Fotógrafo registra crescimento de filhotes de tuiuiú em Miranda
Imagens revelam aves robustas e o cuidado materno contínuo em diferentes ninhos na região
Quase dois meses após registrar ovos e filhotes de tuiuiú em Miranda, a 208 km de Campo Grande, o repórter fotográfico Jairton Bezerra da Costa voltou à região e acompanhou a evolução das aves-símbolo do Pantanal. As imagens feitas nesta semana mostram dois momentos diferentes da vida da espécie.
RESUMO
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Fotógrafo registra crescimento de filhotes de tuiuiú no Pantanal após dois meses. As aves, símbolo da região, foram fotografadas em Miranda, MS, em dois locais distintos: um ninho natural e um artificial. Os quatro filhotes do ninho natural, próximos à cidade, estão maiores e com penas em desenvolvimento. No ninho artificial, construído pela Energisa após os incêndios de 2020, resta apenas um ovo dos seis iniciais. A mãe tuiuiú continua no local. As imagens evidenciam a importância desses espaços para a preservação da espécie, severamente afetada pelos incêndios que devastaram o Pantanal.
No ninho localizado no alto de uma árvore próxima a Miranda, os quatro filhotes que em julho deste ano ainda eram pequenos agora estão maiores, com penas em crescimento e quase do tamanho da mãe. O flagrante mostra a ave adulta no ninho, ao lado dos filhos robustos e bem alimentados.
Já no ninho artificial construído pela Energisa às margens da BR-262, o cenário é outro. Onde antes havia cinco ovos, agora resta apenas um. Ainda não se sabe se os outros chegaram a eclodir. A mãe tuiuiú permanece no local, cuidando do que restou da postura.
Jairton explica que havia receio de que os animais não aceitassem a estrutura artificial, mas afirma que a cena registrada neste ano o surpreendeu. “O tuiuiú é um símbolo do Pantanal e algumas pessoas achavam que ele não voltaria a ocupar aquele ninho, já que havia sido queimado. Foi colocado um ninho artificial e, mesmo assim, ele continuou usando o ninho. Achei importante registrar isso”, destaca.
As cenas registradas reforçam a importância desses espaços, tanto os naturais quanto os artificiais, para a sobrevivência da espécie, que teve ninhos destruídos pelos incêndios de 2020, quando 4,5 milhões de hectares do Pantanal foram devastados. O drama levou à criação de estruturas metálicas octogonais em formato de taça, pensadas para oferecer abrigo às aves que perderam seus locais de reprodução.
Jairton lembra que a relação com os tuiuiús começou no ano passado, quando saiu para registrar a florada dos ipês. “Nos deparamos com um casal de tuiuiús no ninho acasalando. Depois, em um prazo de 15 em 15 dias, eu ia lá filmar, acompanhar. Foi todo um processo”, conta.
O fotógrafo afirma que mantém o costume de acompanhar os animais todos os anos, quando sabe que estarão na região. “Sempre que posso, todo ano, faço um registro. Esse registro, feito em Miranda, me impressionou bastante porque a ave estava com os filhotes. Em outra ocasião, havia cinco ovos e só cresceram dois ou três tuiuiús. Desta vez, havia cinco e ficaram quatro”, observa.
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