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Diversão

Cultura indígena e prostituição farão parte de novela gravada em MS

Novela da Globo gravada em Dourados está marcada para estrear no dia 8 de maio

Aletheya Alves | 20/04/2023 10:51
Suyane Moreira e Cauã Reymond caracterizados como Iraê Guató e Caio La Selva. (Foto: Divulgação)
Suyane Moreira e Cauã Reymond caracterizados como Iraê Guató e Caio La Selva. (Foto: Divulgação)

Com estreia marcada para o dia 8 de maio, Terra e Paixão, novela de Walcyr Carrasco gravada em Dourados, terá presença indígena e discussão sobre prostituição em regiões fronteiriças. Mas, para quem espera por abordagens espinhosas, o diretor artístico Luiz Henrique Rios explicou que os caminhos serão diferentes.

 De antemão, quis deixar claro que enquanto novela, a ideia não é fazer um documentário, mas sim uma ficção.

“Esses universos são retratados, não documentados e isso ajuda a conversar sobre os indígenas na nossa história. Nossa primeira ação sobre essa questão é que falar de Mato Grosso do Sul e não falar de indígenas é muito difícil porque eles estão presentes”, explica Luiz.

Entretanto, pontos mais espinhosos como a questão fundiária não deverão integrar a trama, como o diretor pontua.

O autor, Walcyr Carrasco, foi provocado para uma discussão política na seguinte espécie: nós não tratamos os indígenas nas nossas histórias como um todo. É como se a gente não tivesse indígenas no audiovisual. Então, a primeira ação política é colocar a existência desses povos dentro da história, detalha Luiz Henrique Rios.

Sobre a visão geral em relação à novela, o diretor a apresenta como uma história que não vai definir o agronegócio, mas pontuar sobre como as pessoas que vivem nesse meio se relacionam.

“Terra e Paixão é uma história linda, sobre a vontade de ter um mundo melhor. É uma conversa sobre o Brasil, sobre pessoas, sobre existências. Não é uma novela sobre o agro, mas que se passa nele. [...] Não é uma novela para discutir o que é isso, mas que se passa nesse ambiente, que conversa sobre herança e legado. Herança do ponto de vista de riqueza material”, detalha Luiz.

Integrando o núcleo de atores que irão interpretar os indígenas citados por Rios, Daniel Munduruku, explica que Jurecê, um pajé guató, permeia entre o mundo do homem branco e o seu próprio.

Daniel Munduruku irá interpretar Jurecê Guató, um pajé. (Foto: Divulgação)
Daniel Munduruku irá interpretar Jurecê Guató, um pajé. (Foto: Divulgação)

"Jurecê vai ser um intermediário entre uma sociedade e outra. Ele vai trazer aquilo que as sociedades indígenas têm de pertencimento ao território e vai oferecer esse olhar aos protagonistas. Isso para que eles se questionem sobre suas próprias posturas e legados que irão deixar”, detalha Daniel.

Identificando o personagem como uma “espécie de pai, avô e mestre dos personagens que não são indígenas”, o ator pontua que Caio (Cauã Reymond), por exemplo, irá se inspirar em Jurucê.

Além de Daniel, Suyane Moreira irá interpretar Iraê Guató, sua filha, e Rafaela Cocal será Yandara Guató, a neta.

Assim como a questão indígena é presente em Mato Grosso do Sul, outro assunto regional que é amplamente discutido nas regiões de fronteira se vincula à prostituição. E, para dar vida a esse ponto, a atriz Letícia Laranja comentou que irá interpretar Flor da Conceição.

Letícia relatou que poder refletir sobre mulheres que passam por cidades em região de fronteira, em busca de uma vida melhor, é um dos pontos a serem destacados. “São mulheres que se deparam com o lugar da prostituição e esse é o lugar de Flor”.

Na novela, Flor é uma mãe que passa a trabalhar com prostituição e, a partir da visão moral da sociedade, é vista como alguém menor.

“Ela sempre está sendo vista de uma má forma, como uma mulher que não tem dignidade, que não se ama e que vende seu próprio amor. Mas, ela é uma mulher que acredita no amor, que não se coloca no lugar em que a sociedade se coloca. Ela acredita que tem direitos”.

Veja a chamada da novela novela das 21h:


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