MS reduz área de milho, mas prevê aumento de 20,6% na produção
Plantação do cereal caiu 47% em relação a soja; safrinha pode render 10,2 milhões de toneladas
Mato Grosso do Sul plantou 92,6% da área monitorada com milho safrinha, também conhecido como segunda safra, até 28 de março, segundo levantamento da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja). O plantio, que cobre cerca de 1,9 milhão de hectares, apresenta queda em relação a anos anteriores: a segunda safra representa agora 47% da área da soja, bem abaixo dos 75% que já ocupou.
No entanto, a estimativa é de crescimento de 20,6% na produção em comparação ao ciclo 2023/2024, alcançando 10,2 milhões de toneladas, graças à expectativa de produtividade média de 80,8 sacas por hectare, de acordo com a entidade que acompanha o movimento agrícola.
A região norte lidera o avanço do plantio, com 98,1%, seguida pelo sul (92,6%) e centro (91,8%). Mesmo com o bom andamento, o índice está 0,5 ponto percentual abaixo da média dos últimos cinco anos.
A redução da área destinada ao milho é reflexo do aumento dos custos e da instabilidade climática. Segundo o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), a previsão para abril a junho de 2025 indica chuvas abaixo da média e temperaturas elevadas, o que aumenta o risco de perda de produtividade, especialmente nas regiões oeste e sudeste.
"A segunda safra de milho corre grande risco de sofrer com a estiagem", alerta o coordenador técnico da Aprosoja, Gabriel Balta.
Leguminosa - Já a colheita da soja alcançou 93% da área monitorada, com 4,1 milhões de hectares colhidos até o fim de março. A estimativa de produção subiu para 14,6 milhões de toneladas, 18,9% acima da safra anterior, puxada por uma revisão na produtividade média, que passou de 51,7 para 54,4 sacas por hectare após a amostragem de 10,7% da área.
A área plantada também cresceu: 4,5 milhões de hectares, 6,8% a mais do que em 2023/2024. No entanto, 2,2 milhões de hectares (51% da área total) foram atingidos por estresse hídrico, principalmente lavouras semeadas entre setembro e meados de outubro. A colheita está 2,4 pontos percentuais abaixo da média dos últimos cinco anos.
Nas regiões norte, nordeste e oeste, a maior parte das lavouras apresenta boas condições (entre 68,5% e 85,9%). Já nas regiões sudeste, centro, sudoeste, sul-fronteira e sul, até 48,1% das áreas estão em condições ruins.
Em nota, a Aprosoja destaca que os dados ainda são parciais e dependem da conclusão da amostragem, que deve atingir ao menos 30% da área cultivada, além da revisão por sensoriamento remoto que será feita ao fim da colheita.
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