Carnaval termina com estreia de bloco na rua e alegria de foliões

A despedida do Carnaval de rua 2023 ficou nas mãos do Cordão Valu na Esplanada Ferroviária. A tarde e noite de terça-feira (21) foi repleta de emoções com bloquinho fazendo estreia na folia e mostrando para a população que veio para ficar.

Diferente dos dois últimos dias, a chuva deu uma trégua para o público curtir a festa sem se molhar. A festa começou às 15h e por volta das 17h30 a Avenida Mato Grosso e Calógeras já estavam tomadas por pessoas de todas as idades que transitavam na via na companhia de familiares e amigos.

Ao decorrer da noite mais pessoas chegaram ao local, o que levou à formação de fila na Avenida Mato Grosso entre a Rua 13 de Maio e 14 de Julho. Enquanto a galera esperava para entrar, a folia seguia a todo vapor com shows culturais no palco.

Na programação, um dos destaques foi o Bloco Farofa com Dendê, que participa pela primeira vez do Carnaval na cidade. Às 18h40 integrantes do bloco desceram a Rua General Melo em direção à Avenida Calógeras, onde estava o palco.

Tocando e cantando ‘Faraó’, o bloco foi recebido com muita animação pelos foliões que uniram as vozes do começo ao fim da canção. Uma das lideranças do Farofa com Dendê, Tabata Camila narra a emoção de dividir espaço com o Cordão Valu, que é madrinha do bloco.

“Estamos muito agradecidos ao Cordão Valu que nos deu a oportunidade. É a primeira vez que um bloco faz um recorte racial dentro de Campo Grande e a gente tá muito feliz”, diz.

Também integrando a diretoria, Kelly Cristina Alves fala sobre os valores do bloco e a importância de mostrar eles para o público. “O bloco nasce a partir do movimento negro unificado, então é uma construção cultural dentro do movimento negro. É pra gente trazer o povo preto, a cultura preta pra rua e chamar as pessoas pra pauta antirracista, contra a intolerância religiosa e demarcar esse espaço como do povo preto e de terreiro. Estamos muito felizes em mostrar pra cidade que a gente existe, merece respeito e igualdade”, destaca.

À frente do Cordão Valu, Silvana Valu comenta que a retomada do Carnaval de rua superou as expectativas. Ela pontua que os dez blocos da cidade conseguiram reunir os foliões até na chuva.

“O público nunca decepciona, eles estão sempre correspondendo. A gente lotou a Esplanada no sábado, hoje ainda é dia e a Esplanada está lotada. É muita criança, idoso, família, jovem. O bloco tá lindo e depois de dois anos a festa tá maravilhosa. Somos dez blocos na cidade inteira e com chuva ou sem chuva os dez blocos tiveram gente e a expectativa superou”, ressalta.

Para os foliões, o Carnaval teve mais pontos positivos do que negativos. Dos cinco dias, Julia Torrecilha conseguiu ir somente no último. Mesmo assim, ela garante que conseguiu aproveitar a experiência e elogia a animação da galera.

“Eu gosto do Carnaval, mas é difícil eu vir. Eu gosto do clima, da alegria, da descontração e dessa possibilidade que qualquer um pode ser o que quiser ser. Existe essa democracia de ver pessoas de várias idades, segmentos sociais e eu gosto de ver esse clima de alegria”, expõe.

Marina Torrecilha, de 33 anos, compartilha a mesma opinião que a da mãe e pontua a relevância da festa popular para a cultura brasileira. “Eu acho que é um evento muito importante, único, especial, que tem que ser prestigiado e estar sempre forte na nossa cultura. Eu tô adorando”, conta.

Camila Benatti compareceu nos cinco dias de bloquinho. A única coisa que deixou a desejar, segundo ela, foi o som. “Eu vim todos os dias e faltou caixa de som ao longo da rua. A gente só escutava música lá perto do palco, isso foi muito chato. Mas foi gostoso, porque estava todo mundo animado pra pular Carnaval na chuva e foi muito legal”, reforça.

Neste ano, ela relata que conseguiu aproveitar o Carnaval pela primeira vez ao lado da filha. “O espaço que reservaram pras crianças foi excelente, foi o primeiro Carnaval que minha filha pulou comigo, realizei meu sonho, foi maravilhoso”, afirma.

Aldemir Amaral, de 35 anos, curtiu os últimos três dias de bloquinho na companhia dos amigos. Ele comenta sobre a saudade que sentia da festa e que o horário das 23h poderia se estender.

“Esse ano foi perfeito depois de dois anos sem o Carnaval de rua em Campo Grande, foi uma perfeição tanto o bloco da Valu quanto o Capivara Blasé. Nem a chuva atrapalhou. Tudo tranquilo sem nenhum problema. Acho que poderia ter sido um pouquinho mais tarde, porque depois o pessoal não foi embora”, opina.

Para quem não estava animada a princípio para pular Carnaval, um convite mudou tudo. Mayara Zanella, de 28 anos, garante que gostou do evento e da forma como foi organizado.

“Eu nem queria sair, mas meus amigos me convenceram a vir e achei superlegal. A segurança tá super ok”, conclui.

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