Com cara de exposição, Arraial de Santo Antônio anima, mas povo reclama do preço
A festa é tradicional, prevista no calendário cultural da cidade há 15 anos, e apesar da nova administração municipal, em 2017 não tem muitas novidades. Além das 54 barracas montadas por entidades com artesanatos, comidas típicas e brincadeiras, o público tem shows que deixam a festa com mais cara de exposição do que arraial junino.
O público aprovou a organização, mas reclamou do preço das comidas, que acaba pesando no bolso de famílias que decidem lanchar na festa nada barata.
"A gente vem porque é uma tradição e as crianças adoram. Mas achei um pouco caro”, reclama a dona de casa Juliana Braga de Souza, de 32 anos. Em uma hora ela contou os gastos. “Desde que chegamos já foram mais de R$ 100,00 com marido e as crianças. Mas pelo menos a festa está boa”, afirma.
A manicure Mayara Fontoura, de 27 anos, disse que adorou a festa na companhia da família, mas também aproveitou para falar do preço. "Acho muito importante manter a tradição, essa festa faz parte de Campo Grande. Mas com toda a família fica pesado, as coisas estão muito caras esse ano"
Carreteiro e tapioca por exemplo custam R$ 10,00, o cachorro-quente sai entre R$ 5,00 e 7,00. Receitas de milho, como bolo, curau e pamonha variam de R$ 3,00 a R$ 6,00. Tem também caldos por R$ 5,00 e doces de R$ 3,00 a R$ 6,00, além de açaí que varia de R$ 7,00 a R$ 10,00. As barracas também vendem acarajé, pipoca, churros, crepes e espetinhos.
Participando pela segunda vez na venda de caldos, Leondes Delmondes comemora o movimento. “Está melhor que ano passado, com certeza”. Com a barraca lotada, o produto mais pedido é o Caldo da Sogra, elaborado por ele. “Só tem aqui na minha barraca", garante. "É um caldo com frango, calabresa, pimentão, bacon e um pedacinho da minha sogra”, brinca.
Além de marcar as comemorações em homenagem ao padroeiro de Campo Grande, a festa é solidária. As barracas são de entidades participantes que vendem os produtos para conseguir recursos.
O artesanato também está presente na festa e este ano uma das novidades é o Coletivo de Brechós que levou peças usadas e seminovas a partir de R$ 5,00.
Outra saudade é do tempo da fogueira de madeira. Para evitar a queima e levantar a bandeira da sustentabilidade, esse ano o fogo é somente cenográfico, montado no centro da festa e "ligado" só amanhã, 13 de junho, em comemoração ao dia de Santo Antônio.
"A festa está tranquila, mas falta aquela fogueira original. Lembro quando eu morava aqui pertinho, dava pra ver de longe ela sendo montada. Acho que faz parte”, diz a dona de casa Naiane Hoffman, 31 anos.
Angela Maria Alves, de 31 anos, levou a filha caçula para conhecer. "Tradição da nossa cidade faz parte, então tem que trazer para descobrir como é animado. Mas não sabia que não tinha mais a fogueira", lamenta.
Aos 69 anos, dona Mercedes de Freitas, era só felicidade. Ela se apresentou na quadrilha ao lado de outros idosos do Centro de Múltiplas Referências e Convivência do Idoso - Vovó Ziza. Foi na festa de Santo Antônio que dançou quadrilha pela primeira vez. “Foi há 9 anos, eu nunca tinha dançado e quando entrei para o Centro eles me convidaram. Foi a melhor coisa que eu fiz, é maravilhoso demais, a festa é deliciosa”, anima.
A festa continua até até terça-feira com apresentação de quadrilha e atrações musicais.
Veja a programação:
12 de junho
Victor Gregório e Marco Aurélio
João Haroldo e Betinho
Larissa e Mariana
Grupo Derrama
Homenagem às cantoras Beth e Betinha
13 de junho
Max Henrique
Bruninho e Davi