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Sabor

Garagem colorida serve quentinha que salvou a dona e os vizinhos

Ela já foi merendeira por 15 anos e, há dois meses, resolveu investir na própria casa, no bairro Vilas Boas.

Por Natália Olliver | 13/11/2025 07:46
Garagem colorida serve quentinha que salvou a dona e os vizinhos
Nilzete Figueira Mendonça fez da garagem de casa marmitaria (Foto: Marcos Maluf)

Há dois meses, a garagem da Nilzete Figueira Mendonça, de 63 anos, virou restaurante. Comida simples, caseira e com gostinho de casa. É assim que os clientes falam sobre as quentinhas. Cozinhar sempre foi refúgio, mas virou ainda mais depois de perder dois filhos e cair em uma depressão profunda. A comida resgatou Nil, como é chamada no bairro, e deu um pouco de paz para ela conseguir seguir a vida. Quem chega por ali pode chamar ela pela grade da cozinha.

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Após perder dois filhos e enfrentar uma depressão profunda, Nilzete Figueira Mendonça, de 63 anos, encontrou na culinária um novo propósito. Há dois meses, transformou sua garagem em um restaurante no bairro Vilas Boas, em Campo Grande, onde serve refeições caseiras a R$ 20. Ex-merendeira escolar por 15 anos, Nilzete superou limitações físicas, incluindo uma lesão no braço e uma fratura na mão, para manter seu sonho. Seu cardápio variado inclui desde pratos tradicionais como rabada e feijoada até pastéis artesanais, atendendo uma clientela fiel que aprecia seu cuidado em servir os alimentos separadamente.

Na Rua Felipe Camarão, a fama da cozinheira já existia antes dos cardápios. A história começou com os salgados, depois vieram os pastéis e agora o arroz, o feijão e a rabada, que ela se diz especialista. Nilzete trabalhou por 15 anos como merendeira, mas teve que se afastar das panelas na escola depois de machucar o braço.

Garagem colorida serve quentinha que salvou a dona e os vizinhos
Garagem colorida serve quentinha que salvou a dona e os vizinhos
Coznheira vende marmitas a R$20 e clientes também podem comer no lugar (Foto: Marcos Maluf)

“Eu adorava fazer isso. Toda vida tive vontade de cozinhar e fazer as coisas. A cozinha me salvou. Se não tivesse nela, estaria muito mal. Eu sofri um acidente de moto e arrebentou os tendões do meu braço. Isso depois do primeiro problema. Há um ano fiz cirurgia. O médico disse que eu não daria conta de cozinhar, que eu iria sentir muita dor. Mas eu consegui, porque Deus é maravilhoso.”

Sobre a morte dos filhos, ela explica que um faleceu devido à gripe H1N1 e o outro em um acidente. As perdas foram um baque tremendo, principalmente por terem acontecido com 9 anos de diferença.

“Ficou só eu e o mais velho. Um tinha 36 anos e o outro 27. Aí comecei a tomar remédio para depressão e, depois que comecei a mexer com a cozinha, fui melhorando. Faço aquilo que eu gosto, amo cozinhar. Fui servidora pública muitos anos, fui merendeira por 15.”

A história de Nilzete se mistura com as comidas que faz. Ela lembra que, desde a adolescência, fazia salgados para o irmão vender na rua. Ali na marmitaria da Nil, tanto o prato para comer no local quanto a marmita M custam R$ 20. Nilzete faz questão de separar a salada e o macarrão para tornar a experiência do cliente melhor. A ideia vem do gosto pessoal de não misturar a comida.

“Eu sempre mudo o cardápio. Sirvo tudo separado, me coloco no lugar da pessoa. Sou chata para comer, se pego um prato feito e vem aquela mistureba, não como. Então separo tudo. O pessoal está vindo bem. Tem gente que bate ponto. O povo do mercado aqui perto me incentivou. Eles compravam salgados todo dia e falaram que, se tivesse comida, viriam. Aí comecei.”

A ideia é continuar na garagem e melhorar o espaço, colocar toldo nas áreas abertas e aumentar o número de cadeiras. Quando chove, fica complicado atender os clientes. Nilzete conta que, entre os pratos que mais gosta de fazer, estão a rabada, o rondelli, a lasanha e o estrogonofe de carne. Ela também serve espetinho de carne, feijoada e vaca atolada.

Garagem colorida serve quentinha que salvou a dona e os vizinhos
Garagem colorida serve quentinha que salvou a dona e os vizinhos
Cozinhar salvou Nil da depressão e do luto pela morte dos filhos (Foto: Marcos Maluf)

“Eu começo a servir às 11h. Tem vezes que às 10h50 já tem gente querendo. Eu começo 8h30 a preparar. Acordo às 5h. Eu lavo a garagem para ficar limpinho. O preço está bom, eu faço um tanto que vejo que não vou ter prejuízo. Não tem muito lucro, mas também não tem prejuízo. Fora as comidas que eu dou. Tem dia que dou quatro marmitas.”

Ela também vende pastel de carne, queijo, carne com queijo, frango com palmito, frango, pizza e queijo.

“Eu faço na hora, pergunto pra pessoa e monto. Vendo a R$ . A massa já não faço mais porque a minha mão não está boa para fazer. Quebrei ela em uma crise de labirintite, caí. É muito trabalho. Antes vendia salgado também, mas tirei a placa porque sou só eu na cozinha.”

A marmitaria fica na Rua Felipe Camarão, 201, no bairro Vilas Boas.

Confira a galeria de imagens:

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