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Diversão

Com atletas de toda parte, festival mostrou resistência do skate em MS

Mais de 110 skatistas de diferentes regiões participaram de campeonato que premiou campeões com R$ 1 mil

Por Clayton Neves | 07/04/2025 07:11
Com atletas de toda parte, festival mostrou resistência do skate em MS
Atleta durante competição de skate no Parque das Nações Indígenas. (Foto: Clayton Neves)

Na noite de domingo, o Parque das Nações Indígenas virou palco para algo além de manobras radicais. Com plateia lotada e dezenas de artistas em cena, o skate sul-mato-grossense mostrou a força que tem durante o Festival Campão Cultural. Com mais de 110 inscritos de várias partes do Estado, incluindo Bonito, Dourados, Três Lagoas, Naviraí, Aquidauana e Ponta Porã, o evento se foi ato de lazer, cultura e, principalmente, resistência.

A premiação de R$ 1 mil para os vencedores das categorias amador e feminino animou, mas o clima ali não foi de rivalidade, e sim de celebração.

“É um evento de extrema importância porque o skate não tem visibilidade. Muitas pistas estão abandonadas. Aqui, a gente mostra a nossa cultura pra sociedade, para as crianças e famílias”, resume Elio Ângelo, organizador do campeonato.

Elio destaca que é a segunda vez que o skate entra no cronograma do Campão Cultural e que, pela estrutura e alcance, nunca houve um campeonato desse porte em Campo Grande com inscrição gratuita e o mesmo nível de valorização.

“São quatro categorias: mirim, iniciante, feminino e amador. Vieram representantes de muitas cidades do Estado e isso mostra o quanto o skate é forte aqui”, reforça.

Para quem vive sobre rodas há mais tempo, o momento também foi de reconhecimento. Fred Almeida Campos, de 38 anos, pratica o esporte há 25.

Com atletas de toda parte, festival mostrou resistência do skate em MS
Pista onde atletas mostraram talento em forma de manobras radicais.(Foto: Clayton Neves)

“Campo Grande é uma cidade conhecida no cenário nacional. Temos nomes fortes, como Pedro Henrique e o Eduardo Gomes, que é o nosso profissional mais novo. A galera anda bem, mas falta incentivo. O skate ainda é visto com muito estigma. Muita gente não entende a importância dele na vida das pessoas”, comenta.

Fred pontua que, mais do que um esporte, o skate é uma linguagem que une referências estéticas, culturais e sociais. “O que importa aqui não é quem ganha ou perde. É reencontrar os amigos, trocar experiências, fazer parte de algo. A gente se conecta com outras culturas, outras cidades, com música, com vídeo, com estilo. É o nosso estilo de vida”, finaliza.

Esse sentimento de pertencimento também é compartilhado por Carina Vilalba, de 32 anos, que acompanha a cena há 15 anos e viu de perto a transformação do skate feminino.

 “Hoje a gente já conseguiu ocupar mais espaço. Quando comecei era bem difícil. Tinha preconceito até dentro de casa. A gente não conseguia andar em paz. Agora, tem meninas que representam a gente em vários lugares, existe mais visibilidade. Ainda tem muito pra conquistar, mas evoluímos muito”, avalia.

Com atletas de toda parte, festival mostrou resistência do skate em MS
Evento foi ato de cultura, lazer e resistência em Campo Grande. (Foto: Clayton Neves)

Quem também marcou presença foi Clodoaldo Souza, de 42 anos, que veio de Rondônia e está há cerca de 2 anos em Campo Grande. Ele morou por um período em países da Europa passou pela Europa e garante que em toda parte o skate é uma irmandade com linguagem universal.

 “A única diferença de um lugar pro outro é a língua. Cheguei em Madri, não conhecia ninguém, e em pouco tempo já tinha onde ficar, amigos pra andar. Aqui foi a mesma coisa. O skate é família, é inclusão”, diz. Apesar do acolhimento, ele reforça que ainda falta estrutura para praticar o esporte.

“Aqui mesmo, no parque, a iluminação deixa a desejar. A gente tem que correr atrás demais e é preciso agilidade do poder público para garantir o crescimento da cena”, acrescenta.

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