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Meio Ambiente

Fiscalização é intensificada no Passo do Lontra após denúncia de matança de jacarés

Paula Vitorino | 17/08/2011 16:00

Apenas o rabo do jacaré é aproveitado por pescadores predadores (Foto: Marcello Yndio)
Apenas o rabo do jacaré é aproveitado por pescadores predadores (Foto: Marcello Yndio)

Denúncias sobre a constante matança de jacarés na região do Passo do Lontra, no Pantanal em Corumbá, deixou em alerta a PMA (Polícia Militar Ambiental). A fiscalização foi intensificada desde sábado (13), com dois militares à paisana. Uma varredura na área também deverá ser feita na próxima semana, com o objetivo de apreender armas e encontrar vestígios de caça.

De acordo com a PMA, os moradores ribeirinhos da região afirmam que é freqüente encontrar jacarés mortos, com o rabo cortado, na área. Na última sexta-feira (12), os moradores disseram ter visto uma caminhonete à noite na região e barulhos.

A matança seria praticada por turistas, que querem experimentar a carne exótica de jacaré, semelhante a de peixe. Os caçadores arrancam o rabo, que é utilizado na culinária, e jogam o resto do corpo do jacaré no rio ou na mata.

“Os turistas vem para pescar no Pantanal e por curiosidade querem experimentar a carne de jacaré. Querem comer uma carne diferente”, diz o responsável pela PMA na região, sargento Gesner Batista Ramos.

Ele também considera a possibilidade de matança por caçadores que querem treinar o tiro e afirma que os jacarés geralmente são mortos durante a noite, o que dificulta o flagrante.

“Eles jogam o corpo do animal e em pouco tempo a carcaça é comida por urubus ou piranhas. Eles matam o jacaré num dia e no outro já vão embora, aí não conseguimos pegar em flagrante”, explica.

Mas apesar das denúncias, o sargento afirma que nenhum caçador foi preso e os policiais não encontraram nenhum vestígio de caça na região. De acordo com a PMA, a população de jacarés na região ainda é tida como normal, não tendo sido afetada pela suposta matança.

Pouco efetivo - Ainda de acordo com o sargento, o flagrante é dificultado pela falta de militares para o serviço. Ele explica que a presença dos militares inibe a caça, mas o policiamento deveria ser constante para que o crime fosse extinto da região.

A PMA conta com 20 militares para fiscalizar todo o Pantanal. Mas o sargento ressalta que esse número seria o ideal para ser empenhado somente no Passo do Lontra, que em contraste, conta apenas com quatro militares – isso quando a fiscalização é ostensiva, nos demais períodos são apenas dois.

“Não é o necessário, é uma área muito grande para ser fiscalizada e com 20 militares para todo o Pantanal fica difícil empenhar mais efetivo só para a região do Passo”, esclarece.

O Ibama também é responsável por autar na região e conta com dois fiscais para todo o Pantanal.

Crime - De acordo com o sargento, desde 1990 a caça de jacarés é proibida na região e a população da espécie foi normalizada. O animal era alvo de caçadores para extrair o couro, que era utilizado em acessórios e vestuários.

A caça de jacaré é considerada crime ambiental. Quem for flagrado recebe multa de R$ 500 por animal e responde pelo crime, com pena prevista de 6 meses a 1 ano.

Jacarés são encontrados mutilados nos corixos do Pantanal.  (Foto: Marcello Yndio)
Jacarés são encontrados mutilados nos corixos do Pantanal. (Foto: Marcello Yndio)
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