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Diversão

Comunidade do Amambaí cria a Festa do Milho, para movimentar antiga rodoviária

Thailla Torres | 16/07/2016 07:20
Espaço será ocupado no dia 16 para Festa do Milho e parte do dinheiro será doado para o prédio. (Foto: Marina Pacheco)
Espaço será ocupado no dia 16 para Festa do Milho e parte do dinheiro será doado para o prédio. (Foto: Marina Pacheco)

Tem mais festa julina vindo por aí, dessa vez no espaço do Centro Comercial Terminal do Oeste, a antiga rodoviária de Campo Grande, que vai ganhar movimento com a Festa do Milho. A ideia é levar diversão e cultura para o prédio que batalha por uma revitalização. 

O evento será hoje, com atrações culturais, música, apresentação de capoeira, dança de rua e quadrilha. Entre as comidas típicas, vai ter barraca de milho, bolo, pamonha e curau. Entre as variedades de salgados, estão carreteiro, espetinho, cachorro-quente e pastel. 

A ideia de fazer um evento pela antiga rodoviária é movimentar uma região que a cada ano vem perdendo comerciantes e frequentadores. Por isso, a Associação de Moradores do Bairro Amambaí, em parceria com a administração do prédio, fizeram parceria e 10% do dinheiro arrecadado em cada barraca será doado ao prédio, para que seja finalizado o projeto contra incêndio.

Lidia está no prédio há 2 anos e adoraria ver o local movimentado. (Foto: Marina Pacheco)
Lidia está no prédio há 2 anos e adoraria ver o local movimentado. (Foto: Marina Pacheco)

"Esse prédio é muito importante e também faz parte da história, por isso estou tentando chamar a atenção do bairro para que juntos a gente consiga melhorar a situação do prédio", explica Rosane Nery de Lima, que é presidente da Associação e também atua na administração do prédio.

No ano passado o Centro Comercial chegou a ser interditado pelo Corpo de Bombeiros, por não cumprir as exigências de funcionamento. Por isso, para finalizar o projeto, é necessário adquirir extintores, hidrantes de parede, sinalização para todo o complexo, iluminação de emergência, alarme e a implantação de uma brigada de incêndio. 

"Isso tudo custa dinheiro, não é uma coisa a gente faz de um dia para o outro. E não basta só o povo, é preciso que os proprietários das lojas enxerguem a importância desse espaço. Que pode continuar servindo para comercial e um ponto de cultura para a cidade", reforça. 

Osmarina admite que o salão sobrevive graças a clientes antigos. (Foto: Marina Pacheco)
Osmarina admite que o salão sobrevive graças a clientes antigos. (Foto: Marina Pacheco)

Lidia Ramona Nunes, de 56 anos, vive como costureira e abriu o próprio atelie há dois anos no prédio. Toda vez que escuta algo negativo sobre o local, ela afirma que busca quebrar o preconceito. "Sempre vejo gente falando que aqui só tem usuários de drogas e violência ao redor. Mas me sinto muito segura e eu acho que o que falta são as pessoas entenderem que esse lugar é importante. Eu acompanhei o tempo que isso daqui era ponto de encontro na juventude e isso não pode se perder. Talvez a cultura seja a única maneira disso mudar", argumenta. 

Prorietária de um salão de beleza no lugar, Osmarina Ferreira, de 46 anos, lamenta o abandono. "Eu sobrevivo aqui pela fé e pelos meus clientes antigos. Mas adoraria que a realidade mudasse. Talvez os eventos possam dar uma força, não é só um projeto contra incêndio que falta, precisa de valorização, de cuidado. Há muito tempo eu escuto a conversa que o prédio vai ser todo reformado e isso nunca aconteceu", lamenta. 

Para quem quiser aproveitar o arraial e colaborar para a antiga rodoviária, a Festa do Milho será hoje, das 11h às 21h, no local que servia de embarque e desembarque de ônibus. A entrada é de graça. O Centro Comercial fica na Rua Dom Aquino, 750.

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