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Meio Ambiente

Com Gatorade e melancia, elefanta faz pit stop em clima seco de Campo Grande

Kenya é segunda da espécie a cruzar o Estado vindo da Argentina, para viver em liberdade no Mato Grosso

Por Maristela Brunetto e Bruna Marques | 08/07/2025 10:02
Com Gatorade e melancia, elefanta faz pit stop em clima seco de Campo Grande
Kenya durante parada da comitiva em Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)

Em seu quarto dia de uma viagem rumo à liberdade na natureza, a elefanta Kenya passou esta manhã por Campo Grande. Para transportar o animal desde a Argentina, na segunda remoção em três meses, um caminhão, vans e escolta contínua da PRF (Polícia Rodoviária Federal) compõem a caravana. O destino é o Santuário de Elefantes, localizado em Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso.

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A elefanta Kenya, em viagem rumo ao Santuário de Elefantes em Chapada dos Guimarães (MT), passou por Campo Grande nesta quarta-feira. Transportada desde a Argentina, onde viveu 40 anos em cativeiro, a caravana conta com escolta da PRF e paradas estratégicas para alimentação e descanso. A jornada de 3,6 mil quilômetros é monitorada de perto para garantir segurança e bem-estar ao animal. O santuário celebra a transferência como um marco histórico, encerrando o cativeiro de elefantes na Argentina após 136 anos. Kenya recebe cuidados especiais, incluindo uma dieta variada e hidratação com Gatorade de laranja. A chegada ao destino final está prevista para quarta-feira, marcando o início de sua vida em liberdade.

No Posto Zitão, na saída para Cuiabá, muita gente foi ver a elefanta, mas Kenya continuou na gaiola. Mesmo assim, quem apareceu teve uma aula sobre como cuidar de uma animal deste porte.

A alimentação dela é muito diversa, com feno, alfafa, folhas, abóbora, mas também alguns agrados, com muitas frutas, como melancia, banana, pera e melão; maçã ela come, mas não é fruta preferida, segundo o biólogo. É preciso quantidade volumosa e também Gatorade além de água de coco.

Segundo Raphael Bontempi Ferreira, diretor do Santuário, a atenção é constante. Na chegada à natureza, ele explica que cada elefante interage de um jeito distinto com o grupo que já está lá.

A caravana espera ainda hoje chegar perto de Chapada, seguindo na estrada até por volta de 21h.

Com Gatorade e melancia, elefanta faz pit stop em clima seco de Campo Grande
População foi para posto de combustíveis ver de perto a elefanta, mas animal ficou na gaiola (Foto: Henrique Kawaminami)

Curiosidade - A costureira Neusa Arantes, de 54 anos, estava no posto onde o grupo parou e filmou e fotografou para compartilhar as imagens. Ela demonstrou encantamento em ver Kenya, nunca havia visto um elefante ao vivo. O motorista Magno Felisberto também ficou surpreso em ver o animal pela primeira vez. “Interessante, diferente né, não é todo dia que se vê.”

As paradas são essenciais para fornecer alimentação, água e algum descanso para Kenya. O animal faz toda a viagem em pé, somando 3,6 mil quilômetros, começando no Ecoparque Mendoza, onde a elefanta viveu por 40 anos em cativeiro; ela chegou aos quatro anos. Puppy, removida em abril, também africana, permaneceu por 30 anos no Ecoparque Mendoza.

 A caravana entrou no Brasil por Foz do Iguaçu, atravessou o Paraná, chegou a Mundo Novo e prosseguiu pela BR-163 e passou a noite em Dourados. Na Capital, o grupo seguiu pelo anel viário, para acessar a continuidade da rodovia rumo ao Mato Grosso, com uma breve parada, que mobilizou a atenção de quem viu a passagem de uma elefanta pela BR.

A MSVia, concessionária da BR-163, informou que está monitorando e acompanhando o trajeto da   elefanta Kenya em todo o trecho que administra.

O Santuário de Elefantes considerou o transporte, que deve durar até quarta-feira, uma conquista histórica, por encerrar o cativeiro de elefantes na Argentina, após 136 anos. Funcionários do parque argentino também compõem o grupo. O director de Biodiversidad do Ecoparque Mendoza, Juan Ignacio Haudet, citou que foi uma decisão política acabar com elefantes cativos na unidade.

O transporte é feito em uma caixa especial, com câmera para monitoramento constante.

Confira a galeria de imagens:

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Foram dez transferências, o quinto vindo animal da Argentina. São equipes de apoio diferentes, mas com mesmos técnicos, segundo o biólogo Daniel Moura. Ele relatou como foi a estruturação e a definição de paradas, como a equipe permanecer em silêncio para assegurar um ambiente tranquilo para o bicho, garantindo atenção, cautela e segurança. “A gente se prepara para o risco do pior e para atender da melhor maneira”, explicou, mencionando que nada de problemático ocorreu até agora nas remoções.

Segundo o biólogo, quando o caminhão está em trânsito, com o vento batendo em Kenya, ela fica mais tranquila que nas paradas, quando ele percebe que ela fica ansiosa. As paradas ocorrem a cada duas horas, para alimentação, hidratação e limpeza da caixa. O cuidado é “sempre no tempo do elefante”.

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