‘Salva’ pela pintura, psicóloga leva arte para dentro da terapia
Duda Rios cria pinturas a partir de sessões e também constrói a relação com os pacientes a partir dos quadros
Há 20 anos, quando passava por um momento difícil, Leandra Rios, ou Duda como prefere ser chamada, se conectou com a pintura e foi salva por ela. Agora, atuando na psicologia há quatro anos, decidiu unir a arte à terapia e levar os quadros para dentro da sessões.
“A arte é uma expressão como a fala, porém vista por outro prisma. A arte permite ver o que se sente. Ver sua história resumida”, sintetiza a psicóloga. Na prática, Duda tem levado quadros pintados por ela e tentado estabelecer as conexões terapêuticas a partir dessas análises.
Isso tudo porque foi justamente a união desses dois âmbitos, a pintura e a psicologia, que fez Duda traçar um caminho mais saudável. Ela conta que começou a pintar quando estava atravessando um momento emocional difícil e não conseguia resolver.
“Como eu sempre segui meu coração, me perguntei o que eu poderia fazer até que tudo aquilo passasse. Então, mesmo sem saber pintar, consegui algumas tintas e comecei praticar”, descreve. Inicialmente, os panos foram seu foco, depois telhas, vasos e, por fim, as telas.
Duda diz que sua relação passou a ser de amor com a arte, de parceria. “A primeira coisa que a arte me ajudou a limpar minha cabeça, ver algo bom e bonito que fiz me garantia um bem estar incrível”.
Depois, já tendo passado pelo período complicado, em 2017 ela teve a liberdade de cursar uma graduação. Neste momento, tudo parecia indicar a psicologia e ela realmente foi a escolhida.
Como a arte serviu como sua base de melhora, Duda narra que nunca mais conseguiu se ver separada. Então, quando entendeu que iria seguir para os atendimentos, a arte foi junto.
“A vida tem um processo, a arte tem um processo. É o ponto de equilíbrio entre sanidade e loucura. Então encaixo de uma maneira suave nas terapias, pois cada caso é um caso. A ideia por trás é quebrar a crença de um mundo perfeito e buscar resgatar a verdadeira essência de cada um. Assim como fiz, quando me recuperei”.
Falando sobre o desenvolvimento de seus quadros, Duda pontua que todos são inspirados no processo terapêutico. Durante o contato com os pacientes, as abordagens envolvem questionar o que os personagens estão sentindo ou apenas mostrar a arte,
“Algumas pessoas se identificam dizendo que se sente como a personagem. Tem também aquela pessoa que gosta de falar mais sobre a pintura, pois se identifica com a arte, facilitando o vínculo terapêutico”.
Hoje, Duda diz que ainda não usa a arte de todas as maneiras possíveis ou em todos os atendimentos, mas ela já tem tomado um bom espaço. “São infinitas possibilidades de expressar e resolver conflitos internos”, completa.
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