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Ficar no ar-condicionado e depois sair no calor pode causar choque térmico?

Expor corpo a mudança brusca de temperatura pode causar reações como febre, dor de cabeça e resfriados

Por Idaicy Solano | 15/11/2023 16:38
Homem caminha na praça Ary Coelho com garrafa de água na mão; médicos recomendam manter o organismo hidratado para evitar choques térmicos (Foto: Paulo Francis)
Homem caminha na praça Ary Coelho com garrafa de água na mão; médicos recomendam manter o organismo hidratado para evitar choques térmicos (Foto: Paulo Francis)

Afinal, passar o dia inteiro em um ambiente com ar-condicionado e sair no calor, ou ficar exposto a altas temperaturas, e logo em seguida entrar em um ambiente refrigerado faz mal para a saúde? De acordo com o cardiologista Guilherme Bertão, a resposta é: "sim!".

O especialista explica que o contraste entre o ambiente refrigerado do ar-condicionado, e o calor intenso do lado de fora - ou o oposto - pode causar estresse térmico no corpo.

O mais popularmente chamado de choque térmico acontece quando o corpo humano é exposto à uma mudança brusca de temperatura, seja de elevada para baixa, ou o oposto. Isso ocorre pois a rápida mudança de temperatura pode sobrecarregar o sistema cardiovascular e afetar o equilíbrio térmico.

Esse "estresse" pode levar a alterações no organismo, como febre, dor de cabeça e resfriados causados pela queda na imunidade. Em quadros mais graves, pode causar alterações na pressão arterial, AVC (Acidente Cardiovascular), derrames e infarto do miocárdio.  

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De acordo com Bertão, a exposição "severa e rápida a temperaturas extremas, especialmente quando não há adaptação gradual do corpo, pode resultar em danos graves aos órgãos vitais, colapso do sistema cardiovascular, ou insuficiência respiratória. Em casos extremos, o choque térmico pode levar à morte".

O neurocirurgião César Augusto Nicolatti explica que os quadros graves desencadeados pelo choque térmico geralmente acontecem quando a pessoa exposta já possui algum agravante de saúde.

Quando existe manifestação de alguma doença após o choque térmico, é porque esse organismo já tinha problema antes, e o choque veio a piorar o quadro. O choque é a gota d'água que transborda o balde”, explica César Nicolatti.

O neurocirurgião exemplifica que, se um individuo possui problema em uma artéria, e ele sai de um ambiente quente para frio - ou o oposto, havendo mudança brusca de temperatura - isso pode gerar um entupimento dessa artéria. "Aí, pode haver infarto do miocárdio. Se for cerebral, pode dar AVC ou derrame".

De acordo com Nicolatti, em um organismo saudável, causa apenas desconforto até que o corpo volte a se adequar novamente à temperatura. Sobre a famosa "paralisia facial", Nicolatti explica que o choque térmico pode sim causar uma paralisia periférica, mas na maioria das vezes, o rosto volta ao normal com fisioterapia e terapia ocular.

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Como se prevenir - De acordo com o neurocirurgião César Augusto Nicolatti completa que é aconselhável evitar se expor a mudanças bruscas de temperatura, principalmente crianças e idosos, que representam os grupos de maiores riscos a serem afetados pelo estresse térmico.

O cardiologista Guilherme Bertão completa que para evitar sofrer um choque térmico, é preciso esperar o corpo se adaptar à mudança de temperatura antes de entrar ou sair de ambientes com temperaturas diferentes, além de manter o organismo hidratado. Confira as orientações do cardiologista:

  • Adaptação gradual - Ao mudar de um ambiente com temperatura controlada para um extremo, permita que o corpo se adapte gradualmente. Isso é especialmente importante ao sair de um local com ar-condicionado para o calor externo;
  • Vestuário Adequado - Use roupas apropriadas para as condições climáticas. Em ambientes quentes, roupas leves e respiráveis ajudam na dissipação do calor. Em ambientes frios, vista-se em camadas para manter o calor corporal;
  • Hidratação - Mantenha-se bem hidratado, especialmente em condições de calor. Beba água regularmente para compensar a perda de líquidos causada pela transpiração;
  • Proteção Solar - Em ambientes quentes, use protetor solar para evitar queimaduras solares. A pele danificada pode aumentar a vulnerabilidade ao choque térmico;
  • Pausas Regulares - Se estiver trabalhando ou se envolvendo em atividades físicas intensas em condições extremas, faça pausas regulares para descansar e evitar o superaquecimento;
  • Condições de Trabalho - Em ambientes de trabalho, implemente práticas seguras relacionadas à exposição ao calor ou frio;
  • Conscientização Pessoal - Esteja ciente dos próprios limites e sinais de alerta, como tonturas, fraqueza ou confusão. Se sentir desconforto, é crucial buscar um ambiente mais moderado.

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