sonora, bem como constatou aumento no número de furtos e roubos de veículos. Isso tem ocorrido rotineiramente em diversos dias da semana, tendo em vista que os comerciantes que possuem suas lojas nas imediações, bem como moradores, em sua maioria idosos, que moram na região, estão sendo afetados pelo barulho e alto fluxo de pessoas”, escreveu.
A Prefeitura de Campo Grande também foi procurada, mas não retornou até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto.
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