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Meio Ambiente

Acordo de cooperação visa sustentabilidade do Parque do Pantanal do Rio Negro

Objetivo é buscar soluções baseadas na natureza (SbN) para fortalecer a gestão do ativo ambiental

Por Gabriela Couto | 06/12/2024 18:00

Um novo acordo de cooperação técnica foi firmado entre o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (IMASUL), a organização Mulheres em Ação no Pantanal (MUPAN) e a Wetlands International Brasil (WI), com o objetivo de realizar um estudo técnico para promover a sustentabilidade socioambiental do Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro (PEPRN).

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O Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (IMASUL), a Mulheres em Ação no Pantanal (MUPAN) e a Wetlands International Brasil firmaram um acordo para um estudo técnico visando a sustentabilidade socioambiental do Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro (PEPRN). O projeto, financiado pelo BID e com prazo até dezembro de 2024 (com possibilidade de extensão), busca soluções baseadas na natureza para fortalecer a gestão do parque, incluindo a revisão do Plano de Manejo, a criação de um Plano de Manejo Integrado do Fogo, e outras ações de preservação e prevenção de incêndios. A iniciativa integra um esforço maior envolvendo o GEF, o Ministério do Meio Ambiente e diversas outras organizações, com o objetivo de consolidar o PEPRN como uma área de conservação efetiva da biodiversidade pantaneira e gerar benefícios para as comunidades locais.

O documento foi assinado no final do mês passado, com foco em buscar soluções baseadas na natureza (SbN) para fortalecer a gestão do parque, com ênfase em estratégias para a preservação e manejo sustentável da área.

A iniciativa, que tem prazo até 31 de dezembro de 2024, visa garantir que o PEPRN, a única unidade de conservação de Mato Grosso do Sul localizada integralmente dentro do Pantanal, tenha uma infraestrutura e um planejamento mais robustos para enfrentar os desafios socioambientais da região.

De acordo com o gerente de Unidades de Conservação do Imasul, Leonardo Tostes Palma, o prazo exíguo é pelo fato de o estudo já estar em andamento, e o parceiro financiador estabeleceu a data como limite para o repasse dos recursos. No entanto, há possibilidade de aditamento do prazo, conforme necessidade, o que provavelmente deve acontecer.

Paralelamente - Outro projeto que integra um esforço maior de fortalecimento do parque está em andamento desde maio deste ano. Ele está sendo realizado com recursos provenientes do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e apoio do Ministério do Meio Ambiente, do governo do Estado e de organizações da sociedade civil. As atividades envolvidas incluem a revisão do Plano de Manejo do PEPRN, a elaboração do Plano de Manejo Integrado do Fogo (PMIF), cercamento e sinalização da área, além de outras ações de preservação e prevenção de incêndios florestais, um problema recorrente na região.

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De acordo com o coordenador da Mupan, Áurea Garcia, a realização deste estudo e das ações propostas será fundamental para consolidar o parque como uma área de conservação efetiva da biodiversidade do Pantanal. "Este projeto traz ferramentas e elementos essenciais para a gestão do parque e visa aumentar a resiliência da região frente aos desafios ambientais que enfrentamos", afirma Áurea.

O PMIF, em particular, será uma ferramenta crucial para a gestão do fogo no parque, considerando a constante ameaça de incêndios florestais. A metodologia será baseada em dados científicos atuais, incluindo informações do Projeto Peld – Nefau Pantanal da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Além disso, está prevista a realização de capacitações com a abordagem Bootcamp, para promover a troca de experiências entre especialistas locais e de outras regiões vulneráveis ao fogo.

Com 78 mil hectares de área, o PEPRN foi criado em 2000 e, embora 70% de sua área já esteja sob a administração do Estado, o parque ainda necessita de ações para sua consolidação definitiva. O governo do Estado deve utilizar recursos de compensação de reserva legal para adquirir os 30% restantes da área, visando a proteção ambiental integrada.

O projeto também conta com a parceria de diversas entidades, como a UFMS e o Instituto Terra Brasilis (ITB), além de empresas especializadas, como Fibracon e RCBiota, que irão atuar nas intervenções técnicas. O Imasul será responsável pela fiscalização e pelo acompanhamento das ações, garantindo o cumprimento do cronograma.

Imagem aérea de salinas e baías alagadas do Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro (Foto: Guilherme Rondon/Imasul) 
Imagem aérea de salinas e baías alagadas do Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro (Foto: Guilherme Rondon/Imasul)

O projeto é uma continuidade das ações de longo prazo voltadas à preservação do Pantanal e à promoção de uma gestão integrada e sustentável. Segundo o diretor-presidente do Imasul, André Borges Barros de Araújo, a colaboração com as organizações envolvidas é crucial para a boa gestão do Parque: "A preservação da biodiversidade do Pantanal do Rio Negro depende dessas parcerias, que permitem uma gestão mais eficiente e inovadora."

A Wetlands International Brasil, por meio de sua diretora-executiva, Rafaela Danielli Nicola, também destacou a importância do projeto para a conservação da região. "Através do Programa Corredor Azul e de parcerias estratégicas, temos buscado contribuir de forma efetiva para a gestão sustentável das áreas úmidas brasileiras, como o Parque do Pantanal do Rio Negro", afirma Rafaela.

O sucesso dessa iniciativa não apenas reforça a preservação ambiental, mas também promove benefícios para as comunidades locais. O professor da UFMS, Geraldo Alves Damaceno Júnior, destaca que os investimentos na infraestrutura do parque podem também gerar benefícios para as populações que vivem no entorno, como os pecuaristas, que podem se beneficiar das práticas sustentáveis implementadas na área.

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