Garis e grupos de passinho fazem praça virar pista de flashback
Movimento quer que a cultura do flashback ganhe o devido lugar em Campo Grande
Uma coisa que muita gente ainda não superou foi os tempos da brilhantina. Até quem não viveu aquela época, quando vê, já entrou na coreografia, puxado por uma música de boate. Ontem, a galera matou um pouco da saudade em plena praça, para um clipe em comemoração ao aniversário da Capital.
Ademar Cardoso, 59 anos, um dos organizadores do evento falou sobre a importância de reviver a cultura do flashback. "Essa cultura quer ser reconhecida como um segmento em Campo Grande, a cultura é compreendida por comportamentos, artes, tradições de um povo e o flash back sobrevive há 50 anos”.
Desde a década de 70, as músicas fazem maior sucesso, não só as canções, mas como o estilo de dança, que marcou época. Para quem viveu, basta fechar os olhos e voltam as imagens das noites em boates como Xadrez e Chaatanooga, no Clube União, das matinês do Círculo Militar e claro, do Clube Surian.
“Quando surgiram as discotecas aí se inventou um jeito de dançar, e esse jeito inclui o passinho e também dançarinos independentes. Da discoteca passou pra danceteria, da danceteria para as boates”, conta Ademar.
No sábado, o movimento levou para a praça 7 grupos de passinhos considerados profissionais e 3 convidados.
Jorge Henrique de Oliveira, de 52 anos, veio como "grupo dos garis da Solurb". “Eu fui convidado pelo meu patrão, e estou aqui para prestigiar junto com meus colegas, é um entusiasmo, as pessoas ficam alegres com um evento desse”, festejou.
Wagner Risso participou como coreógrafo dos amigos do flashback. Para ele, a cultura do passinho veio pra ficar. “Começamos juntos no União e formamos o grupo, acho que nunca vai morrer essa cultura. Ytanto gente nova, como antiga adora dançar, tem bastante festas de flash back em Campo Grande, que vai voltar depois da pandemia”.
Letícia Mota foi quem reuniu todos os grupos para participarem da festa e não esconde a alegria em estar no meio da multidão.
“Minha infância toda foi envolvida no flashback, meus pais gostavam muito e eu comecei a frequentar os lugares e me apaixonei mais ainda, a ideia é fazer com que todo mundo que é envolvido no estilo curtam essa energia, é uma oportunidade de dar voz a esse segmento”.
Quem também é apaixonada pelo estilo é Silvia Renata e a mãe, dona Maria Lúcia, que foram em quatro gerações prestigiar o evento. Avó, mãe, filho e bisneto não ficaram de fora da dança. Dona Maria conta que sempre dançou e que as músicas fazem reviver os bons tempos da Disco Music.
“É uma paixão de criança que eu aprendi com meu pai, ele que me ensinou os primeiros passinhos, e nunca mais nós paramos”, afirma.